O poder de Yumi – Capítulo 1

Yumi saiu da lanchonete depois de 18 horas de trabalho. Tudo por que sua amiga Yoon Ji havia faltado pela terceira vez seguida. Cansada e desanimada em pensar que tinha poucas horas de sono para retornar ao trabalho novamente, Yumi apressou o passo. Quando virou a esquina, percebeu que o último ônibus da noite estava já saindo do ponto.

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– Ah, não! – gritou ela, tentando correr para pegar o veículo, mas o motorista saiu em disparada sumindo na outra esquina.

Yumi morava perto, apenas cinco quadras dali, mas, à noite, o centro de Hadong-ri era muito perigoso. Os crimes estampavam os jornais todos os dias e ela não queria aparecer numa das manchetes como vítima.

Entretanto, não havia outra maneira de ir para seu apartamento a não ser a pé. Poderia retornar para a lanchonete, mas aquilo não era muito reconfortante, uma vez que o recinto já havia sido arrombado mais de uma vez nos últimos meses.

Sem outra alternativa, abotoou o casaco até o pescoço pois estava uma noite fria de inverno e atravessou a rua. Estava andando mais rapidamente do que suas pernas lhe permitiam, mas ela não podia se dar ao luxo de passear à meia noite como se sua vida não estivesse em risco.

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Quando cruzou uma das ruas, percebeu que um homem passou a acompanhar seus passos.

Resolveu tomar outra rua, dando uma volta mais longa para tentar se livrar do homem, mas este parecia estar atrás dela. Assustada, Yumi correu o máximo que podia e entrou numa das vielas. Escondeu-se atrás de uma caçamba de lixo, esperando que o homem passasse.

Quando ele apareceu no início da viela, Yumi se escondeu, observando-o por uma pequena fresta. Ele parecia estar decidindo se ia ou não entrar na viela, mas resolveu ir em frente, para alívio da garota que suspirou.

Yumi resolveu continuar pela viela, pois sabia que sairia na sua rua no final daquele caminho, mas continuava em alerta pelo estranho homem que a perseguiu. Quando dobrou numa esquina, parou de chofre e voltou alguns passos para trás, escondendo-se atrás da parede.

Na estreita viela, dois homens discutiam. O menor, de frente para Yumi, era um homem idoso que estava tremulo e erguia as mãos, em defesa.

– Senhor, eu juro… eu tentei trazer o cálice, mas a xamã não deixou que…

– Isso não é desculpa para sua traição, Elborn. – disse o outro homem, com um tom sério. Sua voz retumbava por toda a viela como se fosse o ronco de um trovão e Yumi estremeceu no mesmo instante, temendo pelo menor.

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Elborn

 – Senhor… senhor, eu juro que vou recompensar.

– É claro que vai, Elborn, é claro que vai. Seu corpo convencerá a Nan-Ri de que eu falo sério.

Então aconteceu. Simplesmente. Na frente de Yumi.  Sem que ela tivesse tempo para desviar os olhos.

Ela viu o brilho da faca na mão do homem assustador e no segundo seguinte, Elborn, o homem menor, caiu de joelhos e desabou no chão, seus olhos vidrados para ela, como lhe a pedir ajuda.

Yumi tapou a boca, mas emitiu um pequeno som que chamou a atenção do homem maior que se virou instantaneamente. Ela conseguiu se esconder no mesmo instante, abrigando-se atrás de várias caixas de papelão fétidas.

O homem se aproximou, virando a esquina onde Yumi estava escondida.

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A luz do luar iluminou o rosto do homem que Yumi conseguia observar por um furo no papelão. Ele tinha os olhos negros, mas estavam fixos na escuridão, tentando ver algo além dos ratos a cruzarem a viela, desatentos ao perigo. Os cabelos dele eram tão negros quanto a noite e ele tinha uma expressão severa, perigosa.

Yumi estremeceu ainda mais quando ele desceu o olhar para o monte de papelão onde ela se escondera.

Ela ficou muda, sem se mover, apenas observando, rezando a Deus para que ele não a descobrisse. Yumi fechou os olhos, sem conseguir suportar a tensão do momento, mas quando abriu os olhos, ele havia desaparecido.

Ela ainda ficou muitos segundos imóvel, no lugar, mas quando escutou um barulho de sirenes perto de onde estava, Yumi levantou-se, removendo as caixas de papelão ao seu redor. Correu para a saída da viela, por onde entrara. A viatura de polícia estava parada, um dos policiais estava no carro, o outro dava uma prensa em um homem. Era o mesmo homem que havia perseguido Yumi pelas ruas antes dela ter entrado na viela. Pelo que ela entendia, o homem era apenas um vendedor de drogas.

Ela correu em direção ao policial da viatura, parando um segundo para recobrar seu fôlego e se assustou quando as palavras saíram de sua boca

– Por favor, vocês precisam me ajudar… eu acabei de testemunhar um assassinato!