No final da tarde, como combinado, Jin Hoon entrou na lanchonete do ‘Metralha’, sentou próximo do balcão, ao lado do Song, que estava bebendo soju. Assim que se acomodou fez o seu pedido.
— Metralha me dá um café bem forte! – o dono do estabelecimento olhou para os dois desconfiado.
Song levantou a mão direita, tentando acalmar o dono.
— Está tudo bem! Não brigaremos hoje!
— Isso falaram na última vez, que tive que jogar os dois na rua! – retrucou o Metralha.
— Fizemos as pazes! Né, Jin!?
— Pode ficar tranquilo! Já estamos nos dando bem! Foi só um mal-entendido! – confirmou o detetive Lee.
— Espero que sim! Se brigarem aqui dentro novamente, proibirei a entrada dos dois! Nem separados, em horário diferente vou quer ver os dois aqui! Ouviram?
— Acho que está levando a situação muito a sério!? Como um cliente pode ser proibido de entrar? Não tem como proibir!?
— Song para de criar confusão! – olhando para o dono, Jin Hoon pergunta. — Quantas garrafas ele já bebeu?
— Com essa, é a quinta! – olhando com reprovação para Song, o detetive Lee o repreende.
— Como pode beber tanto, antes da nossa reunião?
— Estou comemorando nossa reconciliação! – ao ouvir Song, o amigo deu um muxoxo reclamando.
— Falando assim, até parece que somos um casal! – com cara de deboche, Song levanta a mão fazendo gesto negativo, e fala para o Metralha.
— Nós não somos um casal! Não liga para o que ele falou! Esse aqui é meu melhor amigo! Meu mestre e meu ídolo! Tudo que sei aprendi com ele! – irritado Jin Hoon, pegou Song pela nuca, puxando ele, enquanto faz um novo pedido.
— Metralha! Por favor, duas canecas de café bem forte! Daquelas canecas grandes. Leva para a sala dos fundo! Ok? – o dono, um pouco a contra gosto, concorda balançando a cabeça positivamente.
Foram se acomodando em uma mesa reservada em uma pequena sala. Geralmente usada por casais, para ficarem mais a vontade. Antes do desentendimento, Jin Hoon e Song se encontravam para jantar e conversarem sobre os crimes, em que estavam trabalhando.
— Estou intrigado!? Você não?! – comenta Song sentando.
— Estive pensando em todas as provas e não vejo outra conclusão! Se não há do Dr. Choi!
— Boto minha mão no fogo! Mas, acredito ser briga empresarial! Não vejo o Judoca como pivô, para uma intriga!? Ele não parece ser um alvo forte! Se aproveitaram dos participantes, para destruir de vez a imagem da fábrica. Não acha?
— Não podemos descartar nem uma hipótese! Tudo tem que ser analisado!
— Você acha mesmo que escolheram o judoca a dedo? O alvo mais forte ali, seria o Idol! Além de ser famoso, é filho do dono da fábrica! – eles param de falar, quando Metralha entra na sala e coloca as duas canecas de café na mesa. Jin Hoon faz um novo pedido.
— Por favor, poderia trazer duas refeições! Bateu a fome. E pode colocar tudo na minha conta!
— Já iria perguntar quem está pagando isso? Ah! Anoto as 5 garrafas de soju também?
— Poder ser! Hoje eu pago! – o detetive Song sorriu para o amigo. Quando Metralha saiu continuaram a conversa, de onde haviam parado.
— Sabe!? Que foi ele que salvou a fábrica de ir à falência, ano passado? – comenta Jin Hoon.
— Viu!? Como eu falei! O judoca é carta fora do baralho!
— Não podemos descartar ele assim! Ele é sua responsabilidade! Investigue melhor os antecedentes dele!
— Não mande o que fazer! Já não sou seu subordinado, faz anos!
— Sim! Aquele discurso lá atrás? Que sou seu ídolo e tudo que sabe aprendeu comigo? Ah?!
— Mas, você é convencido!? Mesmo sendo sua cria, eu também sei pensar! Você estava reclamando que pegou menos casos que eu! Pode ficar com o judoca! Já que quer tanto investigá-lo!?
— Só aceito se for dentro dos procedimentos legais!
— Ta bom! Você quer que eu escreva um documento passando o caso para você!? Eu faço!
— Vamos continuar o que é necessário! – o detetive Lee se aproxima mais da mesa e fala baixo. – A isca, posso mandar para a mídia?
— Quer mesmo soltar a imagem do motoqueiro? O motoqueiro tem mais cara de culpado! Deve ter sido contratado? Desse jeito vamos alvoroçar o formigueiro! E os verdadeiros mandantes, como sempre saem ilesos!
— Não acredito! Ele deve ser um paparazzo! Por sair fugido do local, deve ter visto algo! Creio que ele vai nos dar a direção! Tenho certeza e concordo com você, que quem efetuou, é profissional na área. Mas, vasculhei todas as ficha dos piores criminosos. Nada achei que ligasse! A maioria dos criminosos mais indicados de cometer esse crime, nem passaram perto do local no dia!
— Pode ser de fora?! Um estrangeiro?! O que acha?
— Para ter entrado e saído com tanta facilidade? Poder ser alguém ligado a produção da propaganda!
— Realmente! Entrou e saiu sem ser visto! Alguém que não chamou a atenção! Tem o guarda-costa extra? Esse também poderia ser uma isca? – lembrando, Song comenta.
— Esse fica para mais tarde! Eu aposto que foi ele! Esse, sim, é ‘o contratado’! O autor do crime! Por isso, não pensei nele como isca.
— Mas, têm aquelas fãs malucas? A que entrou, sumiu? Ela é mágica? Será que está rolando alguma coisa de bruxaria? – o próprio Song ri de sua colocação. O amigo faz cara de irritado.
— A bebedeira ainda não passou? – após fazer cara feia, Jin Hoon continua. — Você está certo? Não há vestígio, aonde foi parar, a fã que entrou? E as outras sumiram na multidão lá fora. Não tem como investigar, são muitas garotas, umas quinhentas! Todas com uniformes escolares, e boné com a foto do beleza! Vai achar? Não tem como!
— Ele é um herói para o colégio! Viu o Blog dele? Ou sua página social?
— Não! – o detetive Lee não gostava muito desse tipo de coisa. Suas ex-namoradas sempre realizavam algo para lhe prejudicar, postando conteúdos não desagradáveis.
— Ele já se formou a anos no segundo grau! Mas tem vários seguidores! Dizem que a procura por vagas nessa escola aumentou, depois que ele venceu o concurso musical. Ele nem prestou prova, para nem uma universidade! Nem concurso público! Sendo herdeiro da ‘Sabor que Encanta’. Para que vai se preocupar com isso, não é mesmo?
— Parece que ele o pai não se dão bem?! – justifica Jin Hoon.
— Isso é verdade! Até parece irônico, ele ter salvo fábrica da falência?
Nesse momento o dono do estabelecimento entra, trazendo na bandeja duas tigelas de sopa. – os dois ficam saboreando o cheiro.
— Se o cheiro está bom! A sopa como sempre, está divina! – falou Song elogiando. – Deus me livre de ser proibido de entrar aqui! Você exagerou na sua colocação!?
— Se comportando! Não tem como eu proibir! – respondeu Metralha justificando. – Vão tomando a sopa, que o restante fica pronto em 20 minutos. – os amigos começam a se preparar para saborearem o jantar.
O Homem de 30 anos, mais alto e encorpado que os detetives, saiu da saleta carregando a bandeja embaixo do braço esquerdo. O dono do local, nesse braço, tem uma tatuagem dos ‘Irmãos Metralha’ dos quadrinhos da Disney. No início o Bar e Lanchonete era conhecido como ‘Irmãos Metralha’, como foi registrado. Com a morte de um, e a ida do outro irmão para os Estados Unidos. O estabelecimento ficou com o mais novo. Park Jae Dong, era conhecido como ‘Metralha’ por todos os clientes. Não só o nome, também a sua aparência colocava medo. E por incrível que pareça, mesmo o estabelecimento tendo o nome dos Bandidos dos quadrinhos. A maioria de seus clientes eram policiais.
— Pára de provocar o Metralha! Não tem juízo? Quer ser jogado para fora outra vez? – o amigo tenta lembrar Song do que aconteceu.
— Até agora não engoli! – com seu dedo direito colocado na garganta, Song cometa. — Ele não deveria ter feito aquilo! Ele foi desrespeitoso com a lei! Imagina os comentários que tive que suportar?
— Não só você, como eu também fui jogado! E os cometários foram os mesmo para mim! Então fique tranquilo!
— Mudando de assunto! Investigou a dona da revista?
— Não tive tempo para isso! Provavelmente é dessas metidas! Se essa Lee Da Yeon, era repórter?! Deve ter sido repreendida por mim, em algum momento! Tipo você, que não gosta de ser repreendido! Aí, leva a ferro e fogo! – com cara feia o detetive Song retruca.
— Que bom! Que só eu sou assim!
— Não falei? Já está chateado?!
— Como está o Bugui? Tenho certeza que ele sentiu a minha falta?! – desconversando Song pergunta.
— Só porque às vezes, levava ele para passear, pensa que o Bugui deve morrer de amores por ti? Ele é temperamental! Não sente a minha falta! Vai sentir a sua? Brincadeira! O dono dele não é você!
— Sinto pena do coitado! Sua casa não é grande o bastante para ele correr e brincar! Deveria dar ele para o filho do Seock! Ele, cuida bem do Bugui!
— O Bugui foi presente da minha mãe! Como posso dar o presente da minha mãe para outra pessoa?! Quer que eu fique sem orelhas? Contudo, mês passado e todo esse mês, ele está indo para unidade de treinamento. Já está obedecendo ordem, então futuramente pode até me ajudar, como farejador de entorpecentes.
— É tua cara! Colocar o coitado do cachorro para trabalhar!