Capítulo 12 – O “motoqueiro” suspeito
Yoona estava tomando o seu café da manhã na cafeteria da esquina de sua rua, com a avenida principal de seu bairro. Como abriam cedo, à vezes, quando batia a preguiça, era lá que tomava seu dejejum. Geralmente era a primeira freguesa a entrar, e se sentar à mesa. Depois, como sempre, ela pegou a mesa perto da TV, de 50 polegadas, presa direto na parede.
Em seguida, o garçom depois de servi-la, ligou a TV. Não tendo mais ninguém, ficou sentado na mesa ao lado, ouvindo o noticiário matinal. Começou a passar a notícia sobre um suspeito do crime ocorrido contra a Fábrica Sabor que Encanta.
Quando Yoona viu as imagens gravadas pelas câmeras da rua, mostrando-a, tocando a moto em cima do guarda de trânsito como um motorista suspeito, ficou preocupada.
E depois algumas fotos, comprovando que esse motoqueiro, estava na agência de propaganda, que pulou o alambrado, e deixou o local, fugindo pela rua de trás, ela não acreditou! Havia verificado um dia anterior, e não viu nem uma câmera. Só podia ser fotomontagem! Disso ela entendia!
Mas as do interior da agência, eram verídicas. Foi pega pela câmera do local. Mesmo tendo o maior cuidado! Já estava tremendo. Quando o rapaz, 4 anos mais novo que ela, que em segredo tinha uma paixão pela sua cliente favorita, lhe pergunta sem formalidade. Ele sempre a atendia, por essa razão falam sem rodeios.
— A senhorita tem uma moto dessa marca! Não tem?
— Sim! Mas, a minha tem uma pintura simples! Mas não é estilizada como essa! A minha só tem duas cores, preto e azul. – respondeu escondendo o nervosismo.
— Uh! E não é a mesma placa!
— Acabaram de dizer que a placa é falsa! A minha moto é de segunda mão, tive cuidado em comprar uma moto, que a placa não fosse fria.
— Fria?
— Sim, roubada!
— Não é que esteja desconfiando! Mas, pode conhecer alguém que tenha!? Não faz parte de um clube de motoqueiros?
— Já saí faz tempo pois eles viajam muito! Não tenho tempo para isso! Preciso trabalhar.
— Mas, não conhece ninguém que tenha, uma parecida? – ela olhou para ele vagamente, como quem quer lembrar de algo, respondendo em seguida.
— Não que eu lembre, mas não fiz muitos amigos no clube! Por quê?
— Não tenho certeza do dia! Mas, vi um motoqueiro com uma moto parecida, com essa do noticiário, entrar na sua rua.
— Entrando. – fez sinal com a mão, mostrando a rua em que morava. — Moro na sétima quadra. Essa rua é longa, sairá quase em outro bairro. Mas eu mal conheço os meus vizinhos. Não sou de ter muitas amizades! Nem mantê-las. Minhas amigas da escola e faculdade, reclamam de mim o tempo todo, por não participar dos encontros, pois só saio com as pessoas com quem trabalho, por ser preciso. Esse motoqueiro que viu entrar, provavelmente deve ter ido em outro lugar, mas não na minha casa.
— Desculpe! Só associei, por ter uma moto. E por comentar ano passado que iria para Gyeongju, com o clube dos motoqueiros.
— É, eu lembro! Foi uma boa viagem! Mas, gastei muito! Desistir por isso! – ela tentava levar a conversa para outro rumo, fazendo ele esquecer do dia que a viu com sua moto, com adesivos vermelhos. — Tenho que ralar muito para ganhar um bom dinheiro. E gastar, assim numa só viagem, é muita tolice. Por isso, a maioria do pessoal do clube, é filhinho de papai!
O garçom achou estranho seu comentário; ela morava em uma bela casa, e estava sempre bem-vestida, com roupa de grife, quando saia para os seus encontros de negócios.
E vivia em casa, indo na cafeteria até 8 vezes no dia. Chegava com cara de quem dormiu o dia todo, e tomava seu café despreocupada com as horas. Todos, desde que foi aberto a cafeteria, tinham curiosidade sobre a sua cliente número 1.
O garçom sendo irmão do dono, trabalhava para ajudar o irmão, e garantir sua faculdade. Muito intrigado com isso, um dia ele perguntou sobre o seu trabalho. Mas ela apenas respondeu: Faço o meu trabalho em casa, sou freelancer.
— Se a placa é falsa, deve ser de desmanche! Esses criminosos são muito espertos! Acho que vi esse motoqueiro do noticiário! Esse que falei que entrou aqui – apontou para a rua lateral – Usava um capacete bem-parecido! – ela tenta disfarçar sendo o mais natural possível.
— Nossa! Até me arrepiou! Já pensou um criminoso morando perto de mim?
— A srta. Tem que se cuidar! Principalmente, não andar bêbada de madrugada pela rua. – ela responde prontamente irritada.
— Eu não bebo! – mordeu os lábios indignada. Em seguida, se vira totalmente para ele para tirar satisfação.
— Quando foi que você me viu bêbada?
— Desculpe! Devo ter confundido a senhorita com outra pessoa.
— Ah! Deve ter confundido sim! Porque eu não bebo! – se arrumou na cadeira, sentando-se de frete para a mesa. — Pode me trazer mais um pedaço de torta?
— Sim! Já vou providenciar! – ele saiu constrangido. Mas, por trabalharem direto no Natal, na passagem do Ano Novo, a cafeteria fechou. Colocaram um aviso na porta, além de avisarem os clientes pessoalmente. Mas, ela no dia 31/12, depois das 16 horas, vinha e batia na porta da cafeteira, a cada duas horas. E a cada batida, vinha mais bêbeda. Seu irmão e sua família que moravam na parte de cima do prédio, viajaram, deixando-o cuidado do local.
Se não fosse ele. Ela teria sido presa pelos guardas que fazia ronda no bairro. As 22 horas, ele a acompanhou até sua casa e teve a ideia de passar um cadeado no seu portão, para impedir a sua saída. Ele foi até a sua casa passar o Ano Novo com seus pais, voltando as 2 horas da manhã, e ela estava batendo na porta da cafeteria, pedindo para entrar. Ele não sabe como ela conseguiu pular o muro de sua casa. Então, resolveu abrir, ela pediu um pedaço de torta e seu café favorito. Depois ele a seguiu, até sua casa. Teve que abrir o cadeado, para ela entrar. E até hoje, pelo que parece, ela não se lembra de nada.
Yoona virou a cabeça para olhar o jovem que além de metido, sabia demais. Começou a pensar o que fazer com ele? Já que era uma testemunha ocular. Afinal, ele sabia que ela possuia a mesma moto que o “motoqueiro” suspeito.
Ela tinha que mudar o rumo da investigação. E faria isso, graças as fotos que tirou por curiosidade no local. Ela não poderia ficar como a principal suspeita do crime. Com sua inteligência, habilidade e seus conhecimentos como hacker, Yoona pretendia jogar ‘merda no ventilador’, para ver a confusão que causaria.
Eram 10 horas e o Dr. Choi estava relembrando a sua noite com Yoo Jin. Para esquecer sua triste história. Sentado a sua mesa e olhando para janela, começa a tecer o seu plano. Como uma aranha tece sua teia com capricho. Esperava que Yoo Jin caísse nela, como os descuidados insetos. Foi quando ouviu a batida na porta. Gira sua cadeira, dizendo.
— Pode entrar!
— Ji Hoon entra apressado, rindo. Mas, pára um metro antes das cadeiras, próximas da mesa do amigo. Olha o Dr. com curiosidade. Inclina a cabeça para um lado e depois para o outro. E pergunta.
— O que foi que aconteceu?
— Por quê?
— Está diferente hoje! – o Dr. Choi passa a mão direita nos cabelos e, em seguida, interroga.
— Repartir o meu penteado do lado errado?
— Não!
— O meu cabelo está espalhado?
— Não!
— Então, o que tem de diferente comigo hoje?
— Não sei! Mas, está com um ar estranho! E Por que essa preocupação com o seu cabelo?
— É que sai atrasado hoje de casa, corri para chegar a tempo! – intrigado o detetive Lee interroga o amigo.
— Dr. Choi o que fez ontem à noite, para se atrasar? – o amigo indignado argumenta.
— Detetive Lee! Sou suspeito de algum crime?
— Ah! É hábito da profissão! – ele se senta diante do Dr. Choi, empolgado com a situação.
— Me conta! O que fez ontem? – o detetive Lee insiste.
— Ji Hoon, você me conhece!
— Um pouco Dr.! Já te falei o que acho de você.
— Pois bem! Você sabe que tenho vários artigos publicados em revistas científicas. – o amigo concordou balançando a cabeça positivamente. — E já dei várias entrevistas para jornais.
— Sim! E todas, superficiais, sem prejudicar o trabalho da polícia.
— Fui bem instruído pelo meu superior!
— E daí?
— Ontem dei uma entrevista, falando da minha pessoa para uma revista popular. E considerei comemorar abrindo um Château Mouton 1945.
— Nossa! Um Château! E não me chamou?
— Ji Hoon, você não faz o meu tipo!
— Ahhh! Quer dizer que ontem estava acompanhado de uma mulher?
— Claro que não!
— Ouvi dizer que entrou uma funcionária nova no pedaço!
— Antes fosse! Só que caí do cavalo!
— Por quê?
— Chequei a popularidade da revista! Acredita! Essa revista não está nem entre as 20 melhores do país!
— É, caiu um pouco devido ao artigo mal feito sobre a operação antinarcótico, do ano passado. Mas está preocupado com sua popularidade? No que esse artigo vai lhe ajudar?
— Sabe! Que do andar onde estamos, só faltam mais 4 para eu chegar no topo! Era para estar dois andares acima. Mas, como todos os estagiários e funcionários, tem medo de mim. Tenho que ficar nesse andar, sei lá até quando?
— E quem é que vai fazer o teu serviço com competência?
— É! Esse departamento não anda se eu não empurrar! – o Dr. olha para Ji Hoon intrigado. — Não esperava ver você tão cedo! O que tem para me dizer?
— Não pense que passou batido!
— Então, o que fez?
— Eu pesquisei!
— E o que tem para me contar?
— Ao sair ontem daqui, liguei para o Olho de Águia e o Faro Fino, que me encontrassem na fábrica ‘Sabor que Encanta’. Em seguida, fizemos uma varredura no sistema dos computadores deles.
Olho Vivo – Kim Hyun Joon
Faro Fino – Kim Won Hae
— Tenho certeza de que descobriram algo!
— Sim, o sistema da fábrica foi hackeado duas vezes! Uma depois das pesquisas para encontrar os sabores dos licores mais populares, e a segunda vez, foi 3 semanas antes o evento. Quando já tinham a lista dos participantes.
— Uh! Foi uma escolha popular?
— Sim, e convidaram 10 pessoas para cada sabor, as mesmas que participaram na primeira pesquisa. As 10 principais, que provariam ao vivo, foram convidadas sabendo de sua preferência.
— Então se conclui?
— Que o judoca era o alvo! Pois quem hackeou o sistema sabia, que bombom, cada um iria provar no dia.
— Fez bem o dever de casa! Pensei que iria esquecer, quando saiu louco do laboratório.
— Aquilo foi um acerto de contas! Ah! O Olho de Águia achou um ID, mas não podemos rastrear, já foi eliminado! Tenho sorte de ter um profissional competente como ele na minha equipe. Minha equipe é ótima. Entretanto, o Olho de Águia e o Faro Fino, são os mais focados!
— Lembro muito bem, quando conheci eles, estavam em um departamento sem ação. Então, fiz bem em indicá-los para você. Kim Hyun Joon (Olho de Águia) e Kim Won Hae (Faro Fino), e os apelidos que dei ficou e caiu muito bem para cada um! Não acha?
— No começo eles reclamavam!
— E agora! Depois dessa descoberta o que fará? Já jogou a isca?
— Como sempre vive em outro mundo pois já cedo foi anunciado o suspeito!
— Deixe eu adivinhar!? – então abaixou e levantou os olhos encarando o amigo – O motoqueiro? É o motoqueiro?
— Sim, é o motoqueiro!
— Então aceitou minha opinião?
— Eu já estava focando nele! Mas quando no relatório, você falou que a pessoa que segurava a máquina fotográfica, estava vestido com roupa de couro. Não tive dúvida: é o motoqueiro.
— Como conseguiu pegar o código da mensagem, vou te dar um presente. – o Dr. abriu sua maleta, pegando um pequeno papel dobrado, se levantou, pois no bolso da camisa do detetive. Era o endereço que Yoo Jin, lhe passou enquanto bebia descontraidamente.
— O que é isso? – perguntou, pegando, abrindo e lendo o que estava escrito, em seguida.
— É o endereço de uma loja para artigos fotográficos. Mas são poucas que revelaram filmes como o daquela máquina. Lá pode encontrar alguma pista.
— Como conseguiu? – o Dr. fez cara de suspense. — Do seu informante do submundo?
— Claro que sim! De quem mais poderia ser?
— Dr. Choi! Por que não me apresenta o seu informante?
— Ji Hoon. Você entende muito bem como isso funciona! Se te apresentar, estarei morto, e você também!