Capítulo 5 – Homenagem
Durante a noite, Ah-Lis escutou novamente o barulhinho do bebê Tae Gun e levantou-se para vê-lo. Como da outra noite, abafou a escuta da babá eletrônica com uma fralda para que a babá, Eun Na, no outro quarto não ouvisse nada.
Depois disso, ninou Tae Ji nos braços por quase uma hora. Por fim, deixou-o no berço, contemplando a beleza do menino. Não havia conhecido o tal Dr. Sun Doo Yo, mas para ela, o menino tinha os olhos de Tae Gun.
Tae Gun parecia amar muito ao bebê. Seria uma grande tristeza para ele descobrir a verdade.
Ela gostava muito de crianças. Uma vez ela sofrera um aborto involuntário sem nem saber que estava grávida. A verdade era que Tae Hoon havia dado chutes na altura de seu útero. Horas depois, ela começou a sangrar profundamente.
Perguntaram a ela no hospital o que havia acontecido, mas ela não conseguiu denunciar Tae Hoon, pois ele ficava perto dela como um gavião.
Depois daquilo, começou a tomar ainda mais cuidado para não engravidar, pois isso seria terrível. Seria uma amarra a mais para se livrar do seu marido.
Entretanto, ela adora crianças e não via a hora de poder ser mãe. Por isso, ter a oportunidade de conviver com seu sobrinho era para ela, uma benção.
Depois de se certificar de que o menino dormia tranquilo, Ah-Lis retirou a fralda da babá eletrônica e abandonou o quarto em silêncio.
O dia começou intenso naquela quinta-feira. Pela janela do quarto, Ah-Lis percebeu que no jardim da mansão, alguns homens montavam uma área e um conjunto de pessoas ensaiavam músicas em violinos, violoncelos, piano e flauta. Provavelmente a homenagem de 49 dias de falecimento do pai de Liz seria um grande evento.
Depois de arrumar a cama, resolveu tomar uma ducha bem rápida. Saía do banheiro vestida apenas de toalha quando percebeu a presença de Tae Gun no seu quarto e congelou no lugar.
– De novo a cama arrumada? – falou Tae Gun, naturalmente, mais preocupado em observar a cama do que Ah-Lis ali seminua.
Ela, pelo contrário, enrubesceu de vergonha. Nunca nenhum outro homem além de seu marido a tinha visto daquela forma.
E ficou com medo de que ele notasse as marcas roxas na perna e em outras partes do corpo. A cor já estava bem amena, mas ainda assim, as manchas estavam lá, visíveis, se ele chegasse mais perto para ver.
– De qualquer forma, trouxe o vestido que eu gostaria que usasse, se for possível. Eu peço mais uma vez que pense na situação, Liz. Pare de querer provocar seu pai. Eu aposto que ele não está por aí para ver o que você faz ou deixa de fazer.
– Você não acredita na vida após a morte? – perguntou Ah-Lis, perturbada com o que Tae Gun dissera. Aquele era um tópico importante para ela que viveu sempre em um orfanato católico. Sua crença era o que a manteve viva durante os momentos de maior dor, por isso, achava muito triste os que não tinham uma fé para se apoiar.
– Como se você acreditasse… – debochou Tae Gun, depositando uma caixa branca enorme sobre a cama de Ah-Lis.
Ah-Lis suspirou aliviada quando ele saiu e abriu a caixa branca para ver o conteúdo.
Era o vestido mais lindo que já vira. De todos os vestidos que Liz-Ah possuía, era o mais belo. Era preto e tinha um decote profundo em “v” que valorizava o seu colo. Como uma princesa, a saia era rodada e bufante com um tecido brilhante e leve ao mesmo tempo. Era um vestido de luto, mas ainda assim, elegante e belíssimo.
Sentiu alguma dificuldade para se arrumar. Não costumava vestir coisas assim. O sapato (que também viera na caixa) era saltiagudo o que deixou Ah-Lis tensa.
Sempre costumava usar sapatilhas e saltos baixos para facilitar o trabalho do dia-a-dia. Diferente da irmã, não conseguiu fazer aquela maquiagem pesada, mas pintou como pode os olhos e colocou uma sombra com tom sobre tom que ficou bem na sua pele clara.
Por fim, admirou-se na frente do espelho. Parecia mesmo a sua irmã, elegante, os cabelos arrumados, maquiada. Mas sentia-se muito insegura e tremia de medo por alguém descobrir que ela não era Liz-Ah.
“Acalme-se, disse a si mesma. Se a família e a amiga de Liz-Ah não descobriram, ninguém haverá de saber…”, enquanto dizia isso, mantinha os olhos fechados. Quando os abriu, viu pelo reflexo do espelho que Tae Gun estava atrás dela e a observava.
– Você está bonita, muito bonita, Liz. Obrigado por ter concordado em vestir o que sugeri.
– Mas eu achei lindo o vestido! É como os vestidos daqueles contos de fadas! Nunca tive um traje tão bonito – falou Ah-Lis, empolgada e levada pela emoção.
Tarde demais percebeu que havia se excedido.
Tae Gun a observava com o cenho franzido visivelmente desconfiado.
– Eu não sei o que você anda planejando, Liz-Ah… Se está pensando em me conquistar novamente bancando a doce inocente, acho que está perdendo seu tempo. Não vou mudar o que eu disse no dia do funeral do seu pai. Sempre respeitei muito o meu sogro Baek Ha Ri e por isso, não vou abandoná-la depois da morte dele, mas não pense que vou deixá-los aqui por muito tempo. Assim que sua mãe se restabelecer, você, sua mãe e seu irmão vão sair da minha casa e da minha vida para sempre. Vou pagar uma gorda pensão, mas não quero mais vocês perto de mim.
Ah-Lis não sabia o que dizer. A situação entre Tae Gun e Liz-Ah estava mais difícil do que Ah-Lis imaginava. Talvez mais difícil do que Liz-Ah imaginava, até.
Talvez Liz-Ah soubesse de tudo, afinal, Tae Gun referia-se a algo que ele dissera a ela no dia do funeral do pai, mas gostaria que sua irmã gêmea tivesse lhe dito mais detalhes e menos mentiras.
A homenagem e celebração dos 49 dias do falecimento acabaram se tornando uma grande festa. Havia um palco montado no jardim e várias mesinhas redondas e cadeiras espalhadas por um grande piso de madeira montado sobre a grama do jardim, antes do grande labirinto verde.
Havia uma grande foto numa tela no palco e Ah-Lis logo imaginou que se tratava de Baek Ha Ri, pai de Liz-Ah, de quem a irmã não deixara nenhuma foto.
Ficou com muito medo durante a festa, por não conhecer aquelas pessoas, mas por sorte, ficou ao lado da mãe de Liz, Na Kyo, durante todo o tempo. A elegante socialite Na Kyo tomava a iniciativa em cumprimentar as pessoas, geralmente pelo nome. Ah-Lis então imitava, fingindo conhecer cada um deles.
Tudo saiu muito bem, com exceção de uma mulher ruiva que quando apertou a mão de Ah-Lis colocou força descomunal machucando sua mão e quando ela se aproximou de Ah-Lis, sussurrou no seu ouvido:
– Você me paga, cachorra vadia.
Ah-Lis ficou assustada com a mulher, mas quando ela se afastou, sorriu como se fossem boas amigas e logo se afastou.
Enquanto observava a ruiva, escutou sua mãe levantando a voz, melindrosamente.
– DR. SUN DOO YO… OH, MEU DEUS, ACHEI QUE NÃO VIRIA! – disse Na Kyo exageradamente, quando um homem adentrou o jardim, por dentro da casa. Ah-Lis virou-se automaticamente para contemplá-lo. Era um homem bonito.
Ela um homem bonito, mas parecia tão parecia perigoso quanto sua irmã o pintara, por isso, deveria ter cuidado com ele. Ele aproximou-se de Na Kyo como uma cobra, com um sorriso debochado no rosto. Ah-Lis odiou-o no mesmo instante. Era ele quem estava destruindo a vida e a felicidade da sua irmã. Quando ele deu a mão para ela, Ah-Lis hesitou por alguns segundos, mas com medo de ser descoberta, resolveu cumprimentá-lo. Ele sorria como se fosse um cordeirinho, mas quando chegou perto do ouvido de Ah-Lis, sussurrou:
– Que diabos está havendo com você?
Ah-Lis ficou quieta e quando ele se afastou, não conseguiu disfarçar uma cara de desagrado. Olhou em volta e percebeu que a alguns metros de distância, Tae Gun olhava para ela, como se estivesse desconfiado de algo. Saberia ele do caso de Liz-Ah com Sun Doo Yo? Segundo Liz-Ah, Tae Gun não sabia de nada. Esperava que fosse assim.
Quando chegou no momento da homenagem, Tae Gun subiu ao palco. Disse, num pequeno discurso que Baek Ha Ri era um homem nobre, o maior prefeito que a cidade já tivera, um sonhador. Ah-Lis desejou poder conhecer aquele homem que despertava a admiração de Tae Gun que, esse sim, despertava a admiração de todos os presentes. Pensava distraída quando escutou seu nome e, despertando, olhou para o palco.
– Liz-Ah, venha… está na hora de fazer sua homenagem a seu pai. – Tae Gun dizia.
Ah-Lis não entendia, mas todos começaram a bater palmas, então ela se levantou e andou vagarosamente até o palco, ainda sem entender direito.
– Liz-Ah tem um talento excepcional para fazer discursos. – continuou Tae Gun a falar. – Tenho certeza de que ninguém saberá retratar em palavras Baek Ha Ri tão bem quanto sua querida filha, minha esposa, umas das artistas plásticas mais brilhantes da atualidade.
Ah-Lis petrificou. Não que fosse uma ignorante. Pelo contrário, adorava discursar, principalmente ensinar e ensinava artes, algo que a aproximava de sua irmã. Entretanto, como ela poderia descrever o pai falecido de Liz-Ah se sequer o conhecera. “Deus, meu Deus, e agora?”, Ah-Lis perguntou-se sem saber o que fazer.
Tae Gun desceu do palco depois de ajudar Ah-Lis a subir.
Ela olhou em volta, tentando pensar rápido, por fim, aproximou-se do microfone preparado para ela.
– Er… – começou, apavorada. – Er… hoje é um dia muito especial. Um dia em que nos lembramos do meu pai. Nós… nós tínhamos nossas diferenças como… como qualquer pai e filha, mas… meu pai…
Ah-Lis não sabia o que dizer. O que diria se aquele homem fosse realmente seu pai, o que poderia dizer?
– M-meu pai… abriu o seu coração e fez por mim o que nenhuma outra pessoa poderia fazer… ele me adotou, me acolheu, deu-me amor e respeito e ensinou-me a ser quem eu sou… – Tentando buscar inspiração em volta, Ah-Lis olhou em direção de onde estava a pequena harmônica e onde um enorme piano de cauda estava. No mesmo instante teve uma ideia… – E por que as palavras não bastam para descrever o amor de uma filha por um pai, vou fazer uma coisa que vem do meu coração e da minha alma. Eu vou cantar e tocar uma canção que vou dedicar a meu pai…
Ah-Lis se aproximou de onde o piano estava. O homem que antes estava tocando saiu para dar lugar a ela. Ah-Lis sentou-se e olhou para as teclas. Que homenagem poderia fazer?
Irmã Ye Soo Jung a havia ensinado a tocar quando era uma menina. Ainda hoje, quando visitava o orfanato nos finais de semana, costumava praticar.
Aquele piano de cauda negro e vistoso era muito diferente do velho piano que havia no orfanato, mas sabia que poderia tocar bem.
Pensou em alguns segundos no que iria tocar, depois decidiu tocar uma música que compora há muitos anos atrás, num dos aniversários de Ir. Ye Soo Jung para homenageá-la. A canção falava de uma amizade construída a cada passo que as agruras da vida não podiam sufocar.
Quando terminou de cantar, percebeu um silencio sepulcral. E quando se levantou, o público presente explodiu em palmas. Ah-Lis agradeceu com uma reverencia e voltou tranquilamente a seu lugar. Han Kyo, Na Kyo e Tae Gun olhavam para ela como se ela fosse alguém totalmente diferente.
O prefeito da cidade, um deputado e um vereador também se pronunciaram com breves discursos, depois o jantar passou a ser servido.
A harmônica, então, recomeçou a tocar e alguns casais passaram a dançar numa área preparada para tal.
– Tenho certeza que Ha Ri está chorando de alegria e emoção onde está agora depois dessa homenagem! – falou Na Kyo. – Meu Deus, Liz-Ah… sua voz é linda… e você toca piano?
– É… desde quando toca piano assim, sis…? – perguntou Han Kyo, com ar de indignação. – Você abandonou as aulas quando tinha dez anos. Vai dizer que aprendeu online a tocar assim?
– Nunca imaginei que pudesse cantar… – falou Tae Gun, parecendo calmo – Nem vou falar do piano…
– Er… eu… tenho feito aulas às escondidas. – falou Ah-Lis, pensando rápido – Eu não queria que ninguém soubesse, até poder tocar bem.
– Bem o suficiente para arrasar nesse circo? – perguntou Han Kyo, desconfiado.
– Han Kyo… não é nenhum circo. Seu pai merece essa homenagem. – reclamou Na Kyo.
– Ah, mãe… depois do que ele fez com a gente? Merece mesmo essa homenagem? – desabafou Han Kyo, irritado. – Pra mim tudo isso não é mais do que um circo. Não consigo te reconhecer, Liz-Ah. Sei que está com medo de perder Tae Gun, mas não acredito que se sujeitou a fazer uma homenagem como a que fez… você sempre foi a primeira a odiá-lo, sempre.
Han Kyo levantou-se completamente alterado. Ah-Lis fez menção em segui-lo, mas Tae Gun segurou sua mão para que não se levantasse. Na Kyo, em seu lugar, levantou-se e sumiu por entre os convidados atrás do filho.
– Eu sei que Han Kyo está aborrecido. E para falar a verdade, Liz-Ah, há duas semanas atrás quando você disse que queria fazer um discurso durante a homenagem, achei que subiria naquele palco e que faria alguma coisa esdrúxula para ridicularizá-lo.
Ahlis franziu o cenho imaginando se sua irmã seria capaz realmente de fazer algo assim durante a homenagem do pai.
– Eu estava psicologicamente preparado para esperar pelo pior. E havia convencido a mim mesmo que seria a última vez. – desabafou Tae Gun – Entretanto, o que você fez, Liz-Ah, a canção, sua voz angelical, o piano… me surpreendeu. Eu não sei se isso foi sincero como você quer me fazer crer, ou foi alguma estratégia sua. De qualquer forma, é meu dever dizer “obrigado”. Significou muito para mim. Sei que você odiava seu pai, mas ele era muito importante para mim. Meu sogro foi um modelo para mim. Infelizmente, ele não foi tão inteligente nas escolhas, mas sei que ele tentou fazer o melhor.
Ah-Lis ficou a contemplar Tae Gun sem entender direito o que havia acontecido. Era óbvio que tanto Liz-Ah quanto Han Kyo odiavam o pai, mas não sabia por qual motivo. De qualquer forma, achou que agira como poderia, nas circunstâncias que se lhe haviam apresentado.
Ah-Lis ficou calada. Achou que era o melhor a fazer.
Tae Gun não continuou o comentário, até por que um importante político, um vereador que Ah-Lis não fez questão de memorizar o nome, sentou-se na mesa deles e ambos ficaram discutindo algo a respeito de um prédio abandonado, se deveriam ou não tombá-lo.
Ah-Lis descobriu que Tae Gun, além de ser o poderoso Chaebol de do grupo Chae, a maior importante empresa da cidade, também fazia parte do conselho cultural de patrimônio, que avaliava os patrimônios materiais e imateriais da região, avaliando sua importância.
Ah-Lis não pode deixar de sentir-se um pouco ignorante. Sua cultura era muito diferente. Ela preocupava-se com seus alunos e em ser uma boa professora e uma boa orientadora.
Fora dos muros da escola, preocupava-se em sobreviver dia-após-dia na presença de Kim Tae Hoon.
Nos finais de semana, quando podia escapar de seu marido, ia ao orfanato, ajudava como podia a irmã Ye Soo Jung, participava da missa e retornava para casa, sempre tomando o cuidado para voltar antes de Kim Tae Hoon.
Sua vida era limitada a horários e tarefas menores, assim julgava ela, ao contrário da postura de sua irmã que participava dessa roda de amizades e pessoas que eram importantes políticos, empresários, filantropos da cidade.
Entretanto, sabia que podia confiar na sua diretora, sabia que podia confiar na Irmã Ye Soo Jung e nas crianças. Aqui, nesse mundo de ricos e poderosos, ninguém parecia confiar em ninguém e todos tinham segredos.
Ah-Lis levantou-se depois de alguns minutos fazendo o papel de estátua, uma vez que não podia opinar no assunto.
Havia visto sua amiga em algum lugar e tentando encontrá-la, penetrou no pequeno labirinto de cerca viva nos jardins da casa. Escutava vozes e risos de dentro do labirinto, provavelmente de pessoas tentando achar a saída.
Virou uma esquina quando deu de cara com Sun Doo Yo. Assustada, não conseguiu evitar quando ele simplesmente a jogou contra a cerca viva e apossou-se de seus lábios, apaixonadamente. Ah-Lis empurrou-o, mas como Sun Doo Yo era um homem grande, quase tão alto quanto Tae Gun, foi custoso para ela afastá-lo.
– Joguinhos, Liz? De novo? Que diabos pensa que eu sou? – falou ele, enfiando uma mão por dentro do decote de Ah-Lis que recuou apavorada, ajeitando o belo vestido no lugar. – Sua falsa homenagem me deixou excitado. Está vendo como você me deixou? – disse ele, esfregando sua virilha contra cintura dela.
– Pare! Alguém pode nos ver. – Disse ela, fingindo. Na verdade, não queria aquele homem asqueroso tocando nela.
– Isso nunca te incomodou antes, Liz-Ah. Você anda muito estranha, não tem ido aos nossos encontros. Não vou te esperar por muito tempo e você sabe disso. Um homem como eu tem necessidades que precisam ser supridas…
Ah-Lis teve vontade de vomitar. Era ele quem obrigava Liz-Ah a ter um caso, mas ele fazia entender que era o contrário. Será que poderia confiar em Liz-Ah quanto a relação dela com Sun Doo Yo?
– Er… Tae Gun anda desconfiado. – respondeu ela, pensando rápido, olhando em volta pensando em correr dali se aquele homem continuasse querendo avançar em cima dela. – Eu preciso voltar…
Quando Ah-Lis deu-lhe as costas, entretanto, sentiu as garras daquele homem em volta do seu braço.
– Tome cuidado com quem brinca, Baek Liz-Ah…
Ah-Lis saiu do labirinto de pernas bambas e voltou a mesa onde Tae Gun ainda discutia com o tal vereador. Por sorte, Tae Gun nem percebeu sua presença e então Ah-Lis pode ficar muitos segundos respirando até restabelecer sua cor normal.