Capítulo 26 – Traidora
Ah-Lis acordou assustada. Havia pegado no sono.
Olhou ao redor, mas não viu Tae Gun em nenhum lugar. Escutava os berros de alguém ao longe, mas não sabia direito o que estava acontecendo.
Ficou sem jeito por estar no quarto de Tae Gun e apressou-se em sair. Quando abriu a porta, visualizou Raul em pé no corredor, guardando-o.
– O Sr. Cha precisou ir à empresa. – avisou ele, muito sério. – Talvez a senhora queira ficar em seu quarto por enquanto.
– Você sabe o que está acontecendo lá embaixo? – perguntou Ah-Lis, curiosa, mas quando reconheceu a voz de quem berrava, aproximou-se do alto da escadaria de onde podia ver o hall de entrada.
– Vejam se não é traidora mesquinha que jurou que nunca mais iria pôr os pés aqui???
– Foi você quem me traiu primeiro, Liz… não posso esquecer que você tramou tudo isso para que eu morresse e você fugisse com o dinheiro do seu pai adotivo.
Ah-Lis olhou para Liz-Ah que estava no meio da sala de visitas.
Sua irmã vestia um vestido sensual e chique e também havia cortado os cabelos.
Talvez com o propósito de se tornar diferente da própria irmã. Suas aparências eram assustadoramente parecidas. Entretanto, eram tão desiguais. Tão ímpares. Eram irmãs. Gêmeas. E no entanto, eram tão distantes… quase inimigas.
– Essa empregada idiota não me deixa entrar na minha própria casa, para pegar as MINHAS COISAS que minha própria irmã traidora está usando! – falou Liz-Ah, despeitada, olhando para a roupa de Ah-Lis.
– Não vou deixar você continuar me chamando de traidora… e sobre suas roupas.. eu…
– Não diga nada! Eu já percebi tudo. E a promessa que você me fez, hein? Santinha do pau-oco!!!
– O Sr. Cha deu ordens para não deixar sua irmã entrar! – falou Raul, surgindo às costas de Ah-Lis. – E deu ordens para eu proteger a Sra Kim a qualquer custo.
Aquilo foi um soco no estômago de Liz.
Era óbvio que Raul sempre foi um aliado dela na mansão Cha. E agora, ele havia se colocado contra ela.
Entretanto, com tudo o que aconteceu, Ah-Lis havia esquecido de Liz-Ah e da ameaça que ela lhe fizera dizendo que lutaria pela guarda do bebê se Ah-Lis voltasse a ver Tae Gun. Isso era um problema muito grave para Tae Gun.
– Liz-Ah, acho que nós precisamos conversar… – disse Ah-Lis, descendo vagarosamente a escada, quando uma emprega, que estava no telefone, interrompeu.
– Senhora… há um policial na guarita que quer entrar…
– Ah! – Liz-Ah soltou um muxoxo – Deve ser o chato do Park Hae Soo que está no meu pé desde cedo. Deixa ele entrar!
– Senhora… o que devo fazer? – perguntou a empregada olhando para Ah-Lis, deixando Liz-Ah ainda mais irritada.
– Não me obedece, verme? – gritou ela para a empregada. – Outra traidora do inferno…
– Senhora? – perguntou a empregada novamente para Ah-Lis. Estava claro que o Sr. Cha havia dado ordens aos empregados para não obedecerem Liz.
– É melhor deixar entrar… – respondeu Ah-Lis imaginando que Park Hae Soo havia seguido Liz-Ah. – Talvez Park Hae Soo tenha alguma informação importante.
Quando a empregada pegou novamente no telefone, Ah-Lis se virou para Liz-Ah.
– Liz, acho que nós podemos resolver tudo pacificamente… Não precisa envolver Tae Ji nessa história.
– Pacificamente, uma ova! Um bebê deve ficar com a mãe, não é? Tae Gun vai ter que dar adeus ao bebê que tanto ama, pois nunca mais vai poder vê-lo quando eu ganhar a maldita guarda!
– Por favor, Liz-Ah, você sabe que Tae Gun ama aquele bebê. Mais do que você, eu suponho…
Quando Liz-Ah abriu a boca para responder, escutou uma batida na porta. Como estava mais próxima, abriu a porta com estrondo, pronta para reclamar com Park Hae Soo.
Tanto Liz-Ah quando Ah-Lis se calaram ao verem quem era.
Era um policial, sim, mas não era Park Hae Soo.
– Ora, ora, ora…. não é que eram duas mesmo? – falou Kim Tae Hoon, com ar zombeteiro.