Salva Pela Maldição – Cap 36

Depois de uma semana que Irene e Íris se mudaram para o prédio, começaram a montar o salão de beleza. A pedido de Íris, os móveis e equipamentos foram comprados na loja do Victor. Ele mesmo veio entregar, estava curioso com as mudanças e prosperidade imediata das duas. Como sempre, não perdeu a mania de zombar de Irene. Ao entrar no local, Victor admirado comentou.

— Dava de fazer um salão dançante aqui! O espaço e o local são bem apropriados! Irão ganhar mais dinheiro, abrindo uma Boate! – Irene já estava arrependida de ter comprado com ele os equipamento e móveis. No dia da compra, ele pegou no seu pé, tanto que deixou Íris resolver os últimos detalhes. Olhou para Íris, como quem pede para ela atendê-lo.

— Não dê ideia boba Victor! Eu e Irene não temos idade para tocar uma danceteria! – com deboche ele responde.

— Então, toque uma zona! Certamente, sei que já não estão com idade, nem com beleza para a profissão! Mas, isso não impede de serem as Cafetinas! – ele cai na risada. Irene balança a cabeça, inconformada com o comentário idiota. Ele reparava na expressão da Irene. Para ele era divertido vê-la, reprovar suas provocações.

— Vai ficar aí falando bobagem! Não vai, descarregar a nossa compra? Queremos arrumar isso o mais rápido possível! Que sei, você é vendedor de produtos para salão de beleza! E não comediante! – falou Irene sem paciência.

— Nossa! A mulher já está irritada! E nem são 9 horas da manhã! Esse teu mau-humor é contagiante?

— Trabalha! Entrega o que compramos! E para de enrolar! – para não criar clima negativo entre os dois, Íris interfere.

— Ah! Não se pode ser brincalhão, divertido e feliz na frente dessa recalcada! Ela leva tudo a sério!

— Recalcada uma ova! – ele foi puxado pela amiga. Então, Íris falou no seu ouvido.

— Victor! Ela está uma pilha de nervos! Alguns documentos, estão pendentes. E só podemos abrir, quando tiver tudo certinho. Então, faz favor de pegar leve! – ele sem cometar nada, saiu dando ordens aos carregadores que ele contratou, pois a compra que elas fizeram foi enorme.

Além de produtos, móveis, elas encomendaram com ele, objetos decorativos para salão de beleza e móveis para estética. Irene e Íris estavam fazendo cursos de depilação egípcia, designe de sobrancelhas, massagem estética e depilação à cera quente. Abrindo um leque maior, para atrair clientes.

Enquanto os homens descarregavam, ele ficava só observando. Assim que acertou com os entregadores. Entrou para conversar.

— Agora sejam sinceras! Estão abrindo esse salão, só com o dinheiro que a Irene ganhou no jogo?

— Claro que não! Eu também ajudei com as minhas economias!

— Para né! Iris, você não tem dinheiro, nem para dar trocado, aos mendigos nas esquinas!

– Você é que pensa! Tenho uma poupança!

— Irene teve muita sorte! Ganhar no jogo, todo esse dinheiro. Mas, eu acho que tem um dedo a mais, nessa história. Para mim, está mais, para a ajuda de um bofe! – a risada de Íris saiu espontânea. Victor falava, sabendo que era ouvido por Irene. Ele continuou cutucando-a.

— No mínimo o homem era cego! Irene você se aproveitou do coitado? – ela deu um muxoxo, e respirou fundo, dando de perceber que sua paciência estava no limite. Então, para desarmar ele, respondeu.

— Sim! E não era um coitado! Coitada fui eu, que tive que me deitar com aquela coisa ruim! – tanto Victor como Íris não esperavam aquela resposta, ele ficou mais desconfiado da origem da sorte grande de Irene. Mas, os dois riram divertidamente.

O homem de 40 anos, charmoso e elegante ajudou as duas, a desembrulharem os pacotes e colocar as coisas no seu devido lugar. O eletricista e encanador viriam a tarde. Pararam para tomar um café com bolo, que Irene foi buscar na panificadora, do outro lado da rua. Nessa hora o filho mais velho de Irene apareceu na porta, querendo falar com ela. Victor não o conhecia, e observou o rapaz nos mínimos detalhes.

Irene foi até o filho, que fez sinal com a mão, chamando-a. Ele era um pouco reservado, sabia que aquele assunto, não era para discutir na frente de terceiros.

— O que foi Carlos Gabriel., ? O que aconteceu, para você vim aqui?

— Mãe! É a vó! Ela está reclamando que você prometeu que iria levá-la no clube de crochê na igreja! Está falando, que você se esqueceu! Hoje a tarde é o encontro do clube! Ela está falando que pegará um ônibus, e vai sozinha para a igreja.

— Diz para sua vó, parar de louquear! Diz, que eu já contratei uma Topic, que vem, pegar às 14 horas aqui, levando-a ao clube e trazendo de volta as 18 horas.

— A mãe contratou mesmo?

— Claro que sim. Duas vezes por semana ela vai ver as amigas dela! Ela vai ao clube de crochê e no encontro da terceira idade. Vai agora contar para ela antes, que a mulher infarte por teimosia!

— Está bom, mãe! – ele saiu, entrando na galeria. Ela entrou, e os olhos do Victor estava seguindo o seu filho. Então, ela o interroga desconfiada.

— Que foi? Por que está olhando assim para o meu filho? Tire os olhos do meu filho!

— Nossa! Que rapaz bonito! Um verdadeiro deus grego! Na certa puxou ao pai! – eram sinceros os comentários.

— Para com isso! Se não quer ter prejuízo! Devolvo tudo que comprei!

— Irene! Seja realista! Você não tem toda essa beleza, para ter herdado ao seu filho!

— Eu só estou um pouco fora de forma! – ela justifica.

— Fora de forma? Você está fora da forma! Isso sim! Sabe aquele pão, que cresce demais e se esparrama, caindo para fora da forma, essa é você.

— Preciso só perder uns quilinhos!

— Uns quilinhos nos braços, uns quilinhos nas pernas, uns quilinhos na barriga! Só uns quilinhos, que no total são 100 quilos!

— Cem quilos! Uma ova! Você sempre exagera! Provarei para você que tenho solução! Eu e a Íris, já nos matriculamos na academia, aqui perto! E começaremos a fazer sessões em uma clínica de estática. Em dois meses, eu garanto que estarei bem melhor na aparência.

— Duvido! Gastará horrores, sem resultado! Você nem virando do avesso, fica melhor! Mas, não fique triste! Você tem um bom coração! Já é um consolo! – ela procurou no seu celular algo, e mostrou para ele, convencida.

— Olha aqui! Veja essa foto! Faça a comparação? Se a Edeli Salvatti, feia que era, conseguiu virar uma mulher de aparecia agradável! Por que eu não consigo? – ele olhou espantado, e concluiu.

— Ela deve ter gastado, rios de dinheiro! Agora sei aonde foi parar o meu imposto!

— Viu! Tenho dinheiro agora! E posso ficar mais bonita!

— Irene! Falarei sério! Sem brincadeira! Não me leva a mau! É para o seu bem, quando mais cedo aceitar, melhor será para sua vida. Mas, Irene se você quiser ser novamente bonita! Vai ter que nascer de novo! – ela olhou para Íris, jogando a culpa na amiga.

— Viu no que deu! Foi você que quis que eu comprasse as coisas na loja dele! Paguei tudo à vista! E esse bosta! Vem aqui só para zombar com a minha cara! – se levantou e saiu bufando pelo caminho! Victor falou rindo.

— Ela me chamou de bosta! Ficou realmente possessa comigo!

— Eu disse para pegar leve! Você gosta de tirar ela do sério!

— Ela precisa aprender se defender! Parar de baixar a cabeça, toda vez que é criticada! Vive dizendo Amém, para tudo. Estou ensinando-a! E foi ótima a reação! – ele deu um tempo e interrogou a amiga.

— Agora que ela já foi! Conta a verdade! Alguém bancou tudo isso, né?

— Eu não sei de nada!

— Íris! Não fuja da conversa! Tenho certeza e coloco a minha mão no fogo! Que aquela pele viçosa, hidratada e bonita. Não é resultado de creme, não! Garanto que foi uma troca de óleo! Conta para mim, quem é o bofe? – a amiga se levanta disfarçando, arrumado as coisas. O amigo insistia! Contudo, não houve resposta.   

Depois de 6 meses

Com o salão de beleza funcionando intensamente, Íris e Irene tinham mais 4 funcionárias. Uma delas era a sobrinha de Íris. Elas planejavam uma viagem para conhecer e para negociar produtos asiáticos de beleza, para a loja de cosméticos, aberta há 3 meses. Os filhos de Irene tocavam o comércio, sendo os gerentes, tendo duas funcionárias como atendentes.

O filho mais velho estudava na faculdade pela manhã, e trabalhava a tarde, e o menor, o contrário. Assim sempre tinha alguém da família para cuidando da loja. Mesmo assim Irene tendo tempo, saia do salão para supervisionar a loja.

O salão foi equipado com uma TV de 60 polegadas e a programação era show de grupos Kpop, Cpop, Jpop e Doramas Asiáticos. Despertando o interesse de muitas clientes para esse tipo de programa. Algumas senhoras que moravam no prédio desciam para fazer pequenos retoques em suas cabeleiras, unhas e sobrancelhas. Só para aproveitar a programação e fofocar de tudo que fosse possível.

Ninguém no prédio sabia que Irene era a dona, o local teve melhorias assim que elas começaram a morar no prédio. Iris veio, morar ao lado do apartamento da amiga, oferecido a ela sem custo. Não despertou desconfianças nos inquilinos, já que o Sr. Joaquim alugou os apartamentos desocupados com facilidade.  Nos intervalos, sem clientes as duas faziam curso de inglês online.

As amigas levantavam cedo 3 dias por semana, para frequentarem a academia mais próxima do prédio. Além de terem feito vários procedimentos estéticos. Agora ambas estavam no seu peso ideal, e aparência mais jovem.

Faltava 2 meses para se aventurarem em uma viagem de 25 dias, onde iriam conhecer Tóquio, no Japão. Pequim e Xangai na China. Seul, Busan e a ilha Jeju, na Coreia.  

Professora de Arte Pós-Graduada. Nascida em Joinville. Signo: Libra