Capítulo 28 – Marido Agressivo
– Eu não posso acreditar! Simplesmente não posso! É um pesadelo – disse Tae Gun, desacorçoado, sentado no sofá da sua sala de visitas, de onde sua Ah-Lis havia sido sequestrada.
Os policiais andavam de um lado para outro tomando depoimento, colhendo evidencias enquanto dois médicos, tiravam Raul com uma maca. – Como isso foi acontecer?
– Não sei! – disse Park Hae Soo, ao seu lado e parecia tão desolado quanto ele. – Fiquei o dia inteiro de olho em Liz-Ah mas ela me despistou. Se eu estivesse aqui…
– E agora, Detetive Park? O que fazemos? – falou Tae Gun, passando a mão pelos cabelos negros.
– Esperamos… não há muito o que fazer. Mandei duas viaturas à casa de Ah-Lis mas Tae Hoon fugiu. Não está lá. E por mais que eu pense não consigo imaginar para onde ele iria… Já mandei viaturas para todos os lugares conhecidos dele, mas não conseguimos nem uma pista. A cidade foi totalmente bloqueada… ele precisa estar em algum lugar… – confessou Park Hae Soo, sentindo-se frustrado.
– Hm… existe um lugar que Ah-lis costuma visitar… talvez eles tenham ido para lá…
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Ah-Lis acordou com uma forte dor de cabeça, sem saber direito o que estava acontecendo, mas então, lembrou-se.
Kim Tae Hoon havia sequestrado a ela e a Liz, mas Ah-Lis resolveu reagir e o atacou, tentando dar uma chave de braço em seu marido quando o carro que ele levava parou num dos sinaleiros.
Contudo, seu marido agressivo foi muito habilidoso e a nocateou com o revolver.
Ainda zonza, Ah-lis olhou em volta e viu que não estava mais no carro. Liz-Ah estava mais adiante e estava sentada no chão, encostada a parede.
Ela chorava muito e tinha uma mancha roxa na face, como ela própria.
– Liz-Ah? – falou Ah-Lis. – Onde estamos?
– No orfanato! – disse uma outra voz e Ah-Lis se virou para contemplar a Ir. Ye Soo Jung, três irmãs e dezenas de crianças, todas sentadas no chão, contra a parede. – O maluco do seu marido nos atacou a todos. Ele matou Ra-On, um dos meninos mais velhos..
A irmã tremia, enquanto consolava as crianças que choramingavam.
Ah-Lis levantou-se, sentindo um peso no coração. Não conseguia entender seu marido.
Isso não era normal de Tae Hoon.
O que estava passando em sua mente para fazer algo arriscado como aquilo? Ele era policial. Sabia o que aconteceria quando fosse preso.
Ah-Lis olhou ao redor, tentando lembrar de onde estava. Era a sala de aula comum do orfanato, mas não poderiam sair pois as janelas eram de grade e a porta era pesada.
Ela se aproximou da janela. O orfanato ficava numa área central e bem populosa.
Mas, esperto, Kim Tae Hoon havia escolhido uma das salas mais afastadas.
Havia um jardim entre a sala e o muro que separava o orfanato do mundo lá fora. Mesmo que gritasse, ninguém a ouviria.
– É tudo culpa sua! – falou Liz-Ah, choramingando. – É tudo culpa sua, maldita! Maldita!
Ah-Lis aproximou-se de Liz-Ah e se ajoelhou ao lado dela. Ela estava com uma grande mancha no rosto e a sua blusa estava rasgada.
– O que ele fez com você? – perguntou Ah-Lis, olhando preocupada para a irmã.
Ela não respondeu, mas Ah-Lis viu o que acontecera no seu olhar.
Liz-Ah começou a chorar e se jogou nos seus braços.
– Ele me machucou, Ah-Lis… – choramingou Liz-Ah.
Ah-Lis a abraçou.
Era estranho pensar que Liz-Ah havia o tempo todo tramado contra a sua vida e agora buscava consolo em seus braços.
Mas, no fim, Liz-Ah era sua irmã e sabendo do que seu marido era capaz de saber, sabia que ela deveria estar em estado de choque agora.
– Vai ficar tudo bem… vai ficar tudo bem…
“Ah, meu Deus, Tae Gun, por favor, nos ajude!”, suplicou Ah-Lis em pensamento, olhando para fora. Não havia mais nada a fazer, a não ser esperar…