7 – Tsunami de Amor – Reencontro

Capítulo 7 – Reencontro

Quando Lee Min Ho acordou, tinha um dos braços em um suporte. Ele havia passado por uma cirurgia para retirar estilhaços do ombro e ficou duas semanas em coma induzido. O médico havia lhe dito que ele jamais poderia jogar tênis, vôlei ou qualquer outro esporte que envolvesse o braço. Fora isso, ele tinha a saúde perfeita.

Assim que acordou, perguntou por Gao Rim, mas o médico não sabia dizer seu paradeiro. Por isso, quando Park Su Ji, sua agente, entrou em seu quarto no hospital, Lee Min Ho disparou:

– Onde ela está? Onde está Kim Gao Rim – perguntou Lee Min Ho, ansioso.

– A garota que foi resgatada junto com você? – perguntou Park Su Ji, a agente de Lee Min Ho. – Ela lhe fez um grande favor. Ela deu uma entrevista assim que ela acordou. Disse que você foi um herói, que a salvou muitas vezes da morte certa. Isso foi realmente um bônus. Sabe o que a imprensa está dizendo: O grande herói Min Ho. A SBS já mandou três roteiros para você escolher. E todos as empresas que cancelaram projetos estão implorando para você aceitá-los de volta. Vamos ganhar milhões, Min Ho, milhões.

– Isso é bom, mas eu preciso saber se Gao Rim está bem – perguntou ele, preocupado. – Ela não parecia bem quando nós fomos resgatados. Lee Min Ho, lembrava-se de vê-la no helicóptero. Ela estava encharcada de sangue, não parecia bem.

Gao Rim e Min Ho ao serem resgatados.

– Você estava pior do que ela, se quer saber – falou Su Ji, com desgosto, pois não gostava do que estava vendo. Lee Min Ho não poderia se interessar por uma qualquer. Se ele se casasse, teria que ser com alguém do porte dele. Era seu dever proteger Min Ho como sua agente. – Por que você está tão interessado nela?

– Nós passamos por muitas coisas juntos. Eu posso tê-la salvado, mas ela também me salvou. Eu só consegui passar por tudo aquilo, porque tinha ela do meu lado. Por favor, Su Ji, me diga onde ela está ou traga ela aqui, por favor,… eu preciso falar com ela.

Su Ji revirou os olhos. O que poderia fazer? Desde Joo-joo, Lee Min Ho não havia se interessado em ninguém. Precisava protegê-lo, nem que para isso, tivesse que mentir.

Su Ji, agente de Lee Min Ho

– Er… A garota… er… Está com o noivo! Ele veio visita-la e a levou quando ela teve alta. – mentiu ela. Sentiu-se mal imediatamente. Sempre foi muito franca com Min Ho. Eles sempre foram bons parceiros. Entretanto, ela viu o quanto ele havia sofrido com Joo Joo. Não poderia deixa-lo se envolver com outra assim. Não uma qualquer. E Su Ji havia descoberto que além de ser uma mísera piloto de helicóptero, a garota que havia sobrevivido com Min Ho era também órfã. Que bem ela faria a Min Ho? Um relacionamento assim poderia destruir a carreira dele.

– Noivo? – perguntou Min Ho, perplexo – Ela é noiva? Não tive essa impressão. Mas de fato, ela falou uma hora que precisava ver Nau… acho que Nau deve ser o noivo.

– É sim… – concordou Park Su Ji, sentindo seu coração pesado. Será que estava fazendo o certo, mantendo Min Ho longe da garota piloto de helicóptero?

– Bem, imagino que ela deve estar bem. – disse Lee Min Ho, sentindo um aperto estranho no coração. – Gao Rim é uma garota muito corajosa. Espero que ela possa se casar com o noivo e ser feliz, muito feliz.

Tristeza: O mundo de Gao Rim havia sido resumido a uma só palavra.

Ali estava ela, diante da urna de Nau Rim, segurando flores brancas em seu braço.

– Sinto muito, irmã…

As lágrimas rolavam em seu rosto livremente e ela não se incomodava mais em enxugá-las.

Não pôde fazer a única coisa com a qual se comprometera: estar presente no momento da morte da irmã.

Quando ela acordou no hospital de Busan, depois de ter sido resgatada, ela correu para a ala oncológica a fim de ver a irmã. Quando o médico lhe deu a notícia de que ela já havia morrido há dois dias, enquanto Gao Rim estava em coma induzido depois da lavagem estomacal para retirar detritos, sentiu que o mundo lhe dava mais um tapa em seu rosto.

Ela havia resistido só para ver a irmã mais uma vez e nem sequer pôde fazê-lo.

Se soubesse, ela teria se deixado sucumbir pela escuridão das águas gélidas do tsunami quando teve a chance. Agora, nem sequer sabia o que iria fazer em seguida.

Sua irmã sempre foi a base de sua vida. Nau Rim dizia-lhe que ela era forte, mas Gao Rim sabia que se ela era forte era por causa da irmã. Ela sempre teve que ser forte para Nau Rim. Para protege-la da megera diretora do orfanato e para trabalhar por ela, quando a irmã necessitou. Agora, o que ela iria fazer? Não tinha trabalho, não tinha dinheiro, mas tudo isso não era nada perto do que mais lhe faltava: Nau Rim. Sua doce irmã com um sorriso belo e olhos brilhantes.

Nau Rim
Quão triste ela deve ter ficado ao se ver sozinha na hora da morte?

– Oh, Deus – disse Gao Rim, deixando-se cair, enquanto contemplava a urna de Nau Rim no cemitério municipal de Busan. – Por que você não resistiu mais um pouquinho… só mais um pouquinho…?

Gao Rim enxugou as lágrimas com as costas da mão, pensando que ela era muito egoísta por pensar aquilo. Nau Rim havia sofrido muito. Ter ido embora com certeza foi um alívio para a irmãzinha.

– Fique em paz, Nau Rim… me perdoe por tudo…

Um ano depois…

Gao Rim estacionou o carro na frente do endereço que haviam lhe dado na agência e abriu a janela para contemplar o céu de Seul. Lá longe, um helicóptero sobrevoava.

Gao Rim suspirou imaginando que poderia ser ela lá, voando mais uma vez. Depois que Nau Rim morreu, ela não teve outro jeito a não ser se mudar de Busan, pois suas dívidas se acumulavam e ela foi ameaçada pelo seu agiota.

Na capital, ela tentou conseguir um emprego como piloto, mas como a situação ficou muito difícil muito rapidamente, não teve alternativa a não ser conseguir outro emprego.
reencontro

E ficou muito contente por conseguir aquele emprego na agência de carros de luxo. Era um saco trabalhar para gente riquinha, mas pelo menos o salário era bom: dava para pagar o aluguel de uma casinha e pagar os juros do agiota.

Ela não deu seu endereço para o agiota, nem sequer lhe disse onde estava, mas mandava o dinheiro pelo banco. Assim, esperava poder pagar logo tudo o que devia, embora os juros só aumentassem.

Acordando de seu devaneio e de suas preocupações, Gao Rim apertou a campainha do interlocutor da mansão.

– Alô, quem é? – falou a voz do outro lado.

– Aqui é a motorista contratada. – falou Gao Rim, dando uma olhada no lugar pelas frestas do portão.

– Já vai! – disse a voz, desligando o interlocutor.

Gao Rim aguardou pela cliente. Ela já a conhecia. Baek Joo Joo era conhecida na empresa de motoristas de luxo, porque ninguém queria escoltá-la. A atriz era dada a rompantes e era insuportável. Ela se embebedava e dava muito trabalho para o motorista. E sempre, sempre reclamava, não importando o quão competente o motorista fosse.

Naquele dia, três motoristas recusaram aquela tarefa antes de Gao Rim e como Gao Rim adorava um extra, já que receberia em dobro por ter que aguardar a dondoca em uma festa, foi a única que aceitou o trabalho.

Depois de quase meia hora, a atriz surgiu no portão da mansão.
reencontro

Joo Joo vestia um longo vestido vermelho muito sexy. Ela poderia ser a barraqueira que fosse, ainda assim era belíssima, pensou Gao Rim, sentindo-se incrivelmente feia perto da atriz, já que vestia um simples uniforme.

reencontro

– Boa noite, srta Baek – disse Gao Rim, abrindo a porta do carro para a atriz.

Gao Rim deu a volta e entrou no carro, dando a partida. Quando iria sair, escutou o vidro que separava os clientes do motorista descendo.

– Vá até este endereço – falou Joo Joo, entregando um papel para Gao Rim – Preciso buscar meu namorado antes de ir para a festa.

– Sim, senhorita – falou Gao Rim, olhando para o endereço.

Gao Rim dirigiu até o endereço dado pela atriz. O lugar ficava em uma colina que Gao Rim não conhecia. Para achar o endereço, precisou usar o GPS e quando o carro finalmente parou, ela suspirou ao olhar para a mansão. Era muito maior, mais linda e grandiosa que a casa de Joo Joo.

Ela tinha a impressão de já ter visto aquele lugar em alguma revista, mas não conseguia se lembrar de quem era. Provavelmente alguém famoso como Baek Joo Joo.

reencontro

Não precisou sair do carro, pois a pessoa simplesmente correu para dentro do veículo que dirigia, antes que ela tivesse a chance de chamá-lo.

– Boa noite… – Gao Rim escutou uma voz baixa e suave atrás de si e se virou para cumprimentar.

Quando viu o dono da voz, embranqueceu.

– Gao Rim? Kim Gao Rim? – perguntou ele, tão perplexo quanto ela.

Era Lee Min Ho.