Entre Amor, Ódio e Amor. – Cap. 3

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Depois de uma semana

Ozan Sari


Primeiramente, Ozan entrou no restaurante, o ambiente não lhe agradava. Todos ali, falavam alto, como estivessem vendendo algo na feira livre.
Se dirigiu para os fundos, avistou o senhor Besim, foi até ele, e se sentou a mesa que era para 6 lugares. Deixou sua maleta na cadeira ao seu lado. O homem robusto, sorriu ao ver que o seu futuro cliente era de boa aparência, isso lhe garantia dinheiro certo. Ozan chamou o garçom e pediu 2 almoços, a especialidade da casa.

O detetive Besim estava curioso, pois ao telefone Ozan foi exigente, pedindo para encontrá-lo com urgência. Entretanto, ao conhecê-lo pessoalmente, esse era um poço de paciência.
– Como já me apresentei por telefone, sou discreto e faço o trabalho no maior sigilo. / falou Besim puxando a conversa.

Detetive Sr. Besim.


– Mataria alguém se eu pedisse? / perguntou Ozan sem rodeios.


– Não fale isso aqui! Aqui é zona perigosa. Eu trabalho com outro ramo. Não faço esse tipo de trabalho. Contudo, se quer mesmo sumir com alguém, posso te indicar um conhecido. Faz tempo que não o vejo. Contudo, o contato dele ainda funciona. / explicou o detetive um tanto intrigado com o cliente.
Ozan ficou avaliando o tipo de pessoa, que Amir havia contratado.
– Vou direto ao assunto. Espero que entenda o que pretendo. / retrucou Ozan convencido de que estava certo.
– Então, pode falar! Caso de adultério, encontrar pessoas sumidas, incriminar alguém. Eu garanto o meu serviço. Consigo grampear até o presidente!

Sem motivo, o Sr. Besim deu gargalhadas, como o que, ele tinha acabado de falar, fosse uma piada. Entretanto, Ozan não achou graça, seu semblante continuou sério. O detetive ficou quieto, e olhou para Ozan, um pouco chateado. Então, Ozan começou falar assim, que o detetive se mostrou concentrado no assunto.

– Sei que o Sr. Amir Kenir Keskin é seu cliente. / comentou Ozan.

– Ele me recomendou? / perguntou o homem convencido de suas habilidades.

– Quero saber o que ele pretende? Caso encontre a senhorita Anika e a senhora Esmeray! / perguntou Ozan, tirando da sua maleta, duas pastas pretas. Colocando em cima da mesa, diante do detetive.

Imediatamente, o detetive fechou o semblante amistoso. Então, começou a desconfiar de Ozan.

– E por que, quer saber? / interrogou o detetive desconfiado.

– Eu estou representando o senhor Raif Keskin, o pai do senhor Amir.

Senhor Raif.

– Mesmo assim, o meu trabalho é sigiloso! Não posso dizer! Tenho que proteger os interesses do meu cliente. / retrucou o detetive, mostrando estar descontente com a conversa.

– Não acredito muito nisso! Não foi isso que fiquei sabendo! / explicou Ozan, fazendo pouco caso do detetive.

– Como assim? / o Sr. Besim ficou irritado.

– Não precisa se preocupar com o dinheiro, vai ser pago em dobro. / justificou Ozan ao detetive.

– Em dobro, para quê? / perguntou o Sr. Besim curioso.

Ozan tirou de uma das pastas uma foto de Anika com sua mãe. Colocou em cima da primeira pasta.

– O senhor Amir está procurando por elas, não é? / na foto Anika tinha 15 anos. Ainda estava com a cicatriz, e ela e a mãe estavam trabalhando na feira livre. Ambas maltratadas pelo trabalho pesado.

O detetive tinha apenas uma foto da Anika, e de quando era criança.

– Está mais informado do que eu! O que pretende? / perguntou o Sr. Besim percebendo que Ozan era eficiente.

– Quero que o Senhor as mate! / falou Ozan muito calmo.

O detetive arregalou os olhos espantados.

– O senhor Amir não vai gostar de saber disso! Ele me pediu para encontrá-las, e vigiá-las. Certamente, ele não quer as matar. / respondeu o detetive preocupado.

Ozan abriu a primeira pasta e mostrou os documentos e recortes de jornais. Havia muito material sobre a mãe e sobre Anika.

– Pegue isso como provas. / exigiu Ozan.

– O que isso significa? / retrucou o Sr. Besim, olhando os papéis.

– É só você estudar o caso. Aí estão todas as informações. Vai ver, que o nome das duas estão na lista das vítimas desaparecidas no incêndio do cortiço da região de Gecekondu, há 8 anos. É só apresentar para o Sr. Amir, as evidências, que comprovam que elas estão mortas. Assim, encerra o seu caso.

– Você quer, que eu convença o Sr. Amir Keskin, que mãe e filha estão mortas? Pelo visto, essas mulheres são mais importantes, do que eu pensava! Certamente, tudo indica que estão vivas! E talvez com outro nome! / concluiu o detetive depois que viu a papelada e ouvir as exigências de Ozan.

– O senhor Amir não precisa saber do paradeiro delas. / justificou Ozan.

– E, se eu, não seguir o seu plano? / perguntou o detetive, sabendo que o Ozan exigia silêncio. Mas, era necessário convencê-lo.

Ozan pegou a segunda pasta, abriu e entregou um dossiê do detetive, na mão dele. Besim olhou rapidamente, vendo que tinha informações vergonhosas, do início da sua carreira. Muito fatos com detalhes. Besim, sabia que Ozan tinha uma fonte especialista. Tudo que até então, ele conseguiu esconder, foi cavado por Ozan. Aquele homem era mais perigoso e assustador que muitos policiais que ele conhecia. Sua fonte era importante e confiável. Diante da situação ficou calado, estudado o perfil de Ozan. Qual seria a sua atitude diante de tantas informações?

– Pode ficar com seu dossiê. Mas, lembre que está sendo monitorado. Pense bem no que vai falar com o Sr. Amir / falou Ozan muito focado.

Nessa hora o garçom chegou, pediu licença e foi colocando o pedido na mesa. O detetive, pegou as pastas e colocou na sua maleta que estava no canto da mesa, e mudou sua maleta de lugar, colocando na cadeira ao seu lado.

Quando o garçom saiu, Ozan se levantou, pegando sua maleta de couro preto.

– Fazendo o seu serviço, pagarei o dobro que você combinou com o senhor Amir. Depositarei o valor na sua conta pessoal. Não precisa se preocupar, eu pagarei o almoço.

Ozan terminou de falar, e sem querer ouvir mais nada, saiu na direção do caixa do restaurante. O detetive, seguiu o movimento de Ozan, vendo ele pagar a conta e sair do local, com elegância. E falou em baixo tom de voz.

– Esse homem é perigoso! / falou de uma maneira, como quisesse alertar ele próprio.

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra