STALKER – Sabor que Encanta Cap 11

Dr. Choi, sonolento procurou por Yoo Jin na cama, mas ela não estava mais ao seu lado. Sentiu um leve calor, fazia pouco tempo que havia saído. Deu um pulo, saindo da cama, abriu a porta do quarto e a chamou. Como não houve resposta! Tomou uma ducha rápida, se enxugou e vestiu a roupa de baixo, no quarto. Desceu a escada vestindo o restante das roupas, que levava consigo.

Antes de abrir a porta colocou a gravata, já com o nó feito. Arrumou a camisa para dentro da calça, abotoando e fechando o zíper. Pegou no suporte, as chaves como de costume e desceu para garagem. Por sorte, a encontrou no ponto de ônibus.

Foi até ela, um pouco irritado com a sua atitude. Entretanto, teve calma ao falar com ela, na frente das outras pessoas.
— Yoo Jin! Não precisava ter saído desse jeito, lá de casa! – ela constrangida, olhou para ele mordendo os lábios e arregalando os olhos, em sinal, que ele estava sendo inconivente no momento.
Ele pega a bolsa quadrada de seu ombro, e fala num tom que todos pudessem ouvir claramente.
— Querida! Falei que te levaria para o trabalho! Não precisava se preocupar! Com certeza não vai chegar atrasada! – pega na sua mão, e como um casal. Ele a conduz até o carro. Quando ele entrou, depois dela. Ele notou que sua cara não era agradável.

— Por que me chamou assim? Não combinamos que foi só um encontro casual!

— Não me importo comigo! Mas, você será mal vista! Reparou naquelas pessoas? Te julgaram! Se eu não desse essa desculpa! Tua imagem estaria manchada! E nem pense em falar que não se importa com isso! Você é uma repórter! Tem uma vida pública a selar. Deve manter uma boa reputação. Se mantivermos nosso relacionamento assim! Uma amizade colorida! Prefiro que os outros te vejam como minha namorada. Portanto, somente entre nós, não haverá compromisso, como combinamos. Certo?
— Sim! Foi assim que combinamos! – para ela seria ótimo, ter um companheiro quente de cama, até achar seu homem perfeito. Ou o seu antigo namorado.
— Mas, se as pessoas nos virem juntos, principalmente, ver você saindo da minha casa, Ou eu da sua, tão cedo! O que vão pensar? Só porcaria! Vão dizer que você é uma qualquer! E você não é assim! É apenas uma mulher de mente aberta! Que não quer um compromisso! Estou errado?
— Não!


— Aonde vai tão cedo? Não esta indo trabalhar? Ou vai?


— Não! Vou para casa! Se eu ir para o trabalho com a mesma roupa, vão pensar muitas besteiras sobre mim! Quero evitar isso! – ele deu a partida no carro, e ajustou o GPS para o endereço, que na noite anterior, ela tinha lhe passado.
— Esse trambolho? – apontou para a bolsa dos equipamentos. — Você vai levar para a revista?
— Não! Deixarei em casa. Prefiro redigir a entrevista em casa, para não incomodar os meus colegas. Eles ficam irritados, quando tenho que ouvir as gravações várias vezes.
— Então, combinamos assim! – Dr. Choi era um homem ardiloso. — Te espero para tomarmos o café da manhã juntos! Já que você não me permitiu fazer meus adoráveis bolinhos. – como ela não falou nada, ele acrescentou. — Estava feliz que iria continuar mostrando meus dons culinários. – ela sorriu, ele pareceu um adolescente tentando impressionar a garota mais bonita da sala, do ensino médio.

Ela também se sentiu uma adolescente.

Ela pensou durante o trajeto, sobre o que ele comentou. Fazia tempo que não namorava ninguém. Por isso era alvo de chacota, das mulheres do jornal e da revista. Até que não seria uma má ideia. Se passar por namorada de um homem excêntrico.

Portanto, começou a reparar em todos os detalhes. Era, sim! Um homem bonito e charmoso! Provavelmente provocaria inveja nas colegas de trabalho. E se ele mesmo sugeriu que as outras pessoas o vissem como seu namorado. Então tudo bem.
Ao sair do carro, ela pegou suas coisas. Conversou com ele para esperar no veículo. Seu apartamento no andar de cima era minúsculo, com uma pequena área para estender roupas e onde sua pequena Shih Tzu, ficava pegando sol.

O problema não era esse! Mas, se o Dr. Choi entrasse! Certamente, teria um ataque do coração.

Como ela conheceu seu escritório e sua casa, ambientes com requinte e super higienizados. Um homem extremamente organizado, não suportaria ver a bagunça que era sua casa. Provavelmente, perderia o falso namorado antes de poder causar inveja em suas colegas.
Depois que a deixou na frente do prédio onde funcionava o jornal e a revista. O Dr. Choi fez uma ligação para sua mãe. A Mulher um pouco preocupada argumenta.
— Aconteceu alguma coisa? Você nunca liga em dia de semana! Tem algo te preocupando?
— Bom dia! Senhora Choi, a senhora como sempre se preocupa a toa. Aconteceu algo ótimo na vida do seu filho. Liguei para contar que eu encontrei!
— Encontrou o quê? Não rodeia! Fala logo, não me deixe curiosa!

— Mãe! Encontrei a mulher com quem quero me casar!

— Verdade? Que boa notícia filho! Posso contar a novidade aos outros?
— Ainda não, mãe. Não estamos namorando. Mas, é só questão de tempo! Quando ela for oficialmente minha namorada, eu a levarei para casa. Para vocês conhecerem-na.
— Vou dar uma geral na casa, desde já. Pode deixar comigo! Seu pai está construíndo outro galpão. Imagina como está a situação aqui. Mas, garantirei a organização.
— Não precisa se preocupar com isso mãe. Essa não é fútil que nem a outra. Tenho certeza que a mãe adorará ela!
— Se você está dizendo, eu acredito.
— Vou desligar! Sabe que estou morrendo de saudade de todos aí, né! Manda um abraço para todos. Ligo no final de semana. Um beijo nessa sua bochecha rosada.
— Um beijo na sua bochecha também! Que Deus continue te abençoando filho!
— Tchau, mãe!
— Tchau meu filho!

O Dr. Choi era filho adotivo. Mas teve muita sorte de conhecer a família choi.

O que ele lembra é que foi deixado em um orfanato religioso. Enquanto era dirigido pelas irmãs, tudo estava bem. Mas, quando tinha 10 anos os padres assumiram o local. E a tranquilidade mudou. Muito gananciosos, os padres faziam eventos, onde pessoas de grana visitavam o orfanato, e adotavam um afilhado.

A criança não era levada. Ficava no orfanato recebendo uma mesada do padrinho. Mas, quem gastava o dinheiro, eram os padres. Houve uma vez que um grande empresário esteve no orfanato e ficou intrigado com ele. O menino franzino era a cara de seu filho, quando criança. Não só o empresário, como todos na sua comitiva concordavam que Wan Young, se parecia muito com o filho mais velho e irresponsável do tal empresário.

O Empresário ponderou em adotá-lo.

Por essa razão, o homem deixou uma doação valiosa no orfanato. Três semanas depois, o sobrinho do empresário pediu a adoção de Wan Young, mas ele não poderia ser adotado. A mãe deixou ele, por um tempo, até ter condição de criá-lo. Pedindo para a irmã diretora, assinar um termo, que ele não iria para adoção.
Não demorou muito tempo, numa tarde uma mulher, muito bonita apareceu no orfanato dizendo ser a mãe de Wan Young. Só poderia ser! Ela comentou sobre a carta que deixou com a irmã diretora na época. E disse o seu nome, usando o seu sobrenome. Mas, Wan Young não tinha registro em cartório. Ela confirmou, o que a irmã, relatou. Que a jovem mãe, queria registrar o filho com o sobrenome de seus pais, porque o pai da criança a abandonou. Ela precisaria convencer o seu pai a aceitar o neto. Assim que ela conseguisse, ela voltaria para buscar o pequeno Wan Young, deixado-o no orfanato com 4 anos.

Trinta e Três Anos Atrás.

No final desse dia, Wan Young com 11 anos deixou o orfanato com sua mãe. Para ele foi um alívio, pois apanhava muito no local, não só dos padres, como também dos órfãos mais velhos.
Eles entraram no Hyundai Scoupé, que estava estacionado na frente, seguindo para uma cidadezinha do interior, muito longe do orfanato (Wan Young não tinha noção de localização, pois só saia do orfanato para ir à escola na esquina). Parece que a mãe alugou a casa, o mais certo, foi que alguém que alugou a casa, para ela ficar por um tempo.

Durante esse período, um homem muito alinhado de terno e gravata, vinha visitá-los. Trazia alimentos, revistas de histórias em quadrinhos, bebidas e cigarros para a sua mãe. Dava a ela dinheiro, para comprar coisas no mercadinho, perto do posto de gasolina da estrada principal. Onde sua mãe, sempre fazia uma ligação telefônica, e ficara bastante tempo falando com uma pessoa.
O tempo que ele passou com sua mãe biológica foi bom, a mulher não era carinhosa. Mas comprava vários brinquedos para ele. Conversavam muito sobre filme ou desenho que ele queria ver, e qual história em quadrinho queria ler, para o seu amigo trazer na próxima vez.

Planejava, e sempre ele estava nos seus planos.

Dizia que iria comprar uma casa grande para ela, ele e seus avós. E que ele teria todos os brinquedos que desejasse. Passou, a dizer isso, quando descobriu que Wan Young nunca teve um brinquedo. Pois no orfanato, os brinquedos eram coletivos. Gestos carinhosos de sua mãe, só recebeu dois abraços. Um foi no encontro no orfanato e o outro foi na despedida. Contudo, o seu sorriso ficou na lembrança.
Mas, no final de uma tarde, ouvindo as batidas na porta, sua mãe abriu, chamando Wan, dizendo que as revistinhas de desenho, que ele havia pedido, chegou. Sua mãe ficou pálida, ao ver que não era o mesmo homem.

Mas, um homem, que ela chamou de capacho do alguém (Wan Young não lembra até hoje o nome citado). Ela tentou fechar a porta, sem êxito. Dois homens mal-encarados entraram. Um deles foi para perto de Wan Young. Sua mãe gritou desesperada.
— Não toque nele! Deixa ele em paz!
— Esse é o bastardo! Então! É com ele, que você quer ganhar dinheiro? O patrão falou para você, abortá-lo! Na época queria tirar dinheiro dele! Agora, de quem você está tirando dinheiro?-o homem falava apertando o maxilar de Wan Young, segurando forte. Tão forte que Wan Young começou a chorar.
— Já falei para deixar ele em paz! – sua mãe se soltou do outro homem e correu para socorrer Wan. Bateu na cara daquele, que machucava o menino. – ela puxou o seu filho para junto dela.

E tentou negociar.

— Vamos fazer, um acordo? Vocês voltam dizendo que não me encontraram! E eu fujo com o menino para longe. Eu não vou, fazer nada que prejudique ele! A grana que ganhei até agora, divido com vocês.
— Infelizmente, o Patrão sabe que você está aqui! E a ordem é para executar. Ele quer provas, ele quer que levemos a orelha, que ele rasgou na última briga, que tiveram. – foi aí que Wan Young, viu que sua mãe tinha a parte inferior da orelha esquerda dividida ao meio. Ela puxou o cabelo para trás dizendo.
— Deixo vocês cortarem, levem como prova! Mas deixe eu e meu filho vivermos!
— Não é assim tão fácil como você pensa! Se ele desconfiar de nós. Nós é que estaremos mortos.
— Você dois são uma grande merda, mesmo!
— Não fala conosco assim! Foi duro para Duan ficar vivo, depois que perdeu você naquele dia. Deveria ter abortado, agora não estaria nessa confusão. Ele quer saber quem está bancando você?
— Se vou morrer, não preciso falar!
— Podemos, aqui negociar! Você fala e nós deixamos você fugir em consideração aos velhos tempos. Mas, o menino fica.
— O que vão fazer com ele?
— O que o Patrão mandar!

— Ele vai matar o próprio filho?

— Não se saber! Você não andava só com ele! A sua clientela era grande!
— É só olhar para o menino! É a cara dele?
— Então, quem está bancando você?
— Só falo na frente dele!
— Não enrola! Você não ganhará nada com isso!
— Posso pedir clemência! Não posso?
— O Patrão agora está casado! Tem uma imagem a selar. Você só vem para estragar os planos dele! Procuramos vocês por vários anos! Quando pensamos estarem mortos! Então, você foi vista passando por Seul! Faltam poucos meses para ele assumir os negócios da família. Não foi boa hora! Se um escândalo acontecer envolvendo o Patrão, ele pode perder o Cargo de Diretor das empresas.

— Estou pouco me lixando para isso! Eu não voltei para prejudicá-lo.

— É mentira! Você tem até amanhã para falar por bem! A tortura vai começar pelo garoto. – o homem mais alto, pegou Wan Young da sua mãe e o trancou no quarto de solteiro.

E o outro levou a sua mãe para o quarto com cama de casal. Houve mais conversas entre eles, sua mãe pedia para deixar ela e Wan em paz. Wan Young ouviu sua mãe ser violentada por eles, vária vezes.

Dormiu com medo, acordando assustado, com a porta do quarto abrindo. Era a sua mãe, fazendo sinal para ele não fazer barulho.

Ela pegou um casaco para ele, colocou nele e o abraçou fortemente, dizendo:

— Filho escute bem o que vou, dizer! Vamos tentar fugir deles! – sua mãe falava com dificuldade, sua boca estava com ferimento e inchada. No nariz, havia sinal de sangramento. Tudo isso assustou mais Wan Young. — Mas escuta, saindo daqui você correrá o mais rápido que puder, se for preciso se esconda. Não espere por mim! Eu também não esperarei por você. Não é como nos filmes! Esses caras são terríveis. E não vão te dar trégua. Corra e só pare se encontrar um policial. Você sabe como é um policial! Geralmente, usam fardas. Você só estará seguro se um policial te encontrar. Se um de nós for pego, o outro deve continuar correndo, até achar um policial. Entendeu? Olha para mim! Prometa que não voltará, se eu ser pega?
— Mas, mãe?
— Não tem mas! Sairemos pela janela desse quarto. Com cuidado para não acordar os canalhas.

O Dr. Choi lembrou todo aqueles momentos de terror, quando em seu escritório olhou o calendário. Segurando um nó na garganta. Então, falou para a sua mãe biológica, como ela estivesse ao seu lado.
— Amanhã, vai fazer 33 anos, que eles tiraram você de mim! Eu ainda não os encontrei! Mas farei justiça pela sua morte. Contudo, já tenho um plano.

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra