STALKER – Sabor que Encanta. Cap 9

O Dr. Choi sentiu que a reporte ficou completamente desorientada, e viu no seu rosto um certo desagrado. Como sempre ele conseguiu mais uma pessoa que lhe odiasse. Tendo um clima negativo no ar. Ele comentou.
— Quer continuar nos conhecendo ou prefere ir logo para a entrevista?
— O senhor tem amigos? — tentou provocá-lo. ‘Com uma personalidade como essa deve ter poucos. Tipo o detetive Lee, combinam! Dois arrogantes!’ Pensou Yoo Jin. ‘E amizade só de trabalho!’ Ele foi sincero ao responder.
— Tenho poucos! Alguns amigos do Instituto, com quem saio para beber e trocar informações. Enquanto o grupo está sóbrio! Há proveito nisso! Prefiro sair antes que eles passem do limite. Não gosto desses encontros, por isso evito o máximo. Só vou quando o meu superior confirma a sua presença.
— Então é um puxa-saco do seu superior? — aquela pergunta saiu um pouco agressiva. O Dr Choi sabia que a reporte estava lhe provocando.
— Não, realmente um puxa-saco! Mas um admirador. Aprecio suas avaliações nos casos em que estamos trabalhando. Ele é brilhante! — ela duvidou. ‘Engraçado, humildade! Não foi esse apontado como o melhor!’ Não precisou perguntar, o Doutor concluiu.
— Quando ele foi promovido, parou de realizar as perícias. Sou eu o responsável por tudo, já faz 7 anos. Eramos amigos de setor e aprendi muito com ele.


— Além dos amigos de trabalhos, tem outros?


— Aqui em Seul, os meus amigos são todos ligados ao trabalho. Visito uma vez por mês o meu ex-professor de faculdade e pós-graduação, tive o prazer de ser auxiliar de necropsia ao lado dele. Já se aposentou faz 6 anos.
— Continua sendo um bom aluno!?
— Sim! Visitar ele é realmente uma aula particular! E tenho alguns amigos policiais. Como o Detetive Song, o Ji Hoon e sua equipe.
— O Doutor falou, ‘o Ji Hoon’ e não o Detetive Lee! Isso significa que é um amigo mais chegado?
— Conheço o Ji Hoon desde que eu era auxiliar de necropsia! Ele estava iniciando na carreira, assim como eu.
— E tem namorada? — ela quis cutucar para achar seu ponto fraco. — ‘Só loucas namoraria alguém como ele!’
— No momento não! — ele olhou de uma maneira carinhosa para ela, um leve sorriso estava no canto de sua boca. Yoo Jin pensou automaticamente. ‘Será, que esse idiota pensa que estou interessada nele?’
— Mas teve?
— Sim! Tive algumas, no período da faculdade, garotas do mesmo curso, mas nada sério. E a última foi a 8 anos, trabalhava aqui no instituto. — ‘só mulher esquisitas com certeza! Mas nem as malucas aguentaram ele! Deve ser muito chato, na certa!’


— Provavelmente, eram competitivos? Trabalhavam na mesma área?


— Acertou! Eramos tão competitivos, que os superiores resolveram transferi-la para outra unidade. A 3 anos atrás ela se casou, mandou convites para os amigos do instituto.
— Quanto tempo namoraram?
— Uns 4 anos. — ‘até que aguentou muito!’ Yoo Ji, ficou feliz em saber que sua vida era tão sem graça, quanto a dela. A diferença estava no valor do salário e no requinte.
— Essas perguntas têm a ver com a entrevista?
— Sim! — tenta disfarçar. — Fica confortável em falar sobre sua vida amorosa ou prefere que eu pule esse assunto?
— A minha vida amorosa é relevante para o artigo da revista?
— Depende do entrevistado, as leitoras querem saber desse detalhe. Quando o artigo sair pode aparecer pretendentes!
— Ainda não pretendo me casar! Então por favor, não quero falar sobre isso?
— Não quer se casar? Qual o motivo?
— A senhorita tem namorado?
— Não!
— Pretende se casar?
— Por enquanto não?


— Tenho certeza que, têm os seus motivos para não querer se casar no momento. Eu também tenho os meus.


— Nisso concordo com o Doutor! Com já tivemos um momento para nos soltar. Podemos começar a entrevista?
— Por favor!
— Deixe eu esclarecer! Farei 5 perguntas sobre sua vida escolar, 5 peguntas sobre a escolha de sua profissão, 5 perguntas sobre sua vida pessoal, 5 perguntas sobre o seu trabalho no instituto e por fim 5 perguntas sobre seu plano futuro. Poderia também dar um conselho aos jovens na escolha de uma profissão?!
— Entendi! Quando quiser pode começar!
— Lerei as perguntas, se tiver alguma que não quiser responder me avise, posso elaborar outra sobre o mesmo assunto. Após feito, eu ligo o gravador para ouvirmos como ficou. Se achar que pode melhorar a resposta de alguma, me avise. Gravaremos a nova resposta e em casa eu corrijo. Combinado?
— Estou, de acordo!
Ela levanta e pega a bolsa quadrada, tirando dela uma caixa de madeira, (estava ali a explicação do peso), pegou de dentro da caixa, um gravador de rolo portátil antigo e uma máquina fotográfica Canon, o mesmo modelo que o Dr. Choi identificou nas fotos que Ji Hoon lhe mandou. Reconhecendo ele interroga.
— Você mesma tira as fotos?


— Sim! A revista tem dois profissionais pagando o salário de um!


— É você que revela o filme?
— Não, tem um profissional que realiza isso para nós.
— Além de você tem mais reportes que usam essa máquina?
— A revista tem 4 máquinas dessas, a gente pegar o que tiver na vez.

— Mas são antigos! O gravador era para estar num museu!
— A revista para economizar, pegou os equipamentos velhos do jornal. O jornal tem os dois profissionais: o reporte e o fotógrafo, e equipamento avançados. Infelizmente a diretora da revista é uma pão-dura!
— Além de você tem mais 3 reportes?
— Sim!
— Como foi feito? Tiraram no par ou impar, jogaram pedra, papel e tesoura ou sobrou para você a triste missão de entrevistar o homem esquisito, frio e arrogante?
Como essa pergunta a pegou de surpresa, não sabia disfarçar e começou a rir. Foi espontâneo e sem maldade. O Dr Choi entendeu aquele riso e também começou a rir com a situação.


— Desculpe! Deu de perceber que sou novata?! Não é?


— Certamente ouviu horrores sobre mim? Devo ser assustador?
— Nem tanto, um pouco inconveniente! Certas coisas que falou, não precisava ser dito! Realmente fiquei brava, contudo foi sincero. Às vezes precisamos ouvir de outra pessoa, algo que é importante. — ela abaixou a cabeça arrependida. Lembrou do que o Detetive Lee lhe comentou.
— Senhorita So, é bom começarmos a entrevista, antes que fique tarde!
Após revisada a gravação, ele assinou um termo permitindo a divulgação.
— É a primeira vez que assino um termo por ser entrevistado!
— Nem todos os reportes fazem isso. Adotei como segurança. Às vezes os entrevistados retrocedem com o que disseram. E fazem brigas e até querem processar! Com esse termo eu me livro de confusões.
— Esperteza sua! Tem boa visão para o futuro.


Depois que ela guardou tudo, se despediram na porta, um leve aperto de mãos, foi o suficiente. Ela desceu no elevador, e ele começou organizar suas coisas, faltavam 15 minutos para terminar o expediente, nesse dia não ficaria até mais tarde. O material mais importante, já havia sido entregue. Então pegou as suas coisas para ir embora. Já estava escurecendo, quando entrou no carro. Saiu do estacionamento, e avistou a reporte no ponto do ônibus. Parou uns 10 metros antes e saiu do carro. Andou até o ponto, sem cerimônia a convida.


— Senhorita So! Posso lhe dar uma carona? — ela estava distraída olhando para o chão, ficou espantada com a gentileza.


— Não precisa! O ônibus já deve estar vindo! — ele deliberadamente foi até ela e tira a bolsa quadrada de seu ombro.
— Essa caixa é muito pesada! Deixe eu te levar em casa. — dizendo isso foi para o carro, e abriu a porta de trás colocando a bolsa, após fechar essa, abriu a da frente esperando por ela.
— Senhorita So! Por favor, venha!
Ela andou sem jeito, corada com a situação. Era um homem interessante. Mas em nada parecia com o seu tipo de homem ideal. Ficou envergonhada, por talvez ele pensar, que as perguntas sobre namoradas era do seu interesse, e ele tenha a interpretado mau. Como sair daquela situação? Diziam, que ele era meio psicopata.
Ela entrou e colocou o cinto de segurança. Toda embaraçada, observava o carro, era luxuoso. No painel havia fotos de 3 pessoas, que por estar escuro não dava de distinguir, se eram homens ou mulheres.
Ele foi apontando e falando com um tom de voz nostálgica.
— Minha família! Meu pai, minha mãe e minha irmã caçula!
— Você falou na entrevista que sente muita saudade deles! Eu também sinto saudade do meu pai e do meu irmão caçula.


— Vê eles com frequência?


— Só uma vez por ano, no memorial da minha mãe. Como o trabalho é corrido, não posso ir mais vezes como desejo.
— As minhas férias passo com a minha família. Os dias correm, e o que é bom acaba logo.
— Eu não pego férias, se pegar não como.
— Que exagero?! Mas deve dar um tempo para descansar!
Ficaram um tempo sem falar nada, o Dr. então fala uma de suas conclusões, quando viu os sapatos, pois eram démodé.
— Deve gostar muito desses sapatos? Arriscando sua coluna andando com eles!
— Foi presente do meu pai, quando vim para Seul fazer a minha primeira entrevista de emprego. Me sinto segura com ele. Uso em ocasiões complicadas. Por isso que vivo arrumando ele. Sei que é fora de moda.
Ele puxou a manga de seu paletó, e desabotoou a manga da camisa, mostrando o relógio.
— Foi presente de minha mãe! Tenho outros mais caros e sofisticados. Mas esse é meu xodó. Também me sinto seguro usando ele. — um sorriu para o outro, se sentindo mais descontraído.
Ao chegar no cruzamento, onde ele deveria entrar para a direita, para levá-la para casa, ele parou no semáforo, e sem hesitar pergunta.


— Como sempre hoje jantarei sozinho! Gostaria de me acompanhar? — ela nem pensou muito.


— Sim! Pelo menos hoje jantarei bem acompanhada!
No cruzamento ele segue, realizando o balão e entrando para a esquerda indo em direção à sua casa.
Enquanto ele, preparava a janta, ela bebia um bom vinho. Uma conversa animada sobre suas famílias e seus sonhos quando vieram para a capital. Ela veio para a capital formada em jornalismo, e ele veio cursar a universidade. Sendo um excelente aluno, conseguiu uma bolsa integral para o curso de medicina. Um Clima de nostalgia e romance estava entrelaçando eles.
No outro dia, So Yoo Jin saiu da casa do Dr Choi sorridente. Depois de 3 anos sem um relacionamento, a noite foi encantadora. Aquele homem de semblante frio, era muito quente na cama.

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra