6 – A Beleza da Alma – Coreano

Capítulo 6 – Coreano

Do Jin cumpriu sua promessa. Às quatro, uma mulher bateu em sua porta. Ela era oriental como Do Jin, mas não falava português. Curvando-se para Anya, ela se aproximou e passou a cuidar dos seus cabelos e depois fez a maquiagem. Por fim, quando eram cinco horas em ponto, Anya olhou para o espelho sem acreditar no que via. Vestia o mais belo vestido que já vira em toda a sua vida. Era preto em um tom que combinava perfeitamente com ela. Além do mais, a cabeleireira lhe fez um coque que lhe deu ares aristocráticos. Até sua cicatriz não parecia estar tão evidente com a maquiagem. Ela parecia uma outra mulher, por isso, Anya sorriu.

Ela poderia ser assim, sempre. Claro, se tivesse dinheiro. Entre ser uma grã-fina o tempo todo e poder pagar o aluguel, o último ganhava. Por fim, calçou os sapatos saltiagudos, o que lhe deu uma certa insegurança. A cabeleireira ainda ajudou Anya a colocar o colar em seu pescoço, a correntinha em seu braço e um belíssimo anel com um diamante solitário em seu dedo. Quando tudo terminou, ela parecia uma princesa.

– Ah, Deus… o que estou fazendo – disse ela a si mesmo, sentindo um friozinho em seu estômago.

Assim que abriu a porta para que a cabeleireira saísse, viu que Do Jin estava de pé, mais alinhado do que o costume e ainda tinha um buque de flores na mão.

– Você está realmente… bela… – respondeu ele, olhando para ela de alto a baixo. Anya preferia que ele não lhe dissesse isso. Desde o acidente, não conseguia admitir a palavra bela referindo-se a ela, mas sabia que ele não fazia por mal. De fato, ela estava mais bela do que o comum. De sua maneira única no mundo. Afinal, ninguém poderia ser como ela.

– Isso é pra mim? – perguntou Anya, sem jeito.  Nunca antes havia recebido flores de um homem. Por que nunca antes saíra com um homem. Ela sabia que aquilo era quase um encontro de negócios, mas ainda assim, sentia aquele nervosismo de um encontro de verdade. Eram belas flores ornamentais de cor lilás.

De alguma forma, imaginava se ele havia comprado aquele buquê pessoalmente. No último ano, era Anya quem fazia a compra de flores para mulheres com quem Do Jin tinha encontros. Por alguma razão, Do Jin jamais saía com a mesma mulher duas vezes. Anya jamais perguntava as razões e os porquês e sabia que Do Jin apreciava sua discrição.  

– Eu achei que flores não fariam mal a esse ambiente burlesco em que mora. – disse ele, com uma nota de reprimenda.

– Bem, obrigada, então. – disse Anya, mas colocou o buquê de flores no lixo da cozinha, com um certo dó no coração. Assim que ele saísse, ela o colocaria num vaso.

– Uhnf! – disse ele com mais um muxoxo – Você é bem orgulhosinha, não é? Se está querendo que eu me irrite com você e cancele o encontro, você vai cair do cavalo, mocinha, porque isso não vai acontecer! Vamos, agora! – disse ele, estendendo o braço para que ela se segurasse nele.

Anya hesitou antes de segurar seu braço. Seu chefe a conhecia bastante para saber que ela estava desconfortável com aquela situação, mas confiava nele a ponto de saber que se ele havia solicitado este favor a ela, é porque realmente necessitava.

Eles caminharam para fora, onde Anya descobriu que uma limusine os aguardava. Quando estava quase atravessando o pátio interno, pisou em falso com os sapatos e se desiquilibrou. Iria cair se Do Jin não a segurasse com firmeza por sua cintura.

– Qual é o problema? – perguntou ele, ainda segurando-a. Estavam tão próximos um do outro que Anya sentiu que o ar lhe faltava, a pressão da mão dele em sua cintura deixou-a corada.

– Já disse ao senhor que não costumo usar saltos altos.

– Você se acostumará! Segure-se em mim… – disse ele, olhando firmemente em seus olhos. Era um olhar enigmático, pois ela não entendia porque ele não a largava e tinha medo de se desvencilhar dele, o que poderia aborrecê-lo. – Confie em mim, Anya…

– Eu confio… – disse ela numa vozinha quase inaudível.

Do Jin finalmente tirou a mão de sua cintura, mas depois entrelaçou seus dedos nos dedos dela e a guiou para a limusine como se fossem dois namorados.

A viagem do Burbúrio até o lugar onde seria a festa levou bem mais que meia hora e em todo o tempo, Do Jin conversava os assuntos do trabalho. Quando enfim pararam diante de uma portaria, a porta do vidro fumê do carro se abriu e Do Jin entregou dois convites. Provavelmente o dele e o dela.

O porteiro disse algo em coreano e Do Jin fez um sinal positivo com a cabeça. Depois disso, os enormes portões se abriram e a limusine avançou. Anya ficou surpresa com as casas daquele condomínio. Eram todas mansões ornadas por enormes jardins com lagos, fontes, estátuas. Anya estava entrando em outro mundo que não pertencia a ela e ela se sentia nervosa.

– Nossa… seu primo deve ser muito rico.

– Não… meu primo, não. Eu sou rico, Anya. Esta é a minha casa.

– Sua casa? Qual delas? – disse Anya, curiosa, olhando para os dois lados da estrada.

– Todas.

– T-t-todas? – perguntou Anya, sem jeito, olhando para Do Jin com espanto. – Então porque os porteiros pararam o carro?

– Por que este não é meu carro corrente. Emprestei uma das limusines de Park Ra In para trazer você… – respondeu ele, com uma cara de brincalhão diante do espanto de Anya – Eu, pessoalmente, prefiro dirigir. Quando eu mesmo dirijo, posso ter controle do que faço. Não gosto quando as pessoas dirigem por mim. – disse ele, num tom estranho que deu a Anya calafrios.

– Você está brincando! Todas essas casas não podem ser suas.

– O condomínio é todo meu. Obviamente, cada casa está destinada a um dos meus parentes. Meus dois tios, minhas duas tias, minha mãe. A primeira casa era do meu avô, mas está vazia por enquanto desde que ele faleceu e eu tenho uma casa no alto daquele morro que eu chamo de casa de esporte. Tem uma quadra de tênis, um campo para a prática de golfe, duas piscinas olímpicas. E tem a minha casa pessoal. Um dia talvez eu te leve para visitar.

Anya engoliu em seco. Provavelmente nunca estivera na presença de alguém tão rico e tão orgulhoso de tudo o que possuía. Por alguma razão, aquilo a enervava.

Não ligava para pessoas ricas, nunca havia ligado para isso, mas saber que havia duas casas sem serem usadas, quando havia tantas pessoas dormindo na rua, desabrigadas! Aquilo era uma injustiça do destino.

Ela mesma sofria por não saber se um dia poderia possuir um pequeno apartamento só seu, enquanto seu chefe possuía mansões e mais mansões a seu dispor. Do Jin trabalhava muito, isso era verdade, mas enquanto houvesse pessoas passando fome, era injusto uma pessoa ter tanto para ostentar.

– Ficou calada de repente? – perguntou Do Jin, fazendo uma carícia numa das mechas do cabelos de Anya que se desprendeu no coque. Era uma carícia sem nenhuma intenção da parte dele, mas Anya se incomodava cada vez que ele a tocava. Era o jeito de Do Jin. Ele costumeiramente tocava em seu cabelo e em sua cicatriz como se fosse um gesto de carinho, ainda assim, Anya sempre achava desconfortável.

– Por isso acha um absurdo que eu more no meu apartamento.

– Será que você entende agora? – disse ele, achando que possuía toda a razão do mundo – Eu não posso ser um dos mais ricos homens do mundo e ter uma secretária que tem tão pouco. Principalmente alguém tão competente.

Anya piscou várias vezes sem saber como receber aquele elogio. Do Jin a achava competente. Ela que nunca estudara nenhum curso universitário. Ela que não tinha experiência. Anya sempre foi uma boa aluna no Ensino Médio, era verdade. Tirava as melhores notas da sala e estava estudando muito para fazer o vestibular. Ela tinha tantos sonhos e planos para o futuro, mas mesmo na sua melhor previsão, jamais imaginaria que estaria trabalhando na Do Jin aos 22 anos como secretária executiva do Presidente. E jamais imaginaria que este presidente a acharia competente.

– Opa… diga que você não está chorando! – disse Do Jin, entregando um lenço a Anya que enxugou o canto dos olhos.  – Por acaso eu te ofendi ou agredi seus ideais políticos ao falar do seu apartamento?

– Não é por causa do apartamento! – respondeu ela, olhando para fora, tentando desviar seu olhar dos olhos escrutinadores de Do Jin.

– E por que é então? Anya, sabe que não gosto de choro… quer me dizer o que está se passando nessa sua cabecinha. – disse ele, tocando em sua têmpora levemente e depois deslizou um dedo pelo seu rosto, por sobre sua cicatriz.

– Não é nada, doutor. Só estou agradecida. Desde o acidente, ninguém nunca me deu uma chance para eu mostrar que eu podia fazer o meu melhor. Eu estava tentando ser uma garçonete, copeira, completamente desesperada por qualquer trabalho. E agora sou uma secretária executiva de um executivo importante. Isso pode parecer pequeno e sem graça para o senhor que tem tudo, que tem todas essas casas a sua disposição, mas pra mim, significa muito. Significa tudo. – disse ela, marejando os olhos novamente – obrigada, Doutor.

– Que bom, Anya. E eu sei exatamente como você vai retribuir essa minha gentileza para com você. Você não vai sair do meu lado durante a noite toda. E se uma das minhas primas chegar perto, aja como se você fosse uma namorada ciumenta.

– Eu… namorada… do senhor? – perguntou ela com a voz trêmula. Era ridículo só de pensar.

– Claro… é o melhor plano que já tive. Você não tem ideia de como são as minhas primas.

Antes que Anya pudesse dizer qualquer coisa, a limusine encostou no lobby de entrada de uma das casas. Do Jin saiu do carro e estendeu a mão para ela e quando ela finalmente saiu da limusine, sentiu uma das mãos de Do Jin em suas costas a guia-la. Ele a guiou até um enorme salão onde havia uma porção de pessoas, quase todas orientais. Quando Do Jin entrou, sentiu que os olhares vinham na sua direção, mas pela primeira vez, não eram para ela e sim para ele. Antes que pudessem se sentar, uma mulher oriental se colocou na frente de Do Jin e ela olhou para Anya ferozmente e falou algo em coreano.

Kim Dae Sun (Atriz Lee Mi Sook)
– Esta é Anya Medeiros, mãe. E esta é a minha mãe. Kim Dae Sun.

– Muito prazer… – disse Anya, estendendo a mão para a mãe de Do Jin, tentando ser simpática, mas ela olhou para a sua mão como se ela estivesse suja de graxa. E novamente, falou algo em coreano. 

Sem graça, Anya recolheu a mão e se curvou. Normalmente, ela não se curvava para ninguém, mas, por alguma razão, Kim Dae Sun parecia ainda mais feroz e assustadora do que Do Jin.

Do Jin respondeu em coreano dessa vez e parecia irritado. Instintivamente, ele puxou Anya para perto dele, abraçando-a pelos ombros. Depois guiou-a até uma mesa e tirou a cadeira para que ela se sentasse, depois se sentou na frente dela.

– O que sua mãe disse? – perguntou ela, corroída pela curiosidade.

– Você não deve ligar para a minha mãe.

– Ela não gostou de mim. – disse ela, observando Kim Dae Sun. Ela foi até uma das mesas onde havia mais coreanos e apontava na direção de Anya que sentia suas mãos suarem.

– Isso não importa.  Tudo o que faço, é por ela, e ela sabe. Minha mãe não será um estorvo para você.

– Sua mãe se chama Kim também? Isso é normal, na Coreia, as pessoas terem o mesmo nome?

– Kim é da nossa família. Na Coreia, usamos o sobrenome na frente. As pessoas nesse país se referem a Do Jin como se demonstrassem respeito, quando na verdade, estão usando meu nome pessoal, não meu nome de família.

– Mas sua empresa se chama Do Jin, por isso acho que todo mundo pensa que Do Jin é seu sobrenome. – falou Anya, achando interessante aquela cultura que ela tão pouco conhecia.

– Do Jin era o nome do meu avô, Kim Ha Do Jin. Meu pai se chamava Kim Ha Yang e eu Kim Do Jin.

– Bem, agora eu entendo. Vou lhe chamar de Dr. Kim daqui para a frente.  – falou ela, num tom brincalhão.

– Não é necessário. Você pode me chamar de Do Jin.  – disse ele, sorrindo.

– Posso lhe fazer outra pergunta? – disse ela, tentando ser agradável, tentando não pensar nos muitos olhos sobre ela naquele instante – O senhor é mesmo doutor? Eu queria ter perguntado isso antes, mas como todo mundo o chama de Doutor, não poderia chama-lo de forma diferente.

– Quando eu tinha sua idade, sofri muita pressão para assumir a presidência da empresa do meu avô, pois ele estava doente e meus tios eram muito incompetentes. Minha mãe foi muito ríspida comigo, pois não queria que eu continuasse meus estudos. Como eu já lhe disse, na Coreia, os mais velhos decidem tudo pra você, onde você vai trabalhar, com quem você irá se casar. Por isso, foi muito difícil pra mim contrariar minha mãe e toda a minha família. Ainda assim, eu me rebelei e continuei a faculdade, fiz mestrado e depois doutorado. Por isso, sim, eu tenho o título de doutor. Na verdade, tenho até PHD, ou seja, o título de pós-doutor. Só assumi a empresa quando meu avô faleceu.

– Nossa, não podia imaginar isso, por isso, o senhor ensina tão bem, sempre que eu preciso. Doutorado em que?

– Economia. – disse Do Jin, como se fosse algo simples.

Neste instante, um garçom apareceu e os dois conversaram em coreano. Depois o garçom sumiu entre outros convidados que chegavam.

– Economia? Por isso o senhor é tão bom em fazer negócios.

– Eu sei no que investir e sei como administrar a minha empresa. Mas na verdade, se eu pudesse escolher, eu estaria na universidade e seria um professor. É claro que não posso fazer isso. Minha responsabilidade com os bens de minha família estão em primeiro lugar.

– Mas se o senhor já é tão rico, para que quer mais? Por que não vai atrás do seu sonho e se torna um professor?

Do Jin sorriu, mas Anya não sabia se era dela ou para ela. O garçom apareceu novamente e colocou um copo estranho com um conteúdo ainda mais estranho na frente dela.

– O que é isso? – ela perguntou, curiosa, ao ver que Do Jin havia se servido da mesma bebida. 

– Dondonju. É um vinho feito com arroz. É coreano e é muito bom. Prove.

Anya bebericou a bebida e sentiu toda a garganta ferver.

Do Jin gargalhou alto, chamando a atenção dos convidados nas mesas ao redor.

– Você não está acostumada a beber, não é?

As melhores bebidas coreanas
Dondonju

– Não muito. – disse ela, sem graça. Mas continuou bebendo, pois não queria que ele achasse que ela não havia gostado da bebida que ele escolhera para ela. – Então, doutor, não vai me responder?

– Anya, já faz alguns anos que eu desisti de todos os meus sonhos. Eu machuquei muitas pessoas e agora não tenho o direito de ser feliz. – disse ele e Anya percebeu que havia uma nota de tristeza em seus olhos. Era a primeira vez que ela o via de outra forma. Parecia que havia um enorme buraco negro no coração de seu chefe que o impedia de confiar nas pessoas. Alguma coisa que havia acontecido no passado.

Ela queria poder insistir naquele assunto e saber mais sobre seu chefe, mas uma mulher oriental apareceu do nada e se sentou ao lado de Do Jin, colocando os braços em seu pescoço.

Mai Ji – prima de Do Jin (atriz Ham Eun Jung)

– Olá, meu amor. Por que não veio na cerimônia. Você sabe que um casamento chama outro, não é?

– Anya, você sabia que na Coreia, os primos são como irmãos? – disse ele, olhando para a mulher e retirou os braços dele de seu pescoço. – Se eu me casasse com você estaria cometendo incesto, prima!

– Ainda bem que estamos no Brasil, não é, meu caro? – disse ela, envolvendo o pescoço de Do Jin novamente e depositando um beijo selinho em seus lábios.

– No Brasil também não é costume os primos se casarem! – disse Anya, tentando bancar a ciumenta. Na verdade, aquela carícia a irritara profundamente, porque a coreana havia interrompido a conversa entre Anya e Do Jin.

– Aishh… quem é essa mulher! – disse a garota coreana, finalmente olhando para Anya. Seu olhar deteve-se em sua cicatriz e sua reação foi forçadamente exagerada para fazer Anya se sentir mal. – Aigo… que coisa… feia, goemul!!!

– Goemul ou não, esta é a minha namorada! – disse Do Jin, tirando novamente os braços da prima de seu pescoço. – E ela não vai gostar de me ver beijando outra mulher. Na Coreia, pessoas não beijam em público!

Anya arregalou os olhos. Sabia que Do Jin planejava usá-la como sua namorada. Ainda assim, não imaginou que ele seria assim tão direto.

– Sua… namorada… você deve estar brincando? – a coreana replicou, envolvendo Do Jin mais uma vez – Onde é que achou essa daí? Num circo de horrores? Goemul!

– Escuta aqui, Mai Ji. – disse ele, segurando o pulso da garota e retirando pela última vez os braços dela de seu pescoço. – Respeite minha mulher, ou você vai ter que arrumar outro lugar para ficar. Que eu saiba, você já está com uma grande dívida nas nossas lojas…Como é que vai conseguir bancar uma casa como a que está usando cedida generosamente por mim?

– Nossa… só estava brincando – disse ela, puxando o pulso com força. Depois disso, ela lançou um olhar fulminante para Anya, levantou-se e se afastou.

– Posso perguntar o que é Goemul, Dr.?

– É melhor não saber, Anya. É o que ela pensa, não eu…

Anya descobriu que não era a única da empresa que estava na festa. O vice-presidente, o senhor Park Ra In estava presente, bem como alguns executivos da mesa da diretoria.

De vez em quando, um deles parava à mesa deles e conversavam com Do Jin, cumprimentando-a socialmente, embora era possível ver em seus rostos o desconcerto de verem uma garota como ela acompanhando o poderoso Do Jin.

Eles serviram alguns pratos saborosos e outros não tanto. Do Jin explicava como o prato era feito, uma vez que toda a culinária pertencia à cultura coreana. No fim de algumas horas, Anya já estava bem alterada com o dondonju e outras bebidas que Do Jin lhe deu para experimentar.

Anya achou que o mais prudente seria recusar, mas ele parecia tão empolgado em falar sobre sua cultura que ela achou melhor não comentar que se sentia tonta.
Pensar em comida coreana é ter em mente três palavras: arroz, pimenta e  quantidade. Coreanos comem muito e c… | Comida coreana, Receitas de forno,  Culinária coreana
Comida típica coreana

O problema aconteceu quando Do Jin lhe estendera a mão para dançar. Anya ficou pálida, pois não poderia recusar. Muita gente estava olhando para os dois e Do Jin ficaria muito sem graça se ela não o acompanhasse até a pista. Sentindo-se insegura, ela se levantou e segurou a mão dele. Na pista, enquanto os outros casais dançavam mais afastados, Do Jin a envolveu de uma forma estranhamente íntima. Segurava sua cintura e a puxou para si como se fosse beijá-la.

– Tudo bem? – ele perguntou, pois percebeu que ela estava tensa.  Como ela era muito menor do que ele, Do Jin segurou seu queijo e levantou sua cabeça para que os dois se olhassem.

– Eu estou tonta, doutor! – ela disse, sem graça, rezando a Deus para que não tropeçasse, nem fizesse nenhum escândalo caindo sem jeito, ou fazendo Do Jin cair.

– Apoie-se em mim! – disse ele, puxando-a cada vez mais para perto dele. Sem alternativa, Anya encostou-se nele, colocando o rosto contra seu peito enquanto seus braços envolveram sua cintura. Dançaram assim por algum tempo e Anya fechou os olhos para evitar os olhares. Sabia que se namoro era a impressão que Do Jin queria passar, ele estava tendo sucesso. O problema seria aguentar na segunda-feira os comentários que aquela suposta relação provavelmente geraria.

Do Jin apresentou ainda Anya aos dois tios que Do Jin desaprovava. Eles estavam sentados na mesma mesa e pelo que Anya entendeu, o noivo era filho de um deles.

Havia uma grande tensão entre Do Jin e eles e parecia que eles gostariam de devorar Anya com os olhos se pudessem, principalmente o que ela conheceu por último. Um homem chamado Kim Jang Joo que Anya descobriria ser o pai da prima Kim Mai Ji

Kim Gab Soo » Korean Actor & Actress
Kim Jang Joo – tio de Do Jin (ator Kim Gap Soo)

Depois de passearem entre outros convidados cumprimentando algumas pessoas, Do Jin perguntou em seu ouvido se ela gostaria de ir embora e ela fez um aceno com a cabeça concordando.

Já na limusine, Do Jin tirou seu casaco e colocou sobre os ombros de Anya, quando percebeu que ela tremia.

– Isso é de frio ou é de nervosismo? – perguntou ele, com uma expressão risonha – Você foi muito bem, Anya. Obrigada por esse favor, talvez nem consiga compreender exatamente o que estava acontecendo nessa festa, mas você me salvou.

Anya não respondeu. Não estava passando muito bem. O vinho estava fazendo seu efeito. Tudo rodava ao seu redor.

– Anya… – escutou a voz de Do Jin novamente. Ele parecia muito distante dela, pois tinha a nítida impressão de estar caindo num precipício fundo e escuro.