Depois de me envolver profundamente em Esaret, decidi explorar outra trama de vingança com uma protagonista igualmente sofredora: Flores de Sangue. A história gira em torno de duas famílias que se tornam inimigas mortais depois de uma tragédia, bem Shakespereana.
Baran lidera a rica e influente família Karabey, em busca de vingança e de restaurar a honra de seu sobrenome. Do outro lado, temos os Demir, uma família simples que vive do trabalho em um restaurante.
Um tiroteio no passado resultou na morte da mãe de Baran e deixou seu pai tetraplégico.
De acordo com as leis sociais e culturais dessas famílias, a dívida deve ser paga com sangue, exigindo a morte de alguém da família dos supostos assassinos.
Então, a trama segue a perseguição da família de Baran aos Demir, levando a um dilema quando finalmente os encontram.
O desejo de vingança é forte, mas Baran confronta sua consciência, percebendo que tirar a vida de alguém não trará de volta sua mãe nem resolverá os problemas familiares decorrentes da tragédia.
Assim, ele propõe uma alternativa: que lhe entreguem uma das filhas dos Demir.
Teoricamente, Dylan não é realmente filha dos Demir, por isso, sua mãe adotiva (que não é a mais amorosa do mundo), coloca esse fardo nas costas da pobre Dylan que é levada pelos Baran.
Yagmur Yuksel e Baris Baktas são os atores encarregados de dar vida aos protagonistas que estabeleceram uma bela química juntos. A dinâmica entre Baran e Dylan possui um equilíbrio fascinante. Baran é um homem taciturno e imponente, e Dylan, uma mulher que desafia suas atitudes drásticas, oferecendo alternativas sensatas.
Ele, comanda o império dos Baran; ela é uma estudante entusiasta que quer continuar sua vida acadêmica no exterior, mas seus planos definham por causa dessa rivalidade entre as famílias.
Baran e Dilan representam o clássico inimigos que se apaixonam, enfrentando obstáculos familiares, violência e falta de confiança. Ambos são imprevisíveis, constantemente desafiando as expectativas um do outro.
Baran, embora inicialmente rude e distante, revela um lado protetor e honrado à medida que a história avança.
A vilã Azade Hanim, avó de Baran, adiciona uma camada de crueldade à trama, ameaçando tornar a vida de Dylan um inferno. Sua caracterização como uma antagonista implacável traz tensão à história, criando desconforto e incerteza sobre o destino dos protagonistas.
Cenas em que Azade Hanim faz suas maldades com a pobre Dylan são de cortar o coração. Ficamos à espera de um Baran salvador, o que é um pouco desconcertante para a nossa cultura, que não espera pelo homem para resolver seus problemas, porque quer e pode fazer isso sozinha.
Porém, em muitos momentos, a determinação e leveza de Dylan se contrapoem e desconcertam o imponente Baran, rompendo com aquele esteriótipo de princesa/dona de casa, pois Dylan é sagaz e moderna.
Ao mesmo tempo, Baran revela um lado protetor quando Dylan está em perigo, caindo no esteriótipo maxista turco do homem patriarcal.
Ao comparar Flores de Sangue Esaret, percebemos muitas semelhanças, principalmente entre Baran e Orhun. Já Dylan e Hira são bem diferentes. Enquanto Hira, por ter sido uma escrava toda sua vida, tem uma postura submissa, amargando um crime que jamais cometeu, Dylan se sente injustiçada porque não pode continuar seu sonho de ser uma acadêmica.
Porém, ambas as tramas envolvem casais que passam por desafios e intrigas, proporcionando momentos românticos e emocionantes.
Então, se você ainda não assistiu Flores de Sangue, fica a dica e o link abaixo: