11 – Tsunami de Amor – 112

Gao Rim foi arrastada pelo chefe dos sequestradores que a obrigou a subir as escadas,   surgindo no térreo do galpão. Ela olhava ao redor tentando pensar rapidamente. Talvez pudesse correr e fugir, mas o pesado portão do galpão se encontrava fechado e havia muitos capangas por todos os lugares. Se ela corresse, seria pega. Precisava pensar em algo mais concreto.

– O que vai fazer comigo? – perguntou ela, a beira do desespero, enquanto andava rápido para acompanhar os longos passos do chefe que não largava seu braço.

– Ainda estou pensando – disse ele, abrindo a porta de uma sala. Em seguida, ele a empurrou para dentro, fechou a porta atrás de si e colocou a chave em seu bolso.

– Você é bonita, moça! – falou ele. – Estava pensando que podíamos nos divertir nesses três dias. O tempo vai passar mais rápido e ficarei menos ansioso. Se eu ficar ansioso demais, tenho o péssimo hábito de me tornar violento.

Gao Rim marejou os olhos. Imaginava que tipo de “diversão” ele queria.

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– Por favor, não me machuque! Eu juro que não digo nada para ninguém, você não precisa me machucar…

– Não escutou o que eu disse, moça? – falou ele, sorrindo sarcasticamente. – Não quero te machucar, quero me divertir com você. Você pode se divertir também. Eu sou um amante vigoroso, você vai ver.

– Por favor… por favor… – balbuciou ela, dando um passo para trás, a cada passo que ele dava na sua direção. Até ela atingir uma mesinha de escritório.

– Moça, nunca transei com uma piloto de helicóptero. Na verdade, nunca transei em um helicóptero. Talvez a gente possa fazer isso, o que você acha? Deve ser excitante…

Gao Rim tentou contorná-lo, mas ele colocou as mãos na mesa, prendendo Gao Rim entre seus braços, de forma que ela não pudesse fugir.

– Se você for boazinha, moça… se fizer tudo como eu gosto, talvez você possa ganhar um bônus… o que acha? Posso te dar alguns milhões para você largar essa vida de piloto… e ter seu próprio helicóptero, o que acha?

Ela virou o rosto no momento que ele se aproximou para beijá-la. Ele sorriu ao ver que ela evitava qualquer contato e beijou o pescoço dela.

– Eu prefiro por bem, mas também pode ser por mal…

Ela não sabia o que fazer. Sobre a escrivaninha, havia um pesado grampeador. Talvez ela pudesse alcançá-lo para se defender. Quando pensou em fazer um movimento, escutou alguém batendo a porta.

– Chefe!

– Estou ocupado! – gritou ele, sem largar Gao Rim.

– Temos um problema, chefe!

– Já falei que estou ocupado.

– Um dos convidados está passando mal. É o velho Kim Soy. Acho que ele está tendo um ataque… chamamos o doutor?

– Espera! Pode ser fingimento… eu vou ver isso pessoalmente.  Aguarde só um pouquinho, moça… já continuamos…

Quando o chefe saiu da sala, Gao Rim deixou-se cair sentada, soluçando sem controle.

Ela não sabia o que fazer, mas precisava achar alguma coisa que pudesse usar para se defender.

Ela enxugou as lágrimas e olhou em volta. Era um escritório, mas não tinha um abajur sequer que pudesse usar. Deu a volta na mesa e examinou a cadeira. Era uma cadeira velha, mas não tinha nada que pudesse desprender para usar como arma.

Então tentou abrir a gaveta na escrivaninha. Estava fechada. Mas ela tinha uma escrivaninha como ela no escritório dos motoristas e tinha uma manha para abri-la. Ela abriu a segunda gaveta, que não tinha tranca e empurrando para cima, conseguiu destravar a fechadura.

Quando abriu a primeira gaveta, levou um susto: havia um revólver ali. Mas não era só isso, havia também um celular.

Ela empurrou o revólver e apanhou o celular. Por sorte, não tinha nenhum Pin ou senha de entrada. Era um desses celulares velhos, pré-pagos, provavelmente, não poderia ser rastreado.

Discou rapidamente o número 112 – o número da polícia coreana.

– Polícia, em que posso ajudá-lo! – disse a atendente do outro lado.

Kim Gao Rim ligando para o 112

– Escute com atenção, pois eu não tenho muito tempo – disse ela, com a voz trêmula, mas baixa o suficiente para não ser ouvida, caso algum capanga estivesse por perto – Eu sou uma das sequestradas do edifício Crake Tower, meu nome é Kim Gao Rim e sou uma piloto de helicóptero. Estamos em um galpão no meio de uma pequena floresta ao norte da ilha Yeonghengdo. Isso não é um trote, por favor, me ajuda… me ajuda… por favor…

– Acalme-se, Sra Kim, vamos conferir algumas informações. Você disse que foi sequestrada?

– Sim… eu e mais algumas pessoas. Estávamos no Crake Tower, onde houve um tiroteio e muitas pessoas foram assassinadas.

– Sim, certo, já estamos verificando. Você pode confirmar o endereço?

– Eu não sei o endereço ao certo, só sei que é ao norte da ilha. Em um galpão, por favor, me ajude.

– Fique na linha, senhora, já vamos ajudá-la…

Gao Rim escutou os passos e voz do chefe dos sequestradores, por isso, diminuiu ao máximo o volume do celular e guardou-o novamente. Antes de fechar novamente a gaveta, olhou para o revolver. Poderia tentar se defender com ele, mas isso o alertaria de que ela teve acesso ao celular. Talvez fosse prudente não usá-lo, para não dar chance deles tentarem fugir com alguns dos sequestrados ou com ela mesma. Entretanto, talvez ela não tivesse outra chance e talvez fosse violentada como o líder dos bandidos insinuava.

Não queria que isso acontecesse, mas não poderia arriscar, por isso, fechou novamente a gaveta e voltou para o lugar onde estava, quando o chefe saiu.

– Amorzinho… – disse o chefe, assim que entrou. – Infelizmente, teremos que deixar nossa diversão para outro momento. Tenho um problema a resolver. Yinka… leva a moça para a cela.

Gao Rim agradeceu silenciosamente pelo tal problema, pois havia ganhado um pouco mais de tempo. Só esperava que a polícia os encontrassem antes que ele resolvesse se ‘divertir’ com ela novamente.

Yinka era coreano, apesar do nome estranho. Ela não conversou com ele, nem ele abriu a boca, simplesmente a agarrou pelo braço e a empurrou para fora. Era ainda mais brutal do que o chefe que tinha segundas intenções para com ela.

Por mais terrível que fosse voltar para o porão, onde ficavam as celas, Gao Rim agradecia por isso.

Por sorte, foi colocada na primeira cela, onde Lee Min Ho estava.

Enquanto ela ainda procurava se recuperar do susto de ter sido ‘quase’ violentada, sentiu a presença de Lee Min Ho a sua frente.

– Você está pálida! O que aconteceu? – perguntou ele, com o semblante. – Meu Deus, Gao Rim, aquele cretino te machucou?

– Não…

– Fale a verdade… se ele te tocou, eu juro que vou matá-lo. – disse Lee Min Ho, rangendo os dentes, enquanto segurava o queixo de Gao Rim.

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– Não… – ela estava sem fôlego por conta da situação e mal conseguia falar.

– Tem certeza… ?

– Não deu tempo… ele tinha que resolver um problema…

– Tem certeza que foi só isso? – perguntou ele, uma última vez.

– Foi o suficiente, eu fiquei tão assustada… – As lágrimas brotaram em seus olhos, embora ela quisesse ter se controlado, o choro veio com soluços e todo o seu corpo tremeu.

– Fique calma, Gao Rim… vai dar tudo certo… – disse ela, abraçando-a ternamente, e afagando suas costas.

– O que pensa que está fazendo abraçando essa garota, Min Ho? – perguntou Joo Joo manifestando-se ao lado dos dois.

Gao Rim se afastou no mesmo instante.

– Desculpe… não quis abraçar o seu namorado… é só que… eu estava assustada… e ele estava me ajudando…

– Gao Rim… – Lee Min Ho colocou a mão em seu ombro, enquanto começou a falar –  eu e a Joo Joo não somos mais …

– Min Ho! – berrou Joo Joo, chamando a atenção dos outros sequestrados na cela.

Gao Rim e Lee Min se olhavam intensamente um nos olhos do outro. Era o pior momento da vida dos dois, mas de alguma forma, aquele olhar dava força e coragem para ambos.

– Você deveria ir com sua namorada… – disse Gao Rim, sem tirar os olhos dele.

– Ela não é…

– Min Ho! – berrou Joo Joo novamente – Por favor, agora não!

– É melhor ir com ela… ela precisa de você! – falou Gao Rim.

Lee Min Ho baixou os olhos por um momento, depois afastou-se de Gao Rim, segurou Joo Joo pelo pulso e enfiou-se com ela, no meio dos outros sequestrados, indo até o outro lado da cela.

Gao Rim tentou apurar os ouvidos, mas havia muita gente falando ao mesmo tempo para que conseguisse escutar a conversa dos dois.

Perto dela, uma senhora que aparentava ser muito rica pelos colares e anéis que usava, desatinou a chorar copiosamente.

E outros conversavam sobre a possibilidade de uma fuga.

Era quase impossível.

Os capangas sequestradores apareciam de vez em quando, tiravam apenas uma pessoa da cela, a cada uma hora.

Quem voltava, entrava na cela transtornado, muitas vezes, com indícios de ter sofrido violência. Depois, os que voltavam explicavam que eram torturados na frente das câmeras enquanto seus parentes assistiam para que fizessem logo a transferência de dinheiro. Quem possuía os dados da conta bancária, eram forçados a fazerem já a transferência para uma conta no exterior. Um dos sequestrados na outra cela, voltou com um dos dedos decepados, o que contribuiu para os baixos ânimos dos sequestrados e da ampla colaboração dos mesmos.  

Eram brutais e selvagens os sequestradores.

Enquanto isso, o tempo passava. Quanto mais tempo a polícia levaria para achá-los? Gao Rim havia dado informações precisas. Quantos galpões ao norte da ilha de Yeonghengdo haviam para que eles demorassem tanto? Já havia passado mais de duas horas desde que ela retornara para a cela. Será que eles haviam achado que era um trote?

Enquanto perdia a esperança de ser resgatada antes que o chefe resolvesse se divertir com ela, Gao Rim pensou na irmã.

– Nau Rim… onde você estiver… por favor, reze por mim… irmã…