O Detetive Lee Ji Hoon, entrou no estacionamento lateral do Instituto Forense, um pátio grande dividido por 3 largos canteiros de flores e arbustos, protegidos por cercas de madeira, pintadas de branco e azul. As vagas eram separadas por linhas vermelhas, riscadas no chão, nas lajotas de cimento.
O Detetive estacionou como de costume, o mais perto possível da entrada da garagem do prédio, reservada aos funcionários do local e visitas ilustres. Ele saiu do carro apressado, desceu a rampa que dava acesso ao elevador, subindo até o 7º andar, onde o Dr. Choi Won Young o esperava no laboratório.
Mediante a tudo que o Dr. Choi falava, ele ia anotando, para seguir o raciocínio do especialista. Se alguém conhecia a mente criminosa! Essa pessoa era ele! Graças ao Dr. Choi, vários criminosos, principalmente serial Killers, foram encontrados.
— Quer dizer que essa substância ainda não é conhecida?!
— Procurei por tudo, até as mais recentes! Lançamento!? Nada registrado até agora! E no submundo? Nada parecido com o que temos aqui!
— O Dr. continua tendo contato com esse povo?!
— Meu serviço exige muito empenho!
— Cuidado! Não é seguro esse tipo de gente! Se descobrirem que trabalha para o governo! Vai ficar complicado!
— Não é sempre! E como dessa vez, foi só para achar pista.
— E Achou?
— Nada! A substância ainda está em fase de teste! Ela é um coquetel de extrato de plantas venenosas! Mas tem um espessante comum, conhecido no mercado de pesticidas. Aí eu pensei. – Ji Hoon ficou ligado, o Dr. era ótimo nas suas deduções.
— Por que esse espessante? – continuou o doutor. — 1º Porque é comum e fácil de encontrar e negociar. 2º Pode ser fabricado por empresas ligadas a pesticidas agrícolas. Uma droga nova, para as nossas plantações. O espessante passa com facilidade pela vigilância. Os outros componentes são extrato vegetais, dê algum modo, não agridem o meio ambiente. Como eu falei, é uma droga em fase de teste!
— Com que base pode afirmar? Tem certeza?
— Claro que sim! – ele foi até a mesa de experiências, que estava atrás deles e pega a bandeja decorada, com os bombons que foram ao ar, no dia da propaganda ao vivo. Colocou na sua escrivaninha, diante do Detetive. — A prova está aqui!
— Essa é foi a bandeja levada para o palco no dia?
— Essa mesma! Estão faltando os 10 bombons que os participantes principais comeram. Dos participantes, 3 eram muito conhecidos! O Kim Bon -Hwa, o judoca Yoo In-Soo e o último vencedor do programa da Batalha na Cozinha. Não lembro bem o nome! Um tal Chef Park Mi! Dos 3 que comeram, 1 está bem mal na UTI.
— O judoca, Yoo In -Soo. Esse ainda não deu sinal de melhoras!
— Ele comeu um bombom de licor de Damasco. Quem gosta desse tipo de fruta? Só as pessoas mais velhas, é um sabor exótico e requintado. Mas, não apreciado pelos jovens.
— Sim! Meu pai gosta muito dessa fruta seca!
— O licor também! Só que pelos mais velhos! O interessante, é que a fábrica afirmou que os licores não continham álcool. Mas garantia o prazer do gosto dos licores. O objetivo, foi montar uma caixa de bombom que agradasse toda a família! Onde crianças, jovens, adultos e idosos seriam beneficiados, com sabores diferente e agradáveis ao paladar de todos.
— Sim! Esse é objetivo!
— Quem comeu os bombons de pêssego foram 1 homem e 1 mulher, entre 45 a 60 anos. Além do judoca, mais um senhor comeu só a metade do bombom de damasco, não tendo grande complicação. Eu conferi, nos bombons de licor de pêssego, foram injetados 3 ml da substância. E nos bombons de damasco 2 ml. Esse criminoso estava testando sua droga. Pois injetou 1 ml nos bombons com licores de morango e cereja. Nos bombons de licores de ameixa, injetou 2 ml. Morango e cereja são sabores que atrai mulheres, crianças e adolescentes. Muitos gostam de licores de ameixa, só que tem fama de laxante. Num programa ao vivo, poucos arriscaram, outros não gostaria de sair correndo para o banheiro, não é!?
— Por que quem comeu, o bombom de damasco está na UTI, se no bombom dele havia 2ml, como nos de ameixa? Teve quem comeu de ameixa!?
— É aí que eu afirmo! Fase de teste! A substância reage negativamente aos componentes da fruta. O assassino sabia! Ele só quis confirmar, e ver se a reação seria igual ou maior que a quantidade de 3ml.
— Então esse louco usou o pessoal da propaganda, todos como cobaia!? É isso que o Dr. está me dizendo!?
— Sim! Mas tem um objetivo maior por trás de tudo isso! É nisso que você tem que focar! Eu pesquisei! Coincidência ou não! O judoca é um apreciador da fruta damasco!
— Sério? Onde ficou sabendo?
— Ele se destacou nos jogos nacionais há dois anos! Ganhou várias medalhas, estava sendo apontado como novo integrante da equipe de judô olímpico. Com isso deu várias entrevistas. E numa delas revelou que ele e o avô comiam damascos juntos, passou a ser a fruta de preferência dele também.
— Está me dizendo que foi injetado 2ml, sabendo da reação. Esperamos que o resultado fosse igual ou pior que 3 ml?! Então o judoca era o alvo?
— Sim! Acredito que o judoca era o alvo!
— O Song disse que a briga é empresarial! Que a fábrica quase foi a falecia ano passado! Era para ter ido a leilão. Mas foi salva no último mês! Tem 3 empresas fortíssimas, de olho na fábrica de chocolate!
— Acredito que possa ser! Denegrir a imagem da fábrica de chocolate, da empresa responsável pela propaganda, consegui enganar a equipe de segurança. Aproveitando que 3 pessoas conhecidas fossem envenenadas ao vivo! Faz bem ao ego de todo criminoso! Ele se sentiu o máximo! – concluiu o Doutor.
— Deve estar todo cheio de si!? – confirmou o detetive.
— Quem fez? Fez para aparecer! Talvez essa droga seja conhecida por um grupo restrito. E futuramente vai ser negociada. Ele só mostrou o potencial dela!
— Não está exagerando? Foi um crime ousado e bem elaborado! Nisso eu concordo! Ainda não conseguimos identificar os suspeitos!
— Tem que jogar uma isca! Ainda não aprendeu?
— Eu sei! E já temos a isca! Só estou esperando o Song me dar mais detalhes das investigações dele! Não posso pular na frente! Infelizmente estou atado a ele!
— Já se resolveram? Ou ainda continuam brigando a cada encontro? Vocês não pagaram a cerca que derrubaram no estacionamento!?
— E precisa? Não falaram nada comigo sobre isso?
— E quem é louco de cobrar de vocês? Em falar nisso, ele já deve estar a caminho!
— Os outros materiais?
— Todos normais! Cabelos e digitais dos funcionários, e participantes. Nem uma digital fora da lista de nomes que me passaram. O criminoso pode ser um entre eles. Não é descartável essa hipótese! Pela foto que me mandou identifiquei a máquina. É uma Canon mais antiga. A pessoa gosta do processo manual. Tipo foto artística manual. Não é uma máquina barata e fácil de encontrar. – o Dr entrega um envelope que pegou na gaveta de sua escrivaninha. Ji Hoon pega e coloca na sua bolsa tiracolo. — Espero que tudo que descobrimos aqui, possa clarear suas investigações! – ambos se levantam.
— Como sempre Dr. Choi! Sou grato! Sua genialidade sempre me ajuda! – ao levantar Ji Hoon olhou para a janela, as cortinas afastadas, davam uma boa visão da entrada do prédio. Ele viu alguém entrando no corredor dos pedestres, e reconheceu a pessoa.
— Me dá licença Doutor!? Preciso pegar aquela vigarista! – ao dizer aquilo, saiu às pressas para o elevador, sem se despedir direito do especialista.
O Dr. Choi se virou e foi até a janela, tentando ver a pessoa em questão. Era uma mulher com aparência entre 35 a 40 anos. Trajava um tailleur, típico de pessoa, que quer manter a boa imagem. Mas não tinha um corte requintado. Além da bolsa pessoal, carregava mais uma bolsa quadrada, pesada e desconfortável. Não estava com cara animada, e sim de cansada.
Ela estava bem no início do corredor de 40 metros. Uma passagem que comportava umas 5 pessoas lado a lado. O corredor era separado do estacionamento por um muro alto e uma cerqueira natural. Do outro lado, só a cerqueiras, separava o corredor do bem tratado jardim, que o instituto mantinha na frente do prédio. Uma área grande com árvores frondosas, canteiros de flores e arbustos. Tinha vários bancos de madeira, para quem quisesse aproveitar o local. Para entrar nesse pequeno paraíso, havia duas escadas de acesso. Uma bem no início do corredor e outra mais próxima da entrada do prédio.
— O que ele pretende com aquela coitada? Pensou e falou baixo, concluindo sua observação. — Só espero que ele não se esqueça, e se ligue na pista que eu dei!
Ji Hoon desceu e saiu pela porta principal do prédio. Estava na entrada esperando a repórter So Yoo Jin, chegar até ele! Mas não se conteve. E gritou!
— É com você mesmo que eu quero falar! – ela que vinha distraída no caminho, ao ouvir a voz dele, olhou para ver quem era! Ao reconhecer, deu meia volta e tentou fugir, como os seus sapatos eram de salto muito finos, dificultava correr, apressou os passos, o máximo que pode.
— Ei!? Você não vai fugir! Hoje tiramos essa história a limpo! – o Detetive Song que estacionou seu carro na rua. Ouviu a voz e reconheceu! Só podia ser de Ji Hoon! Correu para a entrada, curioso para saber com quem ele estava falando. Ao ver a repórter, ficou feliz em encontrá-la. Seria ótimo pôr em pratos limpos, todo o mal-entendido causado por ela. Correu em direção da mulher que vinha ao seu encontro como um animal cego.
— Por mim você não passa! Sua mentirosa! – gritou ele decidido.
Ela parou e percebeu estar em apuros! Não tinha com escapar. Foi aí que tentou fugir, querendo atravessar a cerqueira natural, tentando entrar no jardim do Instituto, talvez pudesse pular o muro, subindo em um dos bancos. Mas a sua bolsa quadrada, onde carregava o equipamento de gravação para as entrevistas, ficou preso nos arbustos. Ela antes, de tentar sair daquela situação. Os dois homens a prensaram. Um de cada lado. Pegaram ela, um em cada braço, a contragosto ela foi retirada do meio dos arbustos.
— Posso denunciar vocês!?
— Faça isso! – falou Ji Hoon sarcástico! — Estou louco para pôr você na cadeira, por esconder a verdade! Posso te enquadrar em vários artigos e códigos penais!
— Claro que não! – ela tenta arrumar sua roupa amarrotada.
— Não só ele! Mas, eu também tenho como te prender!
— Vocês estão me coagindo! Isso é crime!? – enquanto falavam, eles a conduziram até a escada de acesso ao jardim. Colocaram ela sentada em um banco, ficando na frente, de e uma maneira que ela não teria como escapar.
— Desembucha!? Por que não colocou o nome do detetive Lee Ji Hoon, que eu tanto citei na entrevista? Você tem a gravação daquela entrevista, como prova que eu falei, umas quinhentas vezes o nome dele!? Ou não tem? – questionou o detetive Song.
— Não está mais comigo! – respondeu um pouco envergonhada.
— Mas você confirma que eu citei!?
— Sim! Várias vezes!
— Por que o meu nome não foi citado nos seus artigos? Se eu era o responsável pela operação policial? – sem jeito ela relutou em falar, resmungava coisas que não se intendia. Sem paciência Jin hoon, dá um soco no banco, bem próximo do ombro dela. Ela grita assustada.
— Vocês vão fazer eu perder o meu emprego! Eu tenho uma filha para cuida! – lembrou da cadela que ela tem como sua família. Uma solteirona como ela, batalhando por um emprego descente, não podia ficar desempregada nessa altura.
— Você não tem cara que é, ou foi casada!? – falou Song – Muito menos de que é mãe! Desalmada!
— Fala logo ou vai para cadeia! Vai perder o emprego por faltar por uns 5 dias! Que tal?
— Vocês não podem fazer isso?!
— Song!? Liga para o seu distrito e pede um mandado de prisão para esse vigarista. – o amigo tirou o celular, do bolso da jaqueta e estava teclando os números, quando ela pediu para parar.
— Está bem! Eu conto! Mas me prometem que não vão fazer nada, que vai me prejudicar no meu emprego!? Por favor!? Não tenho idade para correr e ficar fazendo entrevistas por uma vaga miserável.
— Tudo bem! Não vou levar a ferro e fogo! Só quero entender! Por causa desse mal-entendido, a amizade entre nós, não é mais, como era antes!
— Peço desculpas, mas não tive escolha. Fazia pouco tempo que estava trabalhando na revista. E aquela reportagem era minha grande chance de apresentar um bom trabalho e me destacar dos outros. Minha superior leio o artigo original. Ouviu a gravação da entrevista. Pediu-me a fita. Eu entreguei para ela, e na minha frente destruiu! Depois disse que além da revista, poderia ganhar um espaço, no jornal. Um dinheiro extra!? Que Maravilha! Pensei, estou me dando bem! Só que ela, disse que isso só seria possível, se eu não citasse o seu nome, em nem uma parte. Tudo que eu tinha escrito, deveria ser refeito, retirando o seu nome. Mas mesmo assim, fim uma leve menção, referindo a você como um dos detetives responsável pelo caso.
— Quem é a sua chefe?
— A diretora Geral da revista! Você deve conhecer? Ela falou muito mal de você, em quando me convencia, a mudar o meu artigo! De você e de outro policial, chamado SeoK! Disse serem dois grossos! Que não sabem como tratar mulheres com respeito! Arrogantes e estúpidos! – Song presenciava a colocação concordando.
— Quem é essa megera? Como pode dizer isso sem fundamentos!?
— Faz tempo que ela entrou no jornal! Provavelmente já o entrevistou em algum momento!? E foi mal-recebida por você! Ela se casou com o dono do jornal e montou a revista. Manda e desmanda e modifica como ela quer nossos artigos. Ninguém é competente o suficiente para ela. Sempre tem algo de errado!
— Qual é o nome dela?
— Não vai fazer nada!? Você prometeu?!
— Só quero conhecer a peça?! Não vou confrontá-la!
— É a Lee Do Yeon!
— Você a conhece? – pergunta o amigo curioso.
— Não! Que eu lembre? Não!