Duas Faces no Espelho – 7 – Esposa

Capítulo 7 – A Esposa de Tae Gun

Tae Gun ficou observando o rosto pálido da sua esposa, desmaiada em seus braços, sem saber direito o que fazer.

Depois chamou por Eun-Na, mas era certo que a babá deveria estar no andar inferior junto com o bebê e Na Kyo.

Segurando-a contra seus ombros, usou a mão direita para alcançar o celular. Ligou mais uma vez para Sun Doo Yo, mas ele não respondeu.

Ergueu-a, então nos braços e a colocou sobre a cama. Depois puxou a coberta e a cobriu.

Posicionou melhor seu pescoço no travesseiro e tirou no rosto, alguns fios de cabelo.

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Foi então que a cicatriz na testa de Liz chamou sua atenção. Sua esposa havia comentado que fora apenas um arranhão, mas aquilo era muito diferente.

Parecia ter sido algo sério, como se alguém a tivesse espancado. Algo estranho e misterioso estava acontecendo com Liz. E o mistério que a envolvia era algo que começava a perturbá-lo mais do que imaginaria.

Sua esposa parecia muito diferente da mulher com quem vivera os últimos anos. Liz-Ah antes tinha uma personalidade ácida e fútil, preocupava-se somente com ela e era perigosa.

Tae Gun sabia do caso de Liz-Ah com Sun Doo Yo, mas em respeito ao velho Ha Ri, resolveu permanecer calado, observando tudo o que acontecia.

Também sabia que Liz-Ah detestava e repudiava Baek Ha Ri porque ele havia desperdiçado a sua riqueza e agora deixara toda a família empobrecida.

Quando Baek Ha Ri fora assassinado, Tae Gun não deixou de ter uma centelha de dúvida em sua mente. Desconfiou, não pode evitar, de que fora Liz-Ah a mandante do assassinato.

No dia do funeral, Liz-Ah apareceu com um provocante vestido vermelho, pintada exageradamente.

Enquanto todos choravam quando o corpo estava sendo cremado, Liz-Ah gargalhou alto e, quando Tae Gun a repreendeu com o olhar, Liz berrou que o velho morrera em tempo.

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Tae Gun não desejara a morte de Baek Ha Ri e nem queria que ele se fosse, afinal o respeitava, tinha-o como a um pai. Mas, de certa forma, a morte de Baek Ha Ri liberava-o daquele casamento.

Havia dito a si mesmo que, depois da homenagem ao sogro, iria encaminhar o pedido de divórcio, não importando o que Liz-Ah fizesse, mas a verdade era que agora mostrava-se abalado pelas artimanhas de Liz-Ah.

Nos últimos três dias, Liz-Ah havia se transformado de megera a esposa recatada, filha carinhosa e, principalmente, mãe preocupada.

Pareciam duas pessoas totalmente diferentes: essa Liz-Ah de agora e a outra anterior.

Entretanto, se havia uma coisa que Tae Gun admirava na Liz-Ah anterior era a força. Liz sempre fora dona do próprio nariz, intimidadora, sempre sabia o que queria e o que tinha que fazer para conseguir.

Essa Liz-Ah, pelo contrário, parecia confusa, fraca, ingênua, uma mulher completamente opaca e submissa.


Sabia que ela havia desmaiado porque ele a estava pressionando. A Liz de antes jamais faria uma coisa assim. Ela o provocaria, não ficaria acuada como um bichinho que apanhou muito de seu dono.

E, ainda por cima, sua esposa havia dito um nome: Tae Hoon. Suplicou para que não a machucasse, como se Tae Gun fosse esse tal de Tae Hoon.

Seria um novo amante de Liz-Ah? Talvez um amante perigoso, um amante que possa estar causando toda essa mudança de comportamento?

Talvez sim, pensou Tae Gun, meio amargurado. E levantando-se, resolveu abandonar o quarto. Se sua esposa estivesse em apuros, ela que resolvesse os próprios problemas. Já estava farto disso.


Entretanto, apesar de já ter resolvido em sua consciência que seu casamento estava fadado ao término, não poderia deixar de sentir um certo apreço pelo que Liz-Ah fizera durante todo aquele dia: a homenagem a Baek Ha Ri e o cuidado com Tae Ji.

Era um jogo, ele o sabia, mas não conseguia deixar de sentir abalado.


Por causa disso, Tae Gun retornou e sentou-se numa poltrona ao lado da cama de Liz-Ah.  Depois de zelar o sono de sua esposa por muitas horas, Tae Gun resolveu deixar o quarto.

Estava claro que Liz não passava mal, apenas dormia.


Ah-Lis acordou muitas horas depois sobressaltada. Por um minuto achou que acordaria em seu casebre, ao lado de um homem vil prestes a espancá-la.

Mesmo depois de perceber que estava na cama de Liz-Ah, o medo que parecia ter penetrado sua pele não a deixou. Escutou o bebê chorar e levantou-se sem poder evitar.

Cruzou o corredor e adentrou o quarto de Tae Ji. Aproximou-se do berço e retirou o bebê. Ninou-o com carinho nos braços e quando o Tae Ji pegou novamente no sono, depositou-o cuidadosamente na sua caminha. Sorrindo, Ah-Lis virou-se, sobressaltando-se ao perceber Tae Gun logo atrás de si.


– O que está fazendo aqui? – falou Tae Gun num tom baixo e grave, não querendo acordar o bebê.


– Eu… er… – Ah-Lis não sabia o que dizer ou fazer. Tinha medo de Tae Gun, tinha medo que ele a machucasse, não podia evitar. Parecia ver Kim Tae Hoon nele e, cambaleando, deu dois passos para trás. – Eu ouvi o bebê chorar… me desculpe…


Ah-Lis ficou ali parada, tremendo dos pés à cabeça, sem conseguir se controlar. Por outro lado, Tae Gun observava a frágil figura a sua frente.

Não poderia ser somente um joguinho psicológico de Liz-Ah. Ali, não havia ninguém no quarto, nem ela havia percebido que ele a observava. Não havia ninguém para ver o showzinho. Seria sincero aquele carinho, aquela preocupação pelo bebê?


– Por favor, deixe-me ir, não me machuque…


Tae Gun franziu o cenho, sem entender, enquanto esquadrinhava o rosto de Liz-Ah. Ela estava visivelmente transtornada, segurava-se para não chorar e não sair correndo e gritando como se ele fosse machucá-la.


– Alguma vez eu já te machuquei, Liz-Ah? – falou Tae Gun, num tom aborrecido, mas calmo o suficiente para abrandá-la. –E quem é Tae Hoon?


Ah-Lis ficou ainda mais pálida. Tae Hoon? Ele a escutou dizendo Tae Hoon? Como é que ela explicaria isso?


– É seu amante… esse Tae Hoon?


Tae Gun previu que Liz-Ah desmaiaria novamente e rapidamente a segurou nos braços.


– Não… dessa vez não! – falou Tae Gun, sustentando Ah-Lis como se ela fosse um bebê. – Respire, Liz-Ah… respire.


Ah-Lis obedeceu com uma certa dificuldade. Estava mole, completamente entregue nos braços de Tae Gun que a segurava. Ela mantinha a cabeça apoiada no amplo ombro de Tae Gun e com a pequena mão sobre o próprio peito, concentrava-se na respiração.

Ainda assim, sentia seu corpo todo amolecendo, o breu se aproximando.

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Como que para interromper o desmaio de Liz-Ah, Ah-Lis viu os lábios de Tae Gun se aproximando e tomando os seus.

Ela sentiu no mesmo instante um arrepio percorrendo seu corpo e aquela energia, de certa forma, animou-a.

Depois de vários segundos quando Tae Gun interrompeu o beijo, Ah-Lis já não se sentia tão fraca, mas seu coração parecia querer irromper pela boca e saltar de seu próprio corpo.

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Ah-Lis só havia sido beijada por duas pessoas em toda vida: seu padrasto que a violentou pela primeira vez quando ela tinha apenas doze anos e seu marido Kim Tae Hoon.

E nunca nenhum dos dois havia mostrado tanta ternura e tanta paixão em um só gesto. E apesar de Ah-Lis estar corada e envergonhada, não conseguia tirar os olhos dos olhos do marido de sua irmã.

– Eu nunca a machucaria…- falou Tae Gun para tranquilizar a mulher que ele segurava nos braços, certo agora de que aquela mulher não era sua Liz-Ah.

Sua Liz-Ah era avassaladora, apaixonante, capaz de levá-lo a loucura, mas também podia ser fria e calculista.

O beijo daquela mulher revelava claramente que ela era tímida e ingênua, alguém que desejava ser amada, alguém romântica e inocente.

Fora um beijo terno e gentil como nunca dera em Liz-Ah e como nunca recebera de Liz-Ah. Aquela mulher, portanto, não era Liz-Ah.