Duas Faces no Espelho – 25 – Doce Amor

Capítulo 25 – Doce Amor

O bebê Tae Gun fez um outro barulhinho e Ah-Lis tirou a mão que estava sobre a mão de Tae Gun e acenou para o bebê que ria abertamente.

O próprio Tae Gun sorriu com a cena. Era a cena que havia sonhado por toda a sua vida: sua mulher e seu bebê, juntos, felizes, tomando café da manhã como uma família de verdade.

Mas Ah-Lis não era sua mulher e não estava feliz. Ah-Lis estava acuada e assustada e, em parte, era a sua culpa. Talvez não fosse a melhor estratégia ter tirado Ah-Lis de sua casa daquela forma, mas agora era tarde.

Em seus dedos, ainda restava a vibração estranha que sentira com o toque dela. Era amor… e era doce… pela primeira vez, sentia em seu corpo o que era um doce amor e no entanto, havia uma grande distância entre eles.

Depois de alguns segundos, Eun-Na tirou o bebê e saiu com ele da mesa, provavelmente voltando ao andar superior.

Quando ele e Ah-Lis ficaram sozinhos, um silêncio sepulcral abateu-se sobre eles.

– Ah-Lis… – disse ele, depois de vários minutos…

– Sim…– disse Ah-Lis, olhando para ele.

Ele não aguentou mais. Havia muitas emoções dentro de si para que pudesse aguentar e ele, que sempre foi um homem que controlava seus impulsos e desejos, deixou que eles aflorassem em si e aproximando-se de Ah-Lis, segurou seu rosto com ambas as mãos e procurou seus lábios, tomando-os doce e ternamente para si.

doce amor

Ela não se moveu, nem resistiu, mas Tae Gun percebeu que ela segurou a respiração. Depois afastou-se um pouco para olhar para ela. Ela parecia estar com dificuldades para respirar e, além disso, estava estranhamente emocionada, os olhos marejados.  

– Não me machuque, Sr. Cha, eu imploro…

– Já lhe disse que não vou te machucar, Ah-Lis, eu quero protegê-la, só isso… E quero te amar… quero te amar… porque nós dois precisamos de amor. Por que não me deixa me aproximar de você? Será que você não percebe que eu…


Ele parou em suspense, os dois se olhavam profundamente… um nos olhos do outro. Ele tinha medo de que ela fugisse dele como na noite passada.

Tinha medo de amedronta-la, mas não podia mais conter o que havia em si:


– Eu amo você…! – falou ele, bem baixinho, numa voz suave e rouca. – Eu amo você, Ah-Lis…

Ah-Lis levantou-se e se afastou dele, encostando-se na parede da sala, mas não saiu correndo, o que era uma conquista para Tae Gun.


– Está me enganando! – falou Ah-Lis, trêmula. Tae Gun percebeu que ela tentava controlar a própria respiração.


Ele se aproximou, até estar bem juntinho dela. Próximo o suficiente para que ela sentisse seu corpo roçando no dela, mas ela não se afastou. Ele soltou seus cabelos e depois os cheirou fazendo-lhes uma carícia.

– Você é linda… Ah-lis…

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– Por favor, Tae Gun… – falou ela, numa vozinha, fechando os olhos, quando ele começou a beijar seu pescoço. Kim Tae Hoon nunca lhe fizera tal carícia. Nunca ninguém havia feito ela sentir o que sentia agora. Tinha medo, um medo insano e ao mesmo tempo, desejava aquele contato.

Ele segurou-a pela cintura e puxou-a levemente para si. A mão dele desceu até a sua cintura e encontrando a borda da camiseta, subiu roçando sua pele, num contato sensual.

– Abrace-me, Ah-Lis… – disse Tae Gun, em seu ouvido. – Se me abraçar, eu saberei que você me quer…

– Tae Gun, por favor, eu imploro – disse ela, em seu ouvido, sentindo-se amparada por aqueles braços – não me machuque…

Tae Gun beijou seu rosto acariciando suas costas. Então, de repente, sentiu a leve pressão das mãos de Ah-Lis em suas costas.

Ela o havia abraçado.


Ele sorriu, olhando para ela, que havia fechado os olhos. Ergueu-a nos braços e suavemente guiou-a até o quarto dele. Onde ela, nem Liz-Ah nunca haviam estado. Não queria tê-la na mesma cama que compartilhou com Liz-Ah.

No quarto, ele a acomodou sobre a cama e tirou sua camisa. Ela ainda mantinha os olhos fechados e a respiração irregular como se estivesse em transe. Foi então que Tae Gun percebeu uma mancha roxa no estomago de Ah-Lis.

Todo o desejo que havia tomado seu espírito até aquele momento foi imediatamente convertido para ternura. Ele não poderia fazer amor com ela, estando tão machucada. Ela havia implorado isso a ele, que não a machucasse.  Uma promessa que ele havia jurado aos céus.

Então, deitou-se ao lado dela e beijou novamente sua testa.


Ela ficou ali por alguns segundos, de olhos bem fechados, esperando e ansiando pelo toque de Tae Gun em sua pele, mas o toque nunca veio e ela abriu os olhos.

– Tae Gun…? – ela falou , olhando-o em seus olhos…

– Você está machucada… – falou ele, com um olhar terno para Ah-Lis.

Ela olhou para ele e sorriu.

– Você não vai…

Ele balançou a cabeça.


– Já estou mais do que feliz, simplesmente pelo fato de você ter se entregado para mim, ter confiado em mim. Eu nem consigo imaginar os horrores que você viveu ao lado do seu marido. E sei que isso muda qualquer pessoa, Ah-Lis… Eu imaginei que demoraria muito mais tempo para derreter essa autodefesa que você tem em sua alma. O que a fez mudar de ideia?

Ah-Lis olhou para Tae Gun com paixão e dessa vez, foi ela quem se aproximou dele e o beijou nos lábios. Um contato breve, mais carregado de um doce amor.


– Você ficou preocupado comigo depois do que Park Hae Soo falou. Ninguém se preocupa com outro a não ser que ame essa pessoa… – explicou ela, numa vozinha suave. Mas Tae Gun percebeu que ela chorava – Eu tenho medo, Tae Gun. Tenho tanto medo. Durante a minha vida inteira, eu só conheci a dor e a desilusão e acostumei com isso. Eu nunca tive tanto medo de Kim Tae Hoon como tive de você ontem. Eu me acostumei a ser machucada por Kim Tae Hoon. Mas se você me machucar, Tae Gun, eu não vou aguentar… Eu não vou aguentar…

Ah-Lis tremeu em seus braços e Tae Gun não sabia o que fazer.

Puxou-a para si, tentando passar pelos poros do seu corpo todo o doce amor que havia em sua alma.

doce amor

– Eu prometi que não ia te machucar, Ah-Lis… – falou ele, abraçando-a com amor, doce amor. – Por favor, confie em mim. Eu não vou te machucar, nunca. Quero você como minha esposa… preciso amar você e ser amado por você. E quero que sejamos felizes, Ah-Lis… mas não vou jamais ser um canalha, nunca, eu prometo!

doce amor

Ah-Lis aconchegou-se nos braços de Tae Gun, e os dois se abraçaram ternamente, como se nada no mundo pudesse separá-los, sem saber que o destino conspirava contra eles…