8 – Tsunami de Amor – Crake Tower

Lee Min Ho olhou pela janela e percebeu um carro de luxo subindo a colina onde ficava sua mansão. Para evitar que Joo-Joo tivesse que entrar em sua casa uma última vez, ele resolveu descer logo e aguardar perto do portão.

Há dois dias atrás, juntou toda a sua coragem para terminar o complicado namoro com Joo-joo.

Ela é claro, ficou muito decepcionada e deu um pequeno show no restaurante em que os dois se encontraram.

Ele queria ter terminado tudo ali. Aquele namoro não fazia mais sentido para ele, mas concordou em acompanhar Joo-Joo na Festa da Crake Tower, um prédio badalado no centro de Seul, às margens do Rio Han.

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Muitos produtores de TV estariam presentes e havia o boato de que o Presidente de uma mega produtora hollywoodiana compareceria e Joo-Joo queria muito conhecê-lo.

Porque ela insistiu muito e porque ele sabia que isso era importante para a carreira dela, que nos últimos meses havia sentido um pouco com os habituais escândalos de Joo-Joo nas baladas, Lee Min Ho achou que sua companhia na festa poderia dar-lhe alguma vantagem.

No entanto, Lee Min Ho declarou logo os seus termos:

– Será a última vez, Joo-joo. Depois da festa, estaremos acabados! – declarou ele, por fim, antes de saírem daquele restaurante.

Desde então, Joo-joo evitou aparecer do nada em sua mansão, mas ficava lhe mandando mensagens o tempo todo no celular dizendo que ela estava arrependida e queria reatar novamente.

Por isso, Lee Min Ho queria logo que a festa acabasse para que seu compromisso com Joo Joo estivesse no fim também.

Era engraçado pensar que ele havia querido tanto estar com ela, casar com ela há um ano atrás e passar a eternidade ao seu lado. Agora, não conseguia mais levar aquele relacionamento adiante.

Tudo havia mudado desde o Tsunami. Por alguma razão que ainda não compreendia, sua vida se transformou profundamente.

Primeiro, sua carreira voltou novamente a ser sua prioridade e, por causa de sua história de  sobrevivência em Jeju, ele foi cotado para ser ator de um filme hollywoodiano ao lado da atriz Scarlett Johanson, com quem teve um breve romance.

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Depois disso, quando retornou à Coreia, Joo-Joo convenceu-o a retornar o compromisso. Mas ele não conseguia mais ter os mesmos sentimentos que há um ano atrás. Agora, ele se aborrecia com cada excentricidade de Joo-Joo, e quando ela dava escândalos, simplesmente se afastava, evitando ser flagrado ao lado dela.

Isso fez com que sua carreira permanecesse intacta, talvez até melhor do antes.

Enquanto isso, Joo Joo via seus dias de Diva indo por água abaixo.

Ela perdeu muitos projetos, pois antes, sempre fazia o papel de mocinha recatada, e nas festas, era totalmente maluca. Um vídeo dela cheirando cocaína em um banheiro de uma das boates que frequentava foi o primeiro grande abalo em sua carreira e fez com que todos os outros vídeos de um comportamento errático, aliado aos atrasos e rompantes durante o trabalho, fizeram com que muitos produtores evitassem escalá-la.

Lee Min Ho tentou ajudá-la. Chegou a levá-la a uma clínica de reabilitação e a ameaçou de que se ela não concordasse em se tratar, ele a deixaria.

Joo-Joo ficou lá apenas 3 dias e depois, saiu para uma festa e nunca mais voltou à Clínica.

Isso tudo abalou o relacionamento dos dois.

E para ser sincero, Lee Min Ho não conseguia esquecer o que havia acontecido durante o Tsunami.
COMPRE JÁ!

Ele tentou encontrar Gao Rim com afinco depois que deixou o hospital há um ano atrás. Foi até a Escola de Helicópteros, mas o diretor de lá, falou que ela havia sido despedida. Depois de conseguir o endereço dela, descobriu que ela havia se mudado de Busan e ninguém sabia para onde.

Ele logo imaginou que ela havia se casado. Era a única explicação. Talvez tivesse se mudado para a casa do seu noivo, o tal de Nau.

Então, Lee Min Ho desistiu de procurá-la.

Contudo, havia em seu coração, um estranho sentimento de que deveria encontrar Gao Rim uma última vez. Ele não sabia direito a razão. Era simplesmente algo que sentia e ele precisava confiar nesse sentimento. No meio do caos e do turbilhão de acontecimentos que quase tiraram suas vidas, Lee Min Ho, de alguma forma, havia se conectado com aquela garota.

Ele havia arriscado a própria vida por ela, e sentia que havia feito a coisa certa.

Quando foi para Jeju Island, Lee Min Ho estava completamente desanimado, depressivo. Parecia que sua vida e sua carreira estavam chegando ao fim, mas ter lutado para sobreviver e para salvar Gao Rim deu a ele uma força de viver que nunca antes experimentara.

Por isso, precisava tanto ver Gao Rim novamente, pois sabia que os dois haviam compartilhado momentos tensos e também ternos. Ele se lembrava dela quando ela fez o curativo em seu ombro e também do momento em que ela segurou sua mão, na varanda do Resort.

Lee Min Ho, Everytime Red Ginseng, 2019. en 2019 | Lee min ho, Actores  coreanos y Hombres coreanos
Seria amor? Será que ele havia se apaixonado por ela em algumas poucas horas? Ou era apenas o trauma vivido em Jeju que estava falando mais alto em seu coração?

Lee Min Ho balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Quase sempre, pegava-se pensando em Gao Rim. Entretanto, ele jamais a veria novamente, então, não precisava ficar se torturando.

O carro parou e Lee Min Ho correu para pegá-lo. Assim que entrou, cumprimentou Joo-Joo que estava muito bela num vestido vermelho sexy. Então, divisou o motorista, ou melhor, a motorista. Achou legal que fosse uma mulher dirigindo ao invés de um homem, como era praxe nessa profissão na Coreia, mas quando prestou atenção melhor, sentiu seu coração pulsar fortemente:

– Gao Rim? Kim Gao Rim? – Perguntou ele, abismado e ao mesmo tempo emocionado por encontrá-la mais uma vez. De tantos motoristas que havia na Coreia, tinha que ser ELA a leva-lo. Estaria o destino conspirando a favor deles?

Gao Rim se virou rapidamente e, ao vê-lo, arregalou os olhos, como se estivesse assustada. Ele também estava surpreso, mas sua boca se abriu num sorriso: estava feliz ao vê-la. Mais feliz do que esteve nos últimos meses. Parecia que a noite havia se iluminado com as luzes das estrelas do céu e que pequenos vagalumes dançavam alegremente ao seu redor. Era essa a sensação ao vê-la mais um vez, depois de todos aqueles meses.

– Lee Min Ho? – Gao Rim disse, sem saber direito o que fazer.

– Você conhece essa mulher, AMOR? – disse Joo-Joo acentuando o ‘AMOR’.

– Como você está, Gao Rim? – perguntou Lee Min Ho, ignorando Joo-Joo completamente – Eu estive procurando você em Busan. Eu procurei você por toda a parte.

– Eu me mudei –  disse Gao Rim, brevemente, sem explicar as razões. Não queria dizer a seu ídolo que ela devia uma pequena fortuna para agiotas. Era humilhante demais.

– Ah, sim… com seu noivo? O Nau? – perguntou Lee Min Ho, arrependendo-se no mesmo instante. À primeira vista, ele poderia parecer ciumento. Não queria dar essa impressão, mas simplesmente saiu de sua boca. Aborrecia-se com o fato de ela ter um noivo.

– Meu noivo? – perguntou Gao Rim, sem entender direito – Você quer dizer Nau Rim? Minha irmã, Nau Rim?

– Nau Rim é sua irmã? – perguntou Lee Min Ho, sem entender direito. Tinha a certeza de que Nau era o noivo. – Mas e seu noivo? Minha agente disse que seu noivo foi busca-la no hospital em Busan.

– Ela deve ter se enganado, então, pois eu não tenho ninguém. Eu só tinha minha irmã!

Lee Min Ho viu que os olhos de Gao Rim se encheram de lágrimas. E uma sombra estranha passou em seus olhos que pareciam estar carregados de dor. Ele quis falar algo, dar algum consolo, perguntar o que havia acontecido e por que falou da irmã como se ela não estivesse mais viva? Mas antes que fizesse ou falasse alguma coisa, escutou a voz de Joo-Joo berrar ao seu lado:

– Pare de conversar e dirija, garota! – exigiu Joo-Joo, dando um muxoxo e cruzando os braços, irritada por ter sido ignorada.  

– Sim, senhora! – disse Gao Rim, virando-se para frente, imediatamente. Por mais que estivesse emocionada por ver Lee Min Ho cara-a-cara mais uma vez em sua vida, tinha que se lembrar de que ela não era mais do que uma empregada para ele.

Lee Min Ho olhou para Joo-Joo com reprovação, mas já era tarde: Gao Rim deu partida no carro e não voltou a conversar com ele.

– Eu estou tão ansiosa para essa festa, meu amor. Soube que até o presidente vai estar…

– Espero que você se divirta, será a última e você sabe! – disse Lee Min Ho, olhando para frente, admirando a forma como Gao Rim dirigia.

A festa era em Crake Tower, um prédio badalado no centro de Seul. Bem na cobertura do prédio, ficava um amplo salão que era conhecido por festas exclusivas e luxuosas.

Gao Rim recebeu a instrução de apresentar os convites de Lee Min Ho e Baek Joo-Joo na guarita do prédio e levar o carro até o estacionamento, no andar B5, onde deveria esperá-los até o fim da festa para levá-los para casa.

Quando enfim estacionou o carro, Joo-Joo desembarcou imediatamente, pois parecia aborrecida.

Lee Min Ho saiu em seguida, mas deu a volta e bateu na janela de Gao Rim.

– Sim, Senhor? – perguntou ela, baixando o vidro.

– Ainda me chamando de Senhor? – perguntou ele, com um sorriso amável. – Estou muito feliz por te encontrar novamente. Depois da festa, nós vamos conversar, está bem? Aguarde por mim!

Gao Rim assentiu com a cabeça sem saber direito o que Lee Min Ho queria conversar com ela, mas sentiu seu estômago leve por alguns segundos, como se houvessem borboletas a voar em sua barriga.  

Olhou para ele até que ele Joo-Joo sumissem no elevador e depois respirou fundo.

– Ele se lembra de mim, lembra até do meu nome! – disse ela a si mesma, sentindo que tudo poderia ser um sonho.

Gao Rim sorriu. Não sorria a séculos, desde que sua irmãzinha havia morrido. O mundo sem Nau Rim parecia mais sombrio para ela.

Ela ajeitou o banco do carro e encostou-se para tentar dormir um pouco.

O estacionamento estava lotado de carros e alguns motoristas faziam o mesmo que ela. Ela sabia que a festa demoraria horas, o que poderia lhe render boas horas de sono.

Ultimamente, ela estava trabalhando turnos dobrados para pagar sua dívida, então, seria bom um emprego que lhe pagasse para aguardar enquanto dormia.

Quando já estava conciliando o sono, escutou estranhos estampidos, fazendo-a abrir os olhos.

Os outros motoristas, continuavam seus sonos, por isso, ela resolveu sair silenciosamente do carro, pois não queria ser xingada por ninguém e foi até a porta da escadaria.

Olhou pelo fosso, mas era difícil ver alguma coisa, pois as luzes apenas acendiam onde havia movimento. Já estava quase voltando para o carro quando escutou novamente os estampidos. Pareciam tiros de revolver ou outra coisa com silenciador. Apenas um estampido abafado. Gao Rim só escutou isso, porque seus ouvidos eram muito sensíveis.

Escutou seu coração bater mais forte, sem saber exatamente o que fazer. De qualquer forma, não poderia ficar ali parada, sem fazer nada.

Poderia ligar para a polícia, mas poderia ser outra coisa. Se causasse um escândalo sem razão, com certeza, seria punida no emprego, talvez até fosse despedida. Ela parecia investigar mais antes de fazer qualquer coisa.  

Muito silenciosamente, Gao Rim desceu os degraus. Ficou ainda mais nervosa quando a luz acendia enquanto ela descia, pois tinha sensor de movimento nas escadarias. Quando estava no térreo, resolveu colocar os ouvidos na porta, antes de abri-la. Não queria dar de cara com ninguém. Principalmente se fosse um assalto, como suspeitava.

– Não se mova, se não quiser morrer como seus amigos, ali!

Gao Rim viu sua mão tremendo quando escutou aquilo. Sabia agora que era um assalto. E um assalto à Crake Tower deveria ser muito bem calculado, já era um prédio com muitos seguranças. Escutou um estranho som de passos em sua direção e correu para baixo, para o porão.

Nove homens vestidos de preto, surgiram no fosso das escadarias, mas eles não se deram conta de que estavam sendo observados por Gao Rim.

Gao Rim voltou a subir as escadas quando eles subiram e encostou novamente o ouvido na porta para ver se escutava mais alguma coisa.

– Tudo certo, chefe! – parecia ser alguém em algum rádio. – Já tomamos a sala de Controle. Todos os seguranças já foram rendidos. E já trancamos os portões para os estacionamentos. Ninguém entra, ninguém sai.

– Ótimo! Vamos começar a fase 3: mate todos os funcionários. Quem não estiver de traje de gala deverá ser eliminado. Junte todos os convidados no salão. Os helicópteros saem em 1 hora.

Gao Rim tirou os ouvidos da porta e procurou o celular em seu bolso. Quando o encontrou, percebeu que não tinha sinal. Se era um sequestro ou assalto, era bem orquestrado, pois eles usavam bloqueadores de sinal, para que ninguém se comunicasse, pedindo socorro, imaginou ela.

– O que vou fazer? – perguntou ela, a si mesma. Se fosse pega por um deles, sabia que morreria instantaneamente, pois a ordem era para matar quem não estivesse em traje de gala e ela usava roupas simples e velhas.

Desceu para o porão do prédio e abriu a porta. Estava um pouco escuro, mas Gao Rim percebeu que era apenas um armazém de roupas de cama e a lavanderia.

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Não havia nenhuma porta de saída, apenas os elevadores de serviço e as escadas. Por sorte, havia em um grande cesto de roupas sujas alguns vestidos e trajes de gala.

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