Capítulo 6 – Enfermeira Antipática
O tratamento de Yumi continuou nos próximos dias. Tae Joon Ki não aparecia mais. Em seu lugar, uma enfermeira antipática surgiu: dava-lhe de comer, levava-a até o banheiro, lavava-lhe e depois a jogava na cama novamente, sem dizer uma única palavra.
A cada sopa, suco e refeição, Yumi sentia-se melhor e quando ficava sozinha, fazia exercícios com os pés, para que pudesse se restabelecer rapidamente.
Ao final de três dias, conforme Tae Joon Ki havia lhe prometido, ela conseguia colocar os pés no chão e até se firmar sobre eles.
– Isso é incrível! – dizia Yumi para si mesma. Talvez fosse algum tipo de efeito placebo. Ela já havia ouvido falar de pessoas que se curavam milagrosamente com remédios que eram na verdade placebo. Muitos pesquisadores já diziam que a cura era algo que acontecia no cérebro humano. Talvez fosse esse o caso, pois ninguém poderia se curar em três dias depois de uma cirurgia no quadril como ela havia feito. Meses não poderiam se transformar em questão de dias, era impossível.
E, no entanto, ali estava ela, sentindo o peso do seu corpo sobre o seu quadril fragilizado, mas conseguia ficar em pé.
Ela sorriu e não pode segurar a emoção que sentia ao poder andar.
A enfermeira surgiu no banheiro, onde Yumi estava e a mandou se sentar novamente na cadeira de rodas.
Yumi obedeceu. A enfermeira a levou até a cama e a colocou ali, tampando-a com as colchas, mas assim que ela saiu do quarto, Yumi se ergueu. Com dificuldade, colocou os pés no chão e tentou caminhar até a janela do quarto, escorando-se na parede.
Yumi percebeu que o quarto ficava no primeiro andar de uma mansão enorme. Quando abriu a janela, sentiu um vento gelado invadir o quarto. Ela usava um pijama de hospital e com certeza ficaria resfriada, mas valia o risco.
Yumi se arrastou para fora, sentada no parapeito da janela. A mansão era enorme e o jardim que a circundava era ainda maior. Abaixo, havia uma passarela de cimento, se caísse ali, possivelmente quebraria a perna, mas orleando a passarela, havia uma moita de arbustos. Se conseguisse mirar a moita, talvez, ficasse ilesa. Ela poderia então, se arrastar pela passarela até o portão. Mas e então? O que faria?
Toda mansão era rodeada por muros altos e a única entrada eram portões enormes de ferro. Não teria como passar, a não ser que pulasse.
Ela mal conseguia se por em pé, não poderia pular o muro.
Ela olhou para mais adiante, onde havia a estrada. Quase não passava carros. Mas poderia aguardar e gritar pelo portão até que um carro passasse. Se ninguém a flagrasse tentando fugir antes, talvez tivesse uma chance, calculou ela, respirando fundo, tomando a coragem necessária para pular.
Quando achou que podia pular, tomou impulso e se lançou para a frente. Antes que pudesse cair, entretanto, sentiu os braços de Tae Joon Ki, envolvendo-a e puxando-a para dentro.
– Onde pensa que vai, docinho! Está muito frio lá fora!
Yumi ficou ali nos braços de Tae Joon Ki, olhando para ele, enquanto ele a abraçava. Ela tremia, sem saber se era do frio ou se era do medo que sentia daquele homem. Ele no entanto, sorriu para ela. Ergueu-a nos braços e a colocou cuidadosamente sobre a cama novamente.
– Ainda não, Yumi. Você vai ficar sob meus cuidados, até eu ter certeza de quem você é, de verdade!