Depois de sete meses, na Coreia.
Na casa de praia, Goon abre a porta do quarto de hóspede e fala com o primo.
– Jun! – como não houve resposta, foi mais autoritário. – Jun, rápido!
– Sim! O que foi? – o primo ergue a cabeça entre as cobertas, no meio de 3 garotas.
— Paga as meninas, chama um táxi e mande as embora! —
— Que horas são? – sem resposta, Jun olha para o seu celular, que pega no criado mudo, após levantar da cama.
Ao conferir as horas, abre a porta do quarto e pergunta para o primo que continua no corredor indo para o seu quarto.
— Não pode ser mais tarde? São cinco da manhã!
— Não! Tenho um compromisso! – fala Goon irritado, antes de abrir a porta de seu quarto, se vira para olhar para o primo, Jun balança a cabeça, obedecendo. Então Goon entra no quarto, acorda as 3 garotas que estavam dormindo com ele, e às expulsas (antes de saírem elas recolhem seus pertences), ele fecha e fica encostado na porta, olhando sua imagem no espelho no outro lado da parede. Irritado fala consigo mesmo.
— O que está acontecendo com você Sr. Choi Goon Yoon? Não precisa responder, sei muito bem no que está pensando!
Ele entra no banheiro e durante o banho fala baixinho, como se aquilo fosse segredo.
— Por que, que o sexo com aquela feiosa era tão bom?
Ao retornar do Brasil, o Sr Choi Goon Yoon voltou a promover suas festinhas regadas de muitas mulheres, bebidas e luxo, deixando o irmão preocupado. Entretanto, o pai não se importava, vendo que de certo modo, o filho caçula estava mais focado no trabalho, mesmo mantendo sua vida íntima bagunçada. O pai e o primogênito conversavam na cozinha sobre esse assunto.
— Veja pelo lado positivo, depois que voltou, não tem gastado dinheiro da família, tudo está saindo da sua conta pessoal! – o pai tenta defender o caçula.
— Mesmo assim pai, é o mesmo irresponsável! Essas festinhas mancham a imagem da família! Os negócios podem piorar, só devido a sua má conduta!
— Não era isso que queríamos, que ele voltasse a ser como era? Desde quando começou sua vida artística, sempre foi um bon vivant, quanto mais polêmico era sua conduta, mais crescia sua popularidade, só freou um pouco, depois que o filho nasceu. Entretanto, agora está mais focado no trabalho. – argumenta o pai em favor de Goon.
— Não sei! Acho que voltou mais desmiolado!
— Já foi um avanço não usar os hotéis da família, usa o iate e a casa de praia dele.
— O pai sempre o defende, com tudo que aconteceu deveria ter aprendido uma lição! Gastando dinheiro, energia e tempo atoa.
— Joon, o seu irmão ficou quase dois anos, parado nesse requisito! Ele quer recuperar o tempo perdido! Nem todos os homens são iguais a você, que escondem suas aventuras a sete chaves! Tem medo de que sua querida ex-esposa descubra, e não queira voltar? Quando você vai tocar sua vida para frente, e esquecer quem não te dá valor? – o Sr. Choi foi direto, sabia que seu filho deveria perceber, que deixou de viver depois que se separou. Certamente, afundou a cabeça no trabalho para esquecer seu casamento fracassado.
Quando Joon iria se defender, o pai ergue a mão direita, num gesto para ele ficar calado, depois de uns segundos, Joon ouviu passos no corredor que dá na cozinha. Goon entra sorridente, cumprimenta o pai e olha para Joon que está sentado no lado direito da mesa. E também o cumprimenta com uma leve inclinação de cabeça.
— Bom dia!
— Bom dia! – responde o pai confuso.
— Bom dia! – olhando para o relógio, Joon responde desconfiado. Então pergunta. – Que faz tão cedo em casa?
— Por que essa pergunta, se eu também moro aqui? Chego a hora que quero! – respondeu Goon intrigado com o irmão.
— Não pensei que viria para casa hoje, principalmente a essa hora! São 7:30 da manhã de domingo!
— Hoje marquei que iria levar o Jinwoo (진우) no jogo de basquete, tem um amistoso hoje as 9 horas. – Responde Goon enquanto prepara um café na cafeteira expresso. O pai e Joon se olharam espantados. Contudo, o Sr. Choi faz careta para o filho mais velho, provando que ele estava certo.
— Será que ele já acordou? – o irmão tenta disfarçar.
— Provavelmente, a semana toda me ligou cobrando! – após fazer o café senta e se serve dos doces que estão na mesa, ficou um silêncio fúnebre no recinto. Então, Goon se levanta e segue para a sua ala da mansão.
A mansão Choi era dividida em quatro alas, a principal era comum a todos, onde a família se reunia, era a ala dos pais de Goon, as outras 3 pertencia a cada um dos filhos do casal Choi. Eram, na verdade, 4 casas grudadas, interligadas por corredores e um jardim interno, passando as 4 alas, havia uma garagem para uns 10 carros, uma sala de música, uma academia de musculação, uma piscina coberta, uma sala de jogos, uma academia para treino de artes marciais, uma estufa de plantas. Bem nos fundos do terreno havia uma grande área com horta e árvores frutíferas.
O filho de Goon estava na cozinha, da sua ala, comendo seu cereal, ao escutar o som dos sapatos, ergueu a cabeça para ver quem era. Correu sorrindo ao encontro do pai, Goon finalmente cumpriu com a promessa que fez ao seu filho, era a primeira, de muitas promessas não cumprida.
Depois do abraço, Goon pergunta.
— Pensou que o pai esqueceu?
O menino balançou a cabeça positivamente.
— Já tomou o seu café? – olhando para o relógio, pergunta Goon ao seu filho.
— Sim! Estou pronto!
— Então vamos?
— Vamos! – menino pega uma mochila que havia preparado na noite anterior.
Quando chegaram na frente da mansão, Joon e o Sr. Choi estavam esperando, disfarçadamente eles gravam o momento. Pai e filho saindo juntos, coisa inédita até então.
Goon abre a porta de sua Ferrari vermelha e ajusta o cinto de segurança para o garoto, e antes de entrar no carro avisa.
— Não precisam nos esperar para o almoço, vamos almoçar fora. – entra no carro dando uma buzinada como despedida.
Joon completamente assustado fala para o seu pai.
— Pai, erga as mãos para o céu! Pois Deus lhe concedeu um milagre!
— Ele mudou depois que voltou do Brasil, tudo graças a Deus e ao Xamã!