Os detetives ficaram conversando na frente da reporte, combinando um encontro para avaliar as provas.
— Posso ir agora? Estou liberada do interrogatório?! Tenho que trabalhar! – a reporte pergunta irritada.
— Veio fazer o quê aqui? – indaga o Detetive Song.
— Entrevistar o Dr. Choi Wan Young. Finalmente me ligaram, dizendo que ele aceitou e tem essa tarde livre para a entrevista! – o detetive Song com a mão direita fechada e o dedo indicador levantado, balançando negativamente, bem na frente do nariz dela, fala convencido para a reporte.
— Não antes de mim! Eu tenho hora marcada! – como antigamente, pós as duas mãos no ombo de Ji Hoon e depois com uma, bateu leve duas vezes. – Então ficou combinado! No final da tarde nos encontramos no Bar do “Metralha”. – o amigo só confirmou balançando a cabeça positivamente.
— Certo! Então vou indo! – Song dá um adeusinho debochado, abanando a mão para a reporte.
O detetive Lee, observa se divertindo com a cara furiosa dela. Então, depois de um tempo pergunta.
— Conhece o Dr. Choi?
— Não! Mas ouvi falar muito dele. Parecer ser o terror dos estagiários!
— Então, vou te dar uns conselhos. Não mentir e nem inventar histórias para chamar atenção! Ele sabe muito bem, quando alguém está mentindo para ele! Ele não suporta perder tempo com idiotice!
— Pelo visto, o conhece bem! São amigos?
— Posso dizer que sim! Ah! Portanto, não fique chateada se ele for muito franco! Às vezes as verdades dói! Certamente, ele não faz isso por maldade! – Ji Hoon não esperou ela responder, deu as costas e saiu do jardim, e seguiu para o estacionamento.
Antes de entra no carro olhou a cerca que ele e Song derrubaram. O guarda do estacionamento, estava observando-o. Ji Hoon acenou com a mão direita, e o guarda retribuiu. Entrou no carro e saiu pensando em tudo que ouviu do Dr. Choi. Enfim, estava curioso em saber, o que Song acharia de tudo aquilo?!
So Yoo Jin, Ficou no jardim se arrumando e verificando se não esqueceu nada de importante. Levantou e viu um fio da perna direita, de sua calça, estava puxado. Xingou os dois, mesmo que trabalhasse na revista e escrevesse artigos para o jornal ocasionalmente.
Não tinha um salário decente, com que sonhava, e com o qual pudesse gastar dinheiro a toa, sendo econômica em tudo. Escolhia roupas com cores neutras e corte básico, que não cairiam de moda de uma ano para o outro. Aquela conjunto já estava com ela, alguns anos, e em bom estado. Aquele fio puxado comprometia, um apresentável tailleur, talvez o melhor que tinha para trabalhar.
Após meia hora deixou o jardim chateada, seguiu o caminho entrando no prédio, por fim, conversou com a recepcionista, se identificando. A recepcionista avisou que poderia subir. Estava na frente do elevador e quando abriu, o detetive Song saiu provocando – a.
— Pode subir boneca! – deu uma piscadinha maliciosa ao passar por ela. Yoo Jin, respirou fundo para manter a calma, seu dia já estava estragado, e num desabafo, fala para si.
— Palhaço!
Seguindo a orientação da recepcionista, seguiu o corredor á esquerda do elevador. Onde ficavam as salas da frente do prédio do instituto. Na sala indicada bateu 3 vezes. Não houver resposta. Mas, de trás dela uma voz masculina marcante, justificou.
— Desculpe! Eu ainda estava no laboratório! – um homem com um porte atlético e perfumado, pede licença, tirou do bolso do jaleco impecavelmente branco, um chaveiro, com várias chaves, separou uma e abriu a porta. Entrando, ficando do lado de dentre da sala, ao lado dela, segurando o trinco da porta, esperando que Yoo Jin entrasse. Como não houve nem uma ação da mulher, ele comenta.
— Por favor senhorita! Entre! – ela entrou em uma sala decorada com requinte. Quadros, vasos, lustres, móveis de alto valor. Não esperava uma sala assim num departamento do governo. Seu semblante denunciou sua desconfiança, e a resposta veio rápido.
— Não se espante! O governo não é tão generoso! Quando fui promovido, pedi ao meu superior à liberdade de decorar minha sala. Portanto, Tudo saiu do meu bolso! Certamente, quando me aposentar, tenho direito de lavar comigo.
— Primeiramente, percebi que esse ambiente, não se compara com outros departamentos do governo que já conheci. Não é que o governo seja mesquinho! Mas é mais prático e funcional na mobília de seus ambientes.
— Sim! Mas enjoa! Portanto, se vou passar por um bom tempo em um lugar! Que ele seja do meu agrado! Não concorda?
— Sim! Eu concordo! E o Dr. tem bom gosto!
— Obrigado! Vamos nos sentar! – ele apontou para o lado direito da sala, onde havia 3 poltronas confortáveis e uma mesinha de centro. Ela foi e se sentou na primeira poltrona. Até se sentiu melhor, seu traseiro foi acolhido por uma superfície super macia. Ele ficou no lugar e perguntou.
— Quer beber alguma coisa? Água, chá, café ou suco!?
— Água, por favor!
— Gelada ou natural?
— Natural! Por favor!
Ele foi para o lado esquerdo. Encostado na parede ficava um balcão comprido, onde havia um bebedouro, um frigobar, uma máquina de café e um bule elétrico. Ele abriu a porta do balcão e pegou dois copos de cristal, enchendo-os. Andou na direção da reporte e se sentou na poltrona, de frente para ela.
Enquanto ele vinha, Yoo Jin observava “Se esse homem gosta de impressionar as pessoas! Ele conseguiu me impressionar!” Pensou a reporte que até então, só entrevistou vítimas de crimes, bombeiros, criminosos, e civis que realizaram feitos heroicos.
Era a primeira vez que a revista se interessou em apresentar o Instituto Forense. No próximo mês, faria aniversário de 150 anos, e o Doutor era citado como o melhor na área, desde que iniciou como funcionário concursado. Só que nem um dos outros reportes mais experientes, queria entrevistá-lo. Sobrando para ela o serviço.
Além da entrevista com o Diretor Geral de Criminalística, seria contado a história do Instituto, sua fundação no primeiro local e depois sua transferência, para o prédio atual, construído nos fundos da Universidade, que passou a oferecer o melhor curso de Medicina Legal Forense, e de pós-graduação de Ciências Forense e perícia Criminal. Também seria comentado a atuação do Instituto ajudando nos casos complicados de serial Killers.
O Dr choi estende o braço, ela pega o copo de cristal que ele lhe ofereceu e com cuidado bebe para não deixar a marca do seu batom, sorriu como agradecimento e colocou o copo sobre o porta-copo que ele colocou na mesa.
— Obrigada Dr Choi! Podemos começar? Para não ficar tão chato, podemos fazer perguntas um para o outro, para descontrair. Assim nos conhecemos um pouco e depois eu começarei fazendo as perguntas relacionadas a entrevista . Pode ser?
Ele a observou da cabeça aos pés, um olhar penetrante que a deixou perturbada. Ouviu os comentários dos colegas da revista, que ele era um homem de alto QI, e que não gostava de falar de sua vida pessoal. Certamente aquele olhar era um não.
— Sobre o que quer falar, para que eu me sinta descontraído?
— O senhor já foi entrevistado?
— Sim! Vária vezes! Antes de trabalhar na minha área, foi estagiário. Primeiramente pertencia à equipe de campo. Quando solicitada nossa equipe, nós recolhíamos as amostras. Na saída sempre tinha um reporte, querendo saber mais do que podia saber. As entrevistas solicitadas, a pedido do meu superior, era eu que dava.
— Ah! Já tem experiencia! Posso entrevistá-lo que tudo correrá bem! Claro que, se quiser que eu corte algo que falou , e achar desnecessário, ser escrito no artigo, fique a vontade em me notificar.
— Farei se for preciso! – o olhar sagaz dele parecia que algo havia de errado com ela. O que seria? Yoo Jin, pensou bebendo mais um gole de água.
— Por Favor! Posso fazer uma observação? – pediu educadamente.
— Sim! Fique a vontade!
— Com certeza, a noite deve ter muitas dores nas costas! Portanto, Deve dormir com adesivos contra-dores. Mas, nem os adesivos e os analgésicos que toma, vão resolver de vez o problema. Se não quiser sofre de hernia de disco e bico de papagaio, eu aconselho aposentar qualquer sapato alto, principalmente os de saltos finos, como esse. Não deve carregar essa bolsa quadrada, que deve ser muito pesada para a sua estrutura física. Creio que têm vértebras gastas por causa dela. – ela não sabia o que dizer. Então, comentou.
— Obrigada! Certamente, irei procurar um médico para tomar a devida, providência!
— A única providência que deve tomar, é cuidar melhor de sua saúde! Tem a aparência de alguém que se alimenta mau e dorme tarde. E nos dias com folga, em vez de cozinhar algo saudável! Come porcaria e bebe além da conta! Assiste filmes dramáticos, usando eles como desculpas para chorar. Quer saber por que chorar? – ela assustada responde.
— Não! Eu sei muito bem! – todas aquelas palavras amargas, ditas por um desconhecido fez ela refletir: “Será que eu revelo isso?! As pessoas conseguem, ver que eu levo uma vida miserável?! Ou só ele é capaz, de ver o que eu tento esconder!?”
— Não precisa se preocupar! Nem todas as pessoas são observadoras como eu! Infelizmente o meu trabalho exige isso de mim. Mas acredito que foi criada em uma família muito carinhosa. Esse carinho ainda traz consigo. A sua base familiar, é o que até hoje lhe mantêm forte. – um nó na garganta fez ela tossi, então pegou o copo para tomar mais um gole de água.
Sem perceber, não pegou o copo com firmeza e quando foi por ele na mesa, esse escorrega de sua mão e cai. Antes de tocar no chão, o Dr. Choi com um reflexo impressionante se inclina e segura o copo.
— Desculpe-me!
— Não foi nada! Primeiramente, eu que peço desculpas! Certamente, mexi com o seu emocional! – ela não sabia ao certo, se ele era mesmo irritante, ou fazia aquilo por prazer.