A viagem até a casa de Tae Joon Ki foi terrível para Yumi. Ela estava presa a uma maca dentro da ambulância que a levava, acompanhada por um médico e dois enfermeiros. Ainda assim, ela podia sentir cada lombada, cada buraco, cada curva feita na estrada. Parecia que todo o seu corpo estava sendo cravado de agulhas.
Quando enfim a ambulância estacionou diante da entrada principal da mansão de Tae Joon Ki, Yumi deu graças a Deus, embora soubesse que iria entrar na toca do leão.
A maca foi encaminhada pelos enfermeiros até um quarto luxuoso e preparado como se fosse um mini-hospital: havia duas cadeiras de rodas, uma motorizada e uma para banho, pedestal para soro e um aparelho de monitoria para o coração. Era um exagero, mas Yumi não disse nada. Não havia sinal de Tae Joon Ki e por isso, Yumi agradecia.
Sabia que agora não tinha mais volta e que, possivelmente, não sairia com vida daquela mansão. Tae Joon Ki a manteria uma prisioneira para sempre. Quando enfim, os enfermeiros a colocaram sobre a cama gigantesca do quarto, Yumi respirou suando frio pelas dores que perpassavam todo o seu corpo.
– Eu posso lhe dar um analgésico se estiver com muita dor…- disse o médico que veio com Yumi.
Sem conseguir emitir um só som, Yumi assentiu com a cabeça. Entretanto, quando o médico estava prestes a lhe aplicar uma dose, Tae Joon Ki apareceu no quarto.
– Isso não é necessário, doutor. Eu mesmo irei cuidar de Yumi, obrigado. – disse ele, indicando que o médico deveria sair.
– Ela está com muitas dores, Sr. Tae Joon Ki… – replicou o médico, hesitante em deixar a paciente, principalmente, pela expressão de puro terror que estava estampada na face de Yumi.
– Já lhe disse que não é necessário! – respondeu Joon Ki, seriamente. – O senhor pode ir, eu lhe chamarei quando precisar.
O médico piscou nervoso sem saber exatamente como agir, mas em seguida, fez um sinal com a cabeça e saiu do quarto, abandonando Yumi às próprias dores.
– Deixem-me a sós com ela. – disse Joon Ki e os outros enfermeiros também saíram do quarto.
Yumi começou a chorar sem conseguir controlar as próprias emoções. Seu quadril doía muito para que conseguisse gritar ou pedir por ajuda então tudo o que conseguia fazer era gemer baixinho, tentando controlar a respiração.
– Não se preocupe… a dor irá passar num segund0o. – disse Joon Ki, tirando do paletó um frasco com uma estranha essência azul brilhante. Ele sentou-se do lado de Yumi, passou a mão envolta do seu pescoço e ergueu-a o suficiente para derramar em seus lábios algumas gotas daquela solução que Yumi sorveu. Era refrescante e, por incrível que parecesse, parecia aliviar a dor.
Quando Joon Ki terminou de dar-lhe de beber aquela estranha essência, Yumi já respirava normalmente finalmente aliviada. A dor parecia evaporar-se do seu frágil corpo.