Salva Pela Maldição – Cap 19 – O despejo

Capítulo 19 – O despejo.

Já havia escurecido. A última cliente saiu quando Irene chegou no salão. Íris serve uma xícara de café com bolinhos de chuva e ficaram conversando, enquanto assistiam dorama. O celular tocou. Prontamente Íris atendeu.

– Alô! Ah! Ela está aqui!- esticou o braço para passar o aparelho para a amiga. – É o Sr. Joaquim, quer falar urgente com você! – ao pegar comenta, respirando fundo.

– Ai, ai até sei o que ele quer! Estou com o aluguel atrasado, como sempre! – tentou se acalmar e falou ao telefone.

– Boa noite seu Joaquim! Sei que estou atrasada, mas juro que pago logo! Vai entrar uma grana extra, e pago os 2 meses atrasados e esse que vai vencer! Não precisa se preocupar. Pode falar com a proprietária, que vou acertar tudo, ela não precisa ficar irritado comigo!

Irene falava tão rápido que não deixava o homem falar o motivo de sua ligação.

Quando parou, foi a vez do Sr. Joaquim. Em seguida, ele com calma e clareza tentou explicar a situação.

Enquanto escutava, Irene que estava sentada, se levantou. Sua feição não era boa, e quanto mais escutava mais pálida ficava. Então, Íris começou a ficar preocupada, vendo sua colega branca como neve. Fez ela sentar com medo que desmaiasse.

– Eu entendi seu Joaquim! Não é sua culpa, eu sei. Já vou para casa, e vejo o documento.

Íris percebeu que os olhos de Irene estavam lacrimejando e ficou ainda mais preocupada com a amiga.

– Não tenho o que reclamar pois ela está certa. – falava com a voz trêmula e as lágrimas começaram a encher os olhos. Em seguida, desligou o celular em prantos.

– O que foi Irene? Porque tantas lágrimas? O que aconteceu?

Em seguida, Irene, fungando e limpando o ranho na manga do casaco, desabafa com a amiga.

– O seu Joaquim falou que esteve no final da tarde na minha casa. Ele junto com um advogado, pois parece que proprietária abriu uma ação de despejo contra mim. Fez questão de dizer que eu vivo me escondendo dela.

– Que, é verdade, né Irene!

– Eu sei! Mas ela fez a ação de uma maneira, que a primeira audiência eu não compareci. Todavia, eu não fui notificada!? A segunda audiência, que eu também não sabia, foi ontem! Sendo dada a ordem de despejo.

– Despejo?? Não acredito que aquela lambisgoia, teve a coragem de fazer isso! E é da igreja!? Vive no culto a semana toda! Sim onde está o ensinamento Bíblico? Não está escrito: Quem dá aos pobres, empresta a Deus?

– Tem isso na Bíblia? – perguntou Irene, um pouco confusa.

– Acredito que sim! Eu vivo ouvindo isso quando eles veem aqui, me pedir para contribuir com rifas, doações de alimento, brinquedos e agasalho nas campanhas que eles fazem. E eu não vou em nenhuma igreja. Horas! Não acredito que ela fez isso.

– Mas ela fez! Então, vou para casa ver o documento do despejo pois parece que tenho um prazo para sair da casa! Minha mãe deve estar preocupada. Receber o seu Joaquim e um advogado pode ter deixado ela abalada. Vou indo!

– Espere! E se o secretário ligar? O que digo? Ele disse que só vai falar com você marcando o encontro!

– Passa o número do meu celular. Do jeito que estão as coisas, vou acabar perdendo o número também. — falou Irene a beira do desespero – Esse meu celular está que nem pai de santo! Só recebe! E agora não estou preocupada com o que esse tarado quer! Não mexendo com minha família, eu faço tudo que ele quiser!

Quando saiu do beco, avistou seu filho e sua mãe no portão à sua espera. Sua mãe nem deixou ela chegar, começou gritar assim que viu Irene.

– Filha, estamos perdidos! Aquela santa do pau oco! Está nos despejando! Despejo, filha! Despejo! Seremos despejadas!

Irene baixou a cabeça pois sabia que as vizinhas próximas estavam no portão ou na janela. Na certa sua mãe já havia espalhado a notícia.

Ao entrar pelo portão, Irene retruca:

– Mãe, pára de ser escandalosa! O problema é nosso, e não da rua inteira. Vamos entrar e lá dentro a gente tenta resolver a situação.

Irene conversou com os filhos e a mãe, e disse que não era para ficarem preocupados, pois o seu Joaquim havia prometido arrumar uma casa para eles. Além disso, ela pediria a proprietária mais tempo, se fosse preciso.

Seu Joaquim era um senhor conhecido de tempo pois os dois apartamentos que Irene e o marido compraram, foi com ele.

Então ele sabia de toda a situação. Por isso algumas vezes pagou o aluguel, até Irene Juntar o dinheiro para pagá-lo.

Ela sempre estava com um mês atrasado, mas o seu Joaquim não ligava.

Entretanto, no momento, a esposa de Joaquim estava com uma doença, e por isso, ele havia avisado que não poderia ajudá-la por muito mais tempo.

Agora, sua conta com a proprietária estava com dois meses de atraso e ela sabia que isso se tornaria um problema, só não imaginou que geraria uma ordem de despejo.

Depois de muita conversa e reclamações, os filhos e a mãe foram dormir, deixando Irene sozinha.

Irene estava na sala lendo pela segunda vez o documento de despejo que haviam entregado à sua mãe.

Nesse momento, seu celular tocou, mas não deixou tocar outra vez, pois logo atendeu decidida.

– Alô!

Do outro lado da ligação, Jun olha para Goon fazendo sinal de ok, coma a mão esquerda. –

Entretanto, impaciente, Goon imediatamente pede para por no viva voz.

– Não me deixa maluco! Coloca essa porra no viva voz! – reclamou Goon.

Jun estava tampando o Celular para Irene não ouvir a reclamação do primo.

– Alô, esse número é da senhora Irene?

– Sim, é ela! É o secretário Jun?

– Sim , aqui é o senhor Park Jun Ho. Estou ligando como combinei. A senhora concorda em se encontrar com o Sr. Choi Goon Yoon?

– Sim! Se for em um local como eu falei antes.

– A senhora sabe onde fica a Cafeteria Doce Encanto?

– Não! Mas posso achar no mapa.

– Se a senhora quiser, o motorista pode ir buscá-la?!

– Não! Nada disso! Eu vou do meu jeito. Então pode deixar!

– Qual o dia da semana seria melhor para a senhora? Para eu reservar uma mesa se for preciso!

– Pode ser amanhã?

– Pode sim! Às 10:30  é um bom horário?

– Pode ser mais cedo? Tenho que trabalhar depois, dependendo de onde fica a cafeteria, posso chegar atrasada.

– Pode ser as 9:30? O senhor Choi não gosta de acordar cedo! – Irene sem perceber fala alto consigo mesma.

– Se ele está tão interessado em conversar comigo, porque não pode acordar mais cedo, esse idiota!

Em seguida, o primo coloca sua mão na boca de Goon, impedindo o xingamento.

– Podemos confirmar senhora o encontro para amanhã as 09:30?

-Sim, secretário Park Jun Ho. Amanhã as 09:30, na Cafeteria Doce Encanto.