Salva Pela Maldição – Cap 38 Yan Min

Capítulo 38 – Yan Min

Yan Min, estando 7 meses presa no cemitério, o seu divertimento era assustar as pessoas que andavam na calçada. Ela os acompanhava, andando no muro. Uns reclamavam de arrepios pelo corpo, mas divertido mesmo era, quando um deles conseguia, vê-la, e desesperado corria apavorado.

Isso realizava durante o dia. À noite, ninguém se atrevia andar por ali. Então naquela noite, teve a ideia de ficar pulando e se agitando em cima do muro, tentando chamar a atenção dos motoristas. Ficou surpresa quando foi repreendida por um fantasma de uma senhora, com aparência de 40 anos, usava um hanbok feminino, roupa tradicional do tempo de Joseon.


— Pare com isso, mocinha! Sua maluca, quer matar alguém?


Yan Min olhou para baixo, viu a mulher fazendo cara feia para ela, parecia realmente incomodada com sua atitude. Então, respondeu irritada.

— Claro que não! Só quero me divertir um pouco!
— Não passou por sua cabeça oca que essa sua atitude pode causar um desastre? E, se alguém morre? O que tem isso de divertido? – a senhora repreendeu Yan Min severamente.


— Mas, quem é você para me dar sermão? – perguntou Yan Min curiosa.

No entanto, a senhora ignorou a pergunta, continuando o sermão.


— Se alguém morrer, devido a sua atitude irresponsável, acarretará, mais dívidas em sua ficha existencial. – completou a senhora.


— Ah? Que ficha existencial? Do que está falando? – indaga Yan Min assustada.

— Pelo visto não foi visitada por um iluminado, e nem se apresentou no setor pós-morte! – a mulher lhe olhou com pena, um olhar que fez Yan Min se sentir irritada, e sua fumaça escura intensificou ao seu redor. Contudo, estava curiosa, então quis tirar as dúvidas.

— Já ouvir falar sobre os iluminados? Faz mais de 1 ano que morri! Entretanto, até agora só vi as criaturas sombrias, e fantasmas como eu. – retrucou Yan Min – O meu ex-namorado esteve me procurando, falando dessas bobagens.

— Bobagem? Pensa que a vida e a morte é uma bobagem? Tenho te visto, aqui esse tempo todo! Não sai daqui para nada! E não se preocupa com isso? – pergunta a mulher provocando Yan Min.

— Como sabe que estou presa aqui? Como me vê? Se para mim é a primeira vez que a vejo? – retruca Yan Min espantada.

— Você é mesmo desligada! Vária vezes nos cruzamos, e fiquei curiosa, então perguntei aos outros, e me falaram de sua situação. – justifica a senhora.

— Até os fantasmas são fofoqueiros! Mortos linguarudos! – Yan Min olha para a mulher com arrogância. – Mas, até agora, a senhora não me falou quem é? – questiona Yan Min.


— Sou apenas uma morta normal! E, era para você também ser assim! Então, se comporte, para não ir para os lugares sombrios! Nada de ser influenciada pelos grupos escuros. Já te vi os observando! Eles não são boas companhias, só vão prejudicar sua evolução.

— Que papo sinistro é esse? Não entendo nada do quê está falando! – reclama Yan Min.

— Já visitou alguma comunidade espiritual evoluída? – pergunta a senhora.

— Não sei de nada! E nem posso saber! Como você sabe, estou presa nesse local. Mesmo eu, querendo me aventurar com os sombrios, não consigo! E não me meto com eles, pois ouvi vários conselhos, de não me envolver com eles. Quando morri, só acompanhava os meus filhos, e aquele desgraçado, do meu ex-marido!

— Isso é bom, pelo menos não entra em confusão. Mas aqueles sombrios, são da pior espécie! Categoria baixa, são os vampiros, sugam a energias da matéria e dos sentimentos. O alimento preferido deles, é o medo. Por isso assombram as pessoas.

— Vampiros de verdade? Mas, eles não se parecem com os dos filmes? – pergunta Yan Min curiosa.

— Você é uma morta muito desligada! Até agora não se preocupou com o seu estado atual. Não sabe o porquê, que ainda não subiu? Sabe por que está presa aqui? Nem sabe por que estava se sentido satisfeita com a sua atitude, de ficar assustando os vivos? – indaga a senhora.

Yan Min ficou pensativa, olhou aquela mulher com curiosidade. Como ela poderia saber, que ela estava realmente se sentindo feliz, em assustar os coitados que passavam por ali. Como ficou calada, a mulher continuou falando.

— Tem vários tipos de vampirismo! Pare de assustar os coitados. Se você não notou, esse sentimento que te deixou alegre, é a energia do medo. Esse tempo todo você está se alimentando com essa energia. – explicou a senhora.

— Eu me alimentei? – perguntou Yan Min incrédula.


— Mas, é passageira! É pura ilusão! Dura pouco, e te vicia, fazendo você cometer mais atitudes irresponsáveis como essa, que acabei de te impedir. Então, se quer energia boa, deve ir aos velórios, lá pode se alimentar de vários tipos de energia, que não são prejudiciais para nossa evolução. – continuou a explicação.

A mulher, não era escura como ela. No entanto, pegou a sua não com facilidade. Yan Min, sentiu um calor, coisa que há muito tempo não sentia. A vida de morta, era fria como um piso de mármore, nos dias de inverno.

— Mas, quem é a senhora? – agora Yan Min pergunta de maneira carinhosa, completamente interessada com o que acabou de ouvir.

— Sou uma morta, preocupada com sua evolução. Já vi alguns fantasmas como você irem para lugares terríveis. Você me parece uma mocinha boa. Então, não quero te ver em apuros. Pense no que falei, e deixe de assustar os vivos. – a senhora soltou a não de Yan Min, e continuou.

— Na vida, já temos muitas preocupações! Eles não merecem serem incomodados com os nossos problemas! Se não for para ajudar, não os perturbe.

Dizendo isso, saiu andando em direção do prédio onde ficavam os armários mortuários. E se sentou em um banco no pátio principal, uns 10 metros da porta do edifício. Yan Min a seguiu silenciosa, aquela mulher fazia ela se sentir bem. Sentou ao lado dela, e perguntou.

— Se você não é um espirito ruim! Por que continua aqui?

— Estou de passagem! Tenho permissão para visitar alguém que gosto, e também a minha mãe. Falarei com a minha mãe essa noite.

— Visitar sua mãe? Ela já não morreu?

— Não! Ela é uma senhora de 80 anos. Está em um asilo.

— Mas, você não é da época de Joseon?

A senhora riu divertidamente.

— Morri em um acidente, quando estava indo para o casamento de minha sobrinha. Por essa razão estou usando um hanbok. – explicou a mulher ainda rindo.

— Ah, Entendi! Eu também morri em um acidente! – nesse momento mesmo querendo falar da injustiça cometida pelo Goon, Yan Mim não teve coragem. De alguma maneira não queria relembrar aquilo. Poderia causar sofrimento na mulher. Então perguntou. — Como você falará com ela? Isso é possível?

— Sim, é possível! Os vivos conversam conosco durante os sonhos. Durante o sono, o espírito dos vivos saem do corpo, e pode fazer, várias coisas. Durante o sono podemos ir em vários lugares e conversar: com nosso anjo de guarda, com amigos e conhecidos mortos ou vivos, com nossa chama gêmea, ir em reuniões. E também visitar a biblioteca dos registros de reencarnações, e muito mais.

— Tudo isso, em uma noite? – indagou Yan Min incrédula.


— Claro que não? Tem um tempo limitado. Então, fazemos o que é mais importante.

— Eu também posso fazer isso? – perguntou Yan Min esperançosa.

— Claro, apenas tem que descobrir o que te prende aqui. – orientou a mulher.

— Fiquei presa aqui depois que o meu ex-marido visitou meu mortuário.

— Então, ele deve ter feito algo, pode ter colocado um objeto ou talismã!

— Realmente, antes de ele vim aqui, ele esteve em um Xamã!

— Tente achar e retirar. Assim, poderá voltar a ver seus filhos.

— Mas, como eu tirarei? Eu não consigo fazer o que os sombrios conseguem! Eles podem mexer as coisas, eu não. – justificou Yan Min.

— Pense em alguém de confiança, isso pode fazer essa pessoa vir até aqui. Então ela tirará para você.

— Tem certeza?

— Pode fazer, que eu garanto! Ela virá assim que pensar nela fortemente. Agora vou indo, já está na hora de me encontrar com a minha mãe. Até logo, mocinha, e se cuide.

— Até logo – respondeu Yan Min se sentindo entristecida, a presença daquela mulher lhe fazia bem.

Depois daquilo, a mulher desapareceu suavemente da frente de Yan Min, e reapareceu em um asilo.

Mas a sua aparência mudou assim que entrou no corredor do local. Da mulher usando hanbok, sua aparência se transforma em um jovem alto e bonito, como ele era quando namorava Yan Min.

Quando morreu no acidente provocado pelos agentes contratados pelo Goon, se sentiu injustiçado.
Mas, compreendeu que ele estava em alta velocidade. A causa do acidente, foi provocada por ele.

E depois, quando soube que sua mãe recebeu todo o amparo necessário, ficou comovido. Goon soube da situação, o amante de sua ex-esposa era filho único, seu pai já havia morrido. Não tinha ninguém para cuidar daquela pobre senhora. Então, Goon cobriu todas as despesas do funeral. Não fez mais que a obrigação.

Só, que ele foi, além disso. Mentiu para a mulher, que seu filho pagava um seguro. Então colocou ela em uma casa de repouso, onde era bem cuidada.

E sempre estava ligando para o local e para ela, querendo saber da sua saúde e se realmente, o serviço do local era bom.

Só ele e Jun sabiam. Nem o pai, muito menos Joon foram avisados sobre isso.

No aniversário da velha senhora, organizou uma pequena comemoração. Ele e Jun trouxeram bolos, sucos e presentes.

Enfeitaram o salão do asilo e convidaram os outros idosos para participar da festa. Cena presenciada pelo filho, que visitou o local com o seu mentor espiritual. Desde então Yeo Jingu Han, decidiu ajudar Goon, ele tinha que convencer Yan Min, a desistir da sua vingança. Quebrando assim a Maldição.

Em seguida, ele sentou na cadeira ao lado da cama de sua mãe. Viu quando o espirito de sua mãe se levou na cama, se separando do corpo. Então se levantou e a abraçou.

— Que bom que veio meu filho, estava com muita saudade. – falou a velha senhora chorosa.

— Eu sei mãe! Foi por isso que vim.

Mãe e filho conversaram animadamente até chegar as 03:00 horas da madrugada.

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra