Salva pela Maldição – Cap 3 – Irmão

Capítulo 3 – Irmão

Em seguida, Joon entrou em contato com o outro Xamã. Pelo que deu de entender, já fazia mais de dez meses que esse não atendia mais ninguém pois estava doente. Devido à idade, quase não enxergava, e seus dons xamânicos estavam falhando. Foi o que sua irmã mais nova comentou por telefone. 

Joon ficou preocupado, mas esse Xamã seria o último recurso e talvez a última esperança para Goon. Por isso, ele pegou um carro do hotel e foi pessoalmente conversar com a senhora que lhe atendeu no telefone.

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 A residência ficava em uma região rural, parecia um pequeno sítio, a casa era de arquitetura antiga.

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 Quando chegou foi recebido por uma senhora de 60 anos e o neto dela ( 0 neto parecia ser muito tímido mesmo já sendo adulto ), ela o conduziu até o irmão, o Xamã estava acamado com artrite reumatoide, que impedia de continuar seu trabalho.

Mas, Joon não se deu por vencido e ofereceu ao Xamã uma quantia irrecusável para atender Goon, ainda se ajoelhou e pediu um por favor comovente.

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O Xamã alegou ser impossível, pois havia perdido suas habilidades sobrenaturais, não conseguia ver mais nada desde que adoeceu.

Joon foi apelativo explicou a situação do irmão, falou das duas tentativas de suicídio, que temia o pior, se não tivesse uma chance de se recuperar. Ainda de joelhos diante do Xamã implorou.

– O sr não precisa consultar seus deuses, apenas dê a ele uma mensagem de otimismo, não será uma mentira, apenas um apelo para que ele não desista de viver. Dê a ele um motivo que o mantenha esperançoso e vivo. Por favor, eu lhe peço por tudo que seja sagrado em sua crença. Por favor! – pediu Joon com a voz tremula.

Era impossível não atender um apelo tão sincero. O Xamã aceitou em atendê-lo e iria pensar no que dizer, para não desagradar os espíritos e deuses. Ele só aceitou devido à irmã viúva, para ela era grande o fardo ter que sustentá-lo.

Todas as contas que antes ele cobria com o dinheiro das consultas, agora era ela com sua aposentadoria e trocadinho que o neto conseguia fazendo bicos.

Desde que adoeceu e perdeu seus dons, a economia da casa se foi no seu tratamento. O dinheiro que Joon oferecia era muito mais que eles ganhariam em 3 meses de trabalho árduo.

– Darei ao seu irmão um conselho apenas, nada de fazer previsões enganosas, nunca trabalhei sem ter certeza do que estava prevendo para a vida dos meus clientes. – falou o Xamã após pensar bem sobre o assunto.

– Tudo que o senhor falar, para dar a ele esperança será bem-vindo. Meu irmão apesar de parecer um arrogante e rude de vezes em quando é, na verdade, muito frágil, ele tem medo de qualquer inseto e de fantasma. Desde pequeno é assim!  Sempre foi protegido por todos. Talvez foi um erro nosso, agora não sabe como lidar com esse problema. – enquanto falava dava de ver que seus olhos lacrimejavam e sua voz saía um tanto amargurada.

– Bom meu rapaz, posso dar uma boa mensagem a ele, com a experiência que tenho, sei que será útil o que irei dizer. – Joon agradeceu, mas ainda não estava satisfeito, no portão da casa fez um pedido para a irmã do Xamã, já que esse era incorruptível.

– Posso lhe fazer uma proposta? Perguntou para senhora de cabelo brancos e com um olhar adorável. – perguntou Joon decidido.

– Que proposta, meu jovem? – indagou a senhora curiosa.

– Posso lhe pagar o dobro, que ofereci ao seu irmão, caso queira me ajudar. – os olhos da mulher se arregalaram e brilharam como luz na escuridão.

Era muito dinheiro, não poderia perder aquela chance, ficou pensando e olhando para Joon sem dizer nada.  Joon continuou.

– Só Quero que dê a ele, uma esperança, fazer como uma consulta. Dizer algo que ele passe a se preocupar e manter o foco, coisa que faça ele buscar novos recurso para a doença dele. – como a mulher não falava nada joon triplicou o valor.

– Pago o triplo, para encenarem uma consulta com espíritos, falando para o meu irmão buscar novos recursos para a vida dele. O que a senhora me diz, concorda? – perguntou Joon para a velha senhora.

A mulher nem conseguia falar, o valor proposto era o fim de seus problemas, dava para pagar tudo que estavam devendo e ainda sobrava uma boa quantia.

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– A senhora concorda? – Joon exigiu uma resposta, ele não tinha vinda à toa, queria voltar tendo certeza, que Goon teria algo onde se apoiar. A mulher foi direta.

– Meu jovem, moro com meu irmão desde que os meus pais morreram, me casei e continuei a morar com ele, esse sítio é herança dos meus pais. Fiquei viúva já há 5 anos. Eu sempre ajudei meu irmão em tudo que ele fazia com seus clientes, conheço as entidades que ele invoca, sei fazer banhos e harmonizar os chacras, equilibrar o yin e yang, pois cuidei com ele dos pacientes. Posso fazer o mesmo com seu irmão, mesmo que o meu não concorde, podemos tentar esses recursos. Pedirei para o meu neto me auxiliar, no que posso fazer.

– Posso contar com a senhora então?

— Sim, claro! Farei tudo que sei para que o seu irmão saía daqui mais confiante. – a mulher falava sorrindo, só de pensar que ganharia dinheiro fácil.

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– Então entraremos em contato para marcar a hora. Mas, no dia, meu pai vem junto comigo e meu irmão. Ninguém pode saber do nosso trato!

– Claro que não, o meu neto é de confiança e vai me ajudar no plano. Tudo bem?

– Sim, a senhora pode organizar do seu jeito. E não precisa se preocupar em fazer um preço, o outro Xamã nos pediu 6,000.000,0W, pode pedir isso que meu pai pagará e eu lhe pago o que combinamos. Me dê o número da sua conta que eu já deposito.  Te dou a metade como entrada e depois que acontecer a consulta, se for bom para o meu irmão, que ele ficar convencido de sua melhora, eu lhe pago o restante. Certo?

Quando chegou no hotel, soube que Goon e o pai estavam preocupados, já tinha passava da hora do jantar. Joon, assim que chegou, foi para seu quarto tomar um banho.

Nem imaginava o que aconteceria, mas só o fato de seu irmão ter uma esperança para o futuro já o deixava feliz.

Quando desceu para a sala de jogos encontrou o pai dando um surra no irmão caçula no jogo de bilhar. Seu pai era jogador viciado em bilhar e jogava sempre, ia ao clube só para exercitar suas jogadas e estratégias, nunca um deles venceu seu pai.

E quando um deles queria algo, ou queria que seu pai concordasse com alguma coisa, que não era de sua aprovação, seu pai dizia. Te dou, ou aceito fazer do seu jeito, se me vencer no bilhar, isso já significava, fim de conversa.    

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– Mas é um cabeça dura, por que não jogou nessa bola aqui, que eu te falei? – o pai reclama com o Goon.

– Vou saber se está falando a verdade! O Senhor sabe enganar muito bem quando quer! – justifica o filho.

– Já não disse que estou te ensinando! Cabeça oca! – reclama o pai.

Goon se vira para porta e vendo Joon comenta.

– Ah, Joon chegou bem na hora, de ver eu dar uma rasteira no velho aqui! Ele errou 2 vezes a jogada e fica reclamando de mim! – fala Goon debochado.

– Eu errei? Uma ova! Você que não consegue acertar na bola, mesmo que ela esteja menos de 30 cm, perto da sua jogada, está cada vez pior. Como pode dizer que é meu filho, sendo tão ruim no bilhar! – argumenta o senhor Choi irritado.

– Joon onde você estava, te procuramos por tudo? Acabamos jantando sem você! – perguntou Goon um tanto curioso. – questiona Goon curioso.

– É, onde se meteu? – interrogou o pai.

– Fui ver uns terrenos que estão a venda, e fiquei conversando com o corretor. Os negócios têm aumentado muito nessa região, valeria apena investir.

– Deus me livre, só pensa em trabalho! Agora sei o porquê que a Jae Mim se divorciou?  Você tem que relaxar um pouco!  A viagem é por minha causa, mas você já quer tirar vantagem!   – comentou Goon, olhando o irmão, se servindo de um drinque.

– Preciso! Ficarei uns dias fora do escritório, não posso perder tempo e se encontrar uma boa oportunidade, não posso perder também! – explica Joon sendo discreto.

– É, seu irmão é perda de tempo? – indagou Goon tentando chamar a atenção.

– Não foi isso que quis dizer! Você não vem distorcendo o que falei! – falou Joon tentando desfazer o mal-entendido.

– Só te perdoo se jogar comigo uma partida! Já estou cansado de ganhar!

– Ganhar? Seu fedelho, você não ganhou nem uma partida! – retrucou o pai debochando.

– Sim, ganhar! Cansado de ganhar bronca, porque não jogo direito! – fala abraçando o pai.

– Vamos jogar então! Quem perder paga a bebida? – Joon faz cara de quem está confiante.

– Certo! Combinado! – Goon faz cara de cachorro sem dono e implora. – Pai? Me ajuda a derrotar o Joon?

– Não posso! Esse é um jogo entre vocês, não me metam nisso! – fala o pai tirando o corpo fora.

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– Eu te dou uma garrafa, do vinho que você quiser! – insiste o caçula.

– Isso não pode, é suborno! – reclama o irmão mais velho.

– É suborno porque não foi você que teve a ideia primeiro! – colocando o taco na mesa Goon, em seguida, junta as mãos pedindo por favor. – Então pai concorda?

– Só uma ajudinha. – confirma o sr Choi.

– Ah, é assim? Que vergonha sr Choi, não pensei que se venderia tão rápido por uma garrafa de vinho! – reclama Joon inconformado.

– Você sabe qual é o vinho vou pedir? – justifica o senhor Choi.

– Não.

– Então cala a boca e joga? Por que é você que vive bebendo esse meu vinho às escondidas?

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra