Salva Pela Maldição – Cap 1 – Humilhante

Salva pela Maldição

Capítulo 1 – Humilhante

  

Quando Choi Goon Yoon acordou do seu desmaio, começou a  gritar que queria morrer, pedia ao pai e sua mãe que estavam ao seu lado que o deixassem morrer, pois, a vida para ele não fazia mais sentido.

O pai chamou um enfermeiro que o sedou, com ajuda de outro  que foi chamado  para amarrem ele na cama. Procedimento necessário naquele momento.

A mãe chorava tentando manter a calma e ocasionalmente soluçava, o pai falava palavras otimistas, mas nada adiantava, o desespero do filho não passava.

Ele chegou ao hospital e já foi atendido às pressas, estava alcoolizado e sangrando,  o corte que fez no pulso não era profundo por isso recebeu o devido procedimento  sendo levado para o quarto.

Batera a cabeça, que já   estava com curativo e estavam esperando ele acordar para continuar o tratamento e fazer os exames necessários no seu caso. Como o paciente não colaborava foi preciso uma atitude mais severa.

Amarrado na cama começou a gritar que não era louco, que ele só queria morrer em paz.

Iniciou  sua vida  sexualmente ativa na adolescência  desde então sempre foi viril. Não podia suportar aquela situação. Era humilhante  demais ter que contar para cada médico, cada especialista  em diversos países que sua virilidade desaparecera,  já fazia tanto tempo  que estava fazendo diversos tratamentos, nada dava resultado. Estava completamente impotente, nada conseguia por para cima a sua alta estima.

Era a segunda tentativa de suicídio. Na primeira foi socorrido a tempo,  o lustre cedeu fazendo barulho e o empregado entrou seu no quarto a tempo da corda sufocá-lo por completo.

Foi um alvoroço na mansão Choi, família ilustre e tradicional. Seria uma  vergonha um membro da família cometer tal ato, por isso foi abafado na mídia.

Ficou sendo tratado  e vigiado em casa, só  recebeu a visita do seu terapeuta   e nem na esquina saia sozinho, seus 6 guardas -costas o acompanhavam.

Passaram-se 5 meses, parecia estar melhor e voltou com o pai e o irmão mais velho a  buscarem novos especialistas e novos tratamentos para a sua doença,  essa até então foi escondida de outros  familiares. 

Uma hora parecia distante, outra otimista e esperançoso. Ninguém esperava por essa segunda tentativa que foi mais grave: cortou o pulso, mas não era sua vez de morrer. Ele acabou sentido muito a dor do corte e se agitou no banheiro,  escorregando no sangue, bateu a cabeça no balcão da pia  e desmaiou.

O corte não fui profundo não atingindo todas as veias do local, evitando assim o perigo de uma hemorragia. Como estava bêbado, fez uma baderna no quarto, jogando muitos objetos no chão e na parede.

Assim que ouviram os sons, perceberam ter se trancado, coisa que não era para fazer, pois, foi pedido para tirarem todas as chaves de vários ambientes, como ele conseguiu a chave ninguém soube.

Quando encontraram o molho de chaves que estava bem guardado, foram todos ao seu quarto e viram a cena. Ele caído no chão, tinha um corte na testa e no pulso esquerdo.

Dessa fez não era possível abafar, foi levado para o hospital, do qual a família também tinha ações, assim poderiam manipular os médicos. Era certo que a mídia iria acompanhar o caso: notícia fresca dava um bom pano para manga.

Desde a morte de sua esposa, não deixavam ele em paz. Passou um ano e muitos queriam investigar o fato ao fundo. Às duas famílias gastaram um monte de grana para esconder a verdade: comprar o silêncio, sai caro!

A desculpa seria a saudade de sua ex- esposa, uma grande mentira, pois era um casamento  por interesses,  ambas famílias saíram ganhando. Menos a jovem 10 anos mais nova que se casou com  Goon Yoon, apaixonada pelo seu primeiro namorado. Teve uma vida infeliz ao lado do marido que nem a respeitava.

Nunca fora fiel a ela. Ele antes, era ator  e sua carreira despencou com os escândalos  um atrás do outro, flagrado cometendo adultério, por isso ele acusava ela pelo fracasso de sua carreira. Teve que deixar os holofotes para assumir a direção na rede de hotelaria,  um dos negócios  da família.

Seu hobby passou a ser as festinhas particulares na suíte presidencial dos seus melhores hotéis. Viajava muito e não perdia uma mulher gostosa que desejava. Para ele o dinheiro comprava felicidade! Era completamente imoral! Costumado a ser bajulado pelas fãs e por todas as mulheres com quem dormia.

Nunca fora um bom pai nem bom marido. Sua ex-cunhada o odiava, era ela que entregava os podres de sua má conduta, com esperança de que os pais consentissem no divórcio de sua irmã mais nova.

Mas nada adiantava, para os  machistas: não tinha nada de errado dar um pulo fora de casa.

E ainda mais que a sociedade entre as famílias estava dando lucro.  Incentivada pela irmã, sua esposa começou a fazer o mesmo. Elas conheciam muitas mulheres do seu meio social que cometiam adultério.

Tudo bem escondido e nada de sério,  era apenas um pulo  de vez em quando para baixar o estress. Mas ,ela  procurou o seu amado,  que aceitou viver aquele triangulo e por um  tempo pôde suportar a situação.

Ao mesmo tempo, tentou várias vezes convencer  Goon Yoon a lhe dar o divórcio, que depois do nascimento da filha caçula ficou desconfiado, pagando  um detetive para investigá-la.

Se ela fosse desmascarada, ele poderia dar o divórcio sem prejudicar os negócios do lado do seu pai, o prejuízo ficaria com seu sogro. Entretanto, nada saiu como desejava e nesse confronto houve morte, o amante de sua ex  morreu no local do acidente, provocado pelo seu pessoal,  coisa que não esperava. 

Um mês depois, sua esposa falece, mas  não antes de amaldiçoá-lo. Desde a última conversa que teve com ela sua vida não valia mais nada, foi desse dia em diante que ficou impotente.  

O pai fez sinal para parar de fazer cena, levantado agora ao lado da esposa passava a mão nas suas costas. Assim que os enfermeiros saíram o pai vai até ele e tampa sua boca.

– Quer que todo hospital saiba da sua loucura?!

– Deixe eu morrer em paz!  – se livrando da mão.

– Olha para tua mãe não sente remorso do que fez?  Teve que chegar  ao ponto de nos envergonhar! Nunca um membro da família Choi causou tal escândalo, se suicidar, quer a mídia feliz com sua covardia?!  – reclama o pai tentado manter o tom da voz baixa.

– Agora não posso morrer  quando eu quero, tenho que ter autorização?

– Para de frescura! Deixe para morrer quando chegar a sua hora!

– Não vejo  porque ficar aqui, assim desse jeito!

– Quer que todos saibam do seu caso? Fale baixo!

— Eu quero morrer, não aguento mais, não sou nada! Não sou um homem por inteiro! Tudo por causa daquela vaca, devia ter deixado todos saberem que ela não prestava. – deu um tempo para recuperar o fôlego e voltou a falar irritado. – Preferia agora ser visto como um corno, um chifrudo, do que estar nessa situação. Ainda fui bonzinho de preservar a  sua imagem de boa esposa, só fiz isso porque você mandou! Que ela queime no inferno!! – enquanto falava tentava se livrar das amarras na cama .

– Calma Goon é só uma fase, já passa! A vida sempre tem altos e baixos.

– A minha situação é humilhante, não consigo encarar as pessoas.

– Ninguém está sabendo! Já mandei Joon se pronunciar dando uma desculpa para essa besteira que você fez.

– Ninguém sabe uma ova, há quantos especialistas nós fomos e mais os empregados, eles comentam!

– Eles comentam o fato dos suicídios, mas não sabem o por quê? É só manter o seu bico calado, não irão saber.

– Você  pensa que não, eu sei que eles sabem!

– É coisa da sua cabeça  e mesmo se soubessem, são de confiança, trabalham a décadas conosco, não iriam espalhar fofocas!

– Iriam sim, eles falariam que eu … – o pai tampou sua boca de novo.

– Meu filho é coisa de sua cabeça, todo esse tempo tratamos isso em sigilo, nada vai ser divulgado, você tem que ser forte!

– Deixa eu morrer enquanto tenho minha dignidade e meu orgulho, não quero cometer mais erros! Não aguento mais essa situação humilhante.

– Você já cometeu tantos! Para de ser hipócrita!

A mãe começa a se despencar no choro e o marido aconselha:

– Querida calma, é melhor ir para casa, vai deixá-lo mais ansioso. – diz o pai de Goon.

– Mais eu tenho tanta pena do meu filho… – ela comenta em soluços.

– Nada de pena, ele não é um coitado, isso vai passar, temos que ser otimistas.

Agora o sedativo começa a fazer efeito e Goon sonolento não consegue raciocinar direito, seus olhos pesados se fecham e caiu num sono profundo. Nessa hora, o irmão mais velho entra  e fala com  seu pai.

–  Pode deixar pai eu fico com ele, vai para casa com a mãe – suspirou balançado a cabeça. – Sei que ele vai se arrepender do que fez. Só fez isso porque bebeu  demais.  Tem que sumir com toda bebida alcoólica lá de casa! – o pai arregalou os olhos   interrogativo.

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–  Sim, minha adega vai ficar vazia por causa desse irresponsável? O que meus vinhos têm a ver com a cabeça de vento do seu irmão?

– Pai! Seja mais humano! Não vê que ele está fragilizado!?

– Já não fez festas o suficiente? Não pode ficar um tempo sem transar!?

– Querido, que modos são esses, de falar assim do seu filho?! – retrucou a mãe, horrorizada com o linguajar do marido.

– Não estou certo?! Tem gente que fica anos sem transar  e não morrem, nem se desesperam. Agora esse não pode ficar um tempo sem sexo?!

A mulher tampou os ouvidos, estava com vergonha de ouvir aquele comentário na frente do seu filho.

– Vai  querida, vai à frente, eu vou depois. – ele abre a porta para ela sair e faz sinal para um guarda- costa lhe acompanhar. Ela sai após ele dar um beijo na sua testa .

– Pai, o quê o médico falou? – perguntou Joon, curioso.

– Vai ficar aqui por uns dias, está fora de perigo, mas têm que fazer exames na cabeça para ver se não causou danos, só falta ficar mais louco do que já é! E vai ter que passar por um psicólogo. Procedimento médico, não podem liberá-lo sem ter alta psicológica.

– Não dá para agilizar as coisas? – Joon questionou.

– É melhor não, assim vai chamar mais atenção!

– E como foi com os reportes?

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– Fiz o que me mandou.

– Quem será que deu com a língua nos dentes?! – perguntou o pai, preocupado.

– Nem faço ideia  quem espalhou a notícia de suicídio!

Uma Semana Depois

O primo de Goon que era secretário e também companheiro de festa, foi chamado para passar um tempo na mansão. Assim ele fazia a ponte entre os diretores dos hotéis e Goon.

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Obrigaram ele a trabalhar para ocupar a mente. Goon não saia de casa para nada, era (24h) vigiado ou pelos guardas costas, ou pelo secretário  e ainda pelas câmeras de segurança que foram instaladas em toda a mansão exclusive no seu quarto, menos nos dos outros e ir ao banheiro tinha que ser acompanhado pelo primo.

– Que situação deplorável, não posso nem defecar em paz!? – criticou Goon.

– Se para você é ruim, imagina para mim como é?! – retrucou o primo.

– Então saia!

– Não posso, estou sendo pago para isso!

– Então aguenta que está vindo!

Os peidos saem causando mau cheiro e fazendo barulho.

– De novo assim?! O quê tem comido para feder tanto?

– Se não quer cheirar saia!?

O primo com um lenço no nariz afasta um pouco para responder.

– Já disse, não posso, se eu sair do banheiro sem você eles virão  para saber o que aconteceu.

-É um exagero! Humilhante, simplesmente humilhante.

– Não reclama comigo, foi você que pediu por isso.

Faz sinal com a mão.

–  Faz o favor de se virar para mim me limpar, isso é constrangedor. Pega uma toalha para mim, vou tomar um banho.

Depois que ele entrar no chuveiro, o primo baixa a tampa do vaso para sentar e fica ali até ele terminar o banho.

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De Joelhos Pedindo Clemência!

Aquela situação durou um mês, após ele implorar de joelhos e prometer para o pai que não faria nem uma besteira. Nada de tentar tirar a vida.

Em seguida, o primo voltou para o seu apartamento, e diariamente vinha trazendo relatórios e papéis importantes para ele assinar.

O Pai e o irmão voltaram a pesquisar sobre especialistas referente ao seu problema. E  um dia depois do jantar  ele estava na sala assistindo um seriado, o pai venho trazendo vários papéis sobre um médico internacional.

– Nós vamos para Nova York na semana que vem! Achei esse doutor. Dizem ser um ótimo especialista do seu caso.

– Esse será o vigésimo, então, não quero ir! Estou cansado de passar vergonha. Para mim, é humilhante, ter que falar da minha situação.

–  Vamos tentar, não podemos dar por vencidos!

– Falou isso da última vez. Foi por, causa do diagnóstico daquele doutor que eu tentei o suicídio. Não resolveu nada e piorou a situação pois ele queria colocar prótese!- falou indignado. –  Eu não sou homem de usar prótese. O bicho aqui sempre resolveu tudo sozinho, agora vai ter que ter ajuda para subir?! Uma prótese não aceito!

É Maldição da Brava!

Na sala estava sua avó de 90 anos que todos pensavam estar surda. Ela tira os olhos da TV e fala olhando para os dois.

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– Coitadinho – balançou a cabeça. – Essa maldição é das bravas! Vai ter que exorcizar! Só assim para levantar o bicho de novo!

– Vó! Você estava me ouvindo?

– Mãe! Por que não responde quando a gente pergunta? E por que se meteu na conversa agora?

Essa ficou calada vendo o seriado.(novela)- É sempre assim! Nunca responde nada que perguntamos. Pelo menos o aparelho em que gastei uma fortuna está funcionando! Pensei que estava surda de vez.  – o pai balança o dedo na frente, como tivesse tido uma luz.

– É isso! Já tentamos todos os recursos médicos, a medicina não resolveu.  Vamos buscar ajuda no campo do sobrenatural!?

Goon  se  encolher e mexe com a cabeça e passa as mãos nos braços esfregando os e fala para o pai.

– Uiii, me deu um arrepio na espinha só de tocar nesse assunto! Não sei se é uma boa ideia?!

– Deve ser uma corrente de ar ou uma janela que foi esquecida aberta.

– Sim. – Goon tente apaziguar, o assunto de sobrenatural não lhe agradava.

A avó olha de novo para os dois balançando a cabeça inconformada.

– O quê foi mãe? Quer algo?

– Vocês dois estão encondando a minha novela, não consigo ver direito. Por que vocês  não vão falar em outro lugar?

– Onde!? Ah! Deixa a gente terminar a nossa conversa aqui!

– Para que você tem um escritório em casa?

– Mas ele é meu filho e não um empresário, um negociante!

-Sim, ele não é o presidente da rede de hotéis?

– Mas esse assunto não é sobre negócio! – ela olha para Goon com piedade, ele entendeu o pedido.

– Vamos pai, continuar a conversar no escritório!

– Até parece que a casa não é minha!? Sendo, expulso da minha sala!

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A Velha podia ver o fantasma da ex esposa pairando atrás de Goon.

Assim que saíram ela pegou um pouco de sal grosso que trazia no bolso de sua roupa e joga na fantasma.

Essa olha para velha com raiva, fazendo uma cara mais feia, da qual ela tinha agora como fantasma. E sai flutuando no caminho do escritório. Então, a velha fala para si mesma:

– Já não está na hora de subir! O que tem que incomodar e ficar aqui após morta!?

Em seguida, eles foram para o escritório, onde lá tinha uma estátua de Buda de 40 cm, presente que o Sr. Choi ganhou de um amigo monge.

Por isso, aquele era um local protegido espiritualmente e a fantasma não podia entrar. 

Sempre a velha senhora pedia para trazerem coisa contra fantasmas, mas a sua nora  acreditava, que sua sogra pedia tudo aquilo devido aos seriados de fantasmas que ela assista.

E não levava em consideração os pedidos que a sua sogra fazia.

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra