Capítulo 20 – Revelação
– O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI????
Tae Gun e Ah-Lis se afastaram diante do berro alucinado de Liz-Ah.
Ao lado da verdadeira Sra. Cha, estava Park Hae Soo que deu dois passos e se abaixou verificando o pulso de Sun Doo Yo.
– Liz…? – disse Ah-Lis, se afastando.
Tae Gun deu um passo na direção dela, estava preparado para lhe contar a verdade: dizer-lhe que sabia que ela não era Liz-Ah e que sabia quem era ela e o que ela havia sofrido. Mas antes que pudesse abrir a boca, Ah-Lis desandou a falar:
– Meu Deus, nem sei como começar tudo isso – disse ela, juntando as mãos nervosamente e olhando para o chão, com vergonha de voltar seu olhar para ele. – Tae Gun… quero dizer, Sr. Cha, eu não sou a Liz-Ah…
– É óbvio que não é! – falou Liz, olhando com desprezo para Ah-Lis. Depois ela praticamente se jogou nos braços de Tae Gun e apossou-se de seus lábios.
Ah-Lis olhou para a cena com um certo ressentimento e depois desviou o olhar. Nesse instante, Tae Gun se afastou de Liz-Ah.
– Amor? – falou Liz-Ah, sem jeito, ao ter sido rejeitada. – Eu sou a sua mulher, Tae Gun. É uma história louca, mas tenho certeza que…
– Eu já sei de tudo! – Falou Tae Gun num tom baixo e profundo, olhando para Liz-Ah com um olhar perturbador.
Ah-Lis olhou para ele também, naquele momento, surpresa com a revelação.
– Como assim, amor…? Foi a Ah-Lis? O que essa mulherzinha andou te contando? Aposto que foram mentiras… – disse Liz-Ah, com voz melindrosa.
– Ah-Lis não me contou nada! – falou Tae Gun, olhando de soslaio para Ah-Lis que estava completamente petrificada. – Sei que você colocou Ah-Lis aqui para ser morta por Na Kyo enquanto você estava planejando fugir com o dinheiro de Baek Ha Ri com a identidade de Ah-Lis!
Ah-Lis levou um choque ao escutar Tae Gun falando seu nome. Como ele poderia saber? O que estava acontecendo? E o que ele estava falando de sua irmã?
– Liz-Ah jamais faria isso comigo! – falou Ah-Lis, tentando defender Liz-Ah. – Nós somos irmãs! Eu… eu tenho certeza de que há uma boa explicação para isso tudo…
– E há! – falou Liz-Ah, virando-se para Ah-Lis e empurrando-a contra a cerca viva do labirinto, fazendo-a cair – A explicação é que você é uma idiota e retardada! Estava pensando o que? Que ia beijar meu marido e eu ia deixar barato, sua vadia?
– Deixe-a em paz! – disse Tae Gun, puxando Liz-Ah pelo braço. – Ah-Lis está machucada. Precisa de médico.
– Não a deixo em paz! – falou Liz-Ah, empurrando Tae Gun. – Por culpa dessa vadia eu perdi meu irmão… ela deveria estar morta, MORTA!
Ah-Lis franziu o cenho. Então era assim que Liz-Ah era na verdade. E apesar de tudo estar indicando que ela era uma mulher vil e supérflua, Ah-Lis ainda queria acreditar que sua irmã era a adorável e admirável mulher que conhecera no primeiro dia, ainda na sua escola. Aquela era mais uma revelação que ela não esperava.
Mas, pelo contrário, sua irmã havia planejado contra a sua vida e agora, tratava-a como se ela fosse inimiga. Sua irmã era tão má quanto Na Kyo ou Sun Doo Yo.
– Você me usou! – constatou Ah-Lis, com tristeza. – Era para isso que você queria que eu permanecesse no seu lugar aqui? Para que Na Kyo ou Sun Doo Yo pudessem me matar?
Liz-Ah parou no mesmo instante. Parece ter se dado conta de que estava fazendo mais uma revelação que poderia depor contra ela, pois Park Hae Soo ainda estava ali e observava tudo.
– Ora… não é bem assim…
– É melhor entrarmos! – falou Tae Gun, interrompendo a cena. A revelação já havia sido intensa – Está chovendo e Ah-Lis e eu precisamos de cuidados médicos! Depois disso, vamos esclarecer essa situação de uma vez por todas.
Tae Gun se aproximou de Ah-Lis e estendeu sua mão para tentar ajudá-la a se levantar, mas ela se levantou rapidamente sem a sua ajuda, e andou na direção do policial Park Hae Soo.
– Eun-Na e o bebê? Será que eles estão bem? – perguntou ela ao policial.
– Estão, sim, senhora Kim Ah-lis! – falou Park Hae Soo.
Ah-Lis piscou ao escutar ‘Kim Ah Lis. O encanto havia acabado. Sua irmã era uma mulher má, Tae Gun não era seu marido, o bebê não era seu filho, aquela não era a sua casa.
Era para Kim Tae Hoon que Ah-Lis retornaria agora.
– Eles foram resgatados. Agora estão de volta na casa. Então já está tudo sob controle. Na verdade, estou mais preocupado com a senhora. A senhora ingeriu veneno. Deve ir ao hospital urgentemente.
– Ah-Lis, eu vou levá-la! – falou Tae Gun, aproximando-se de Ah-Lis.
No mesmo instante, Liz-Ah soltou um muxoxo.
– Não há necessidade! – falou Park Hae Soo. – Há ambulâncias. Eu vou levá-la até o médico. E o senhor deve fazer o mesmo!
– Mas… – falou Tae Gun. Ele precisava conversar com Ah-Lis, explicar que sabia da verdade mas que manteve tudo em segredo para então fazer aquela revelação, só não imaginava que ela ficaria tão chocada. – Ah-Lis… nós precisamos conversar…
– Não há o que conversar, Sr. Cha.– Falou Ah-Lis, sem nem olhar nos olhos de Tae Gun. – Eu sinto muito por tudo o que aconteceu! Sinto muito por tudo! E espero que um dia o senhor possa me compreender e me perdoar…
E antes que Tae Gun pudesse fazer alguma coisa, Park Hae Soo envolveu Ah-Lis pelos ombros e começou a levá-la para fora do labirinto.
Tae Gun fez menção em segui-los, mas Liz-Ah segurou seu braço e forçou-o a olhar para ela.
– Amor… por favor. – disse ela, ainda mais melindrosa, tentando a todo custo abraçá-lo. Eu sou a sua esposa. Ah-Lis é uma coitada. É meio retardada até… você nem a conhece direito.
– Eu a conheço, Liz-Ah. Então, eu sei que sua irmã é infinitamente melhor do que você em todos os aspectos.
Em seguida, Tae Gun correu atrás de Ah-Lis, mas quando saiu do labirinto foi abordado por dois paramédicos que o arrastaram para uma ambulância estacionada diante da garagem da mansão.
Ele tentou resistir, tentou ver para onde Ah-Lis fora levada, mas quando demonstrou relutância, um dos paramédicos aplicou-lhe uma injeção. Em poucos minutos, sentiu-se desmaiar.
– Ah-Lis… Ah-Lis… – balbuciava ele, enquanto percebia as pesadas pálpebras se fecharem…
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